<< Início   < Próxima  | |  Anterior >   Última >>
  • Folha de São Paulo
    21/12/2012

    Passageiros sofrem com calor no Santos Dumont

    Os passageiros do aeroporto Santos Dumont, no Rio, têm passado por momentos de sufoco para embarcar. Enquanto esperam o voo, eles enfrentam temperaturas que chegam a 33°C. Todo esse desconforto se deve a uma falha no sistema de refrigeração. Segundo funcionários e passageiros frequentes, o problema já dura cerca de 20 dias.

    A Infraero, que administra o aeroporto, diz que uma peça teve problemas e está sendo consertada, mas ainda não há prazo para que o sistema de ar volte ao normal.

    Em nota, afirma ainda que instalou climatizadores e ventiladores no local para ajudar a aliviar o calor.

    O engenheiro Rodrigo Capriotti Bonas, 31, diz que passa pelo Santos Dumont toda semana e que o problema no ar-condicionado começou no fim do mês passado. "A gente paga uma tarifa de embarque alta e o mínimo que esperamos é conforto", diz.

    A Infraero nega que o defeito tenha começado há tanto tempo, mas não diz quando percebeu o problema.

     

     

    Folha de São Paulo
    21/12/2012

    Aéreas querem fatia menor para a Infraero
    Galeão e Confins serão privatizados, mas não foi batido martelo para temas como subsídio para voos deficitários - 270 aeroportos serão reformados ou construídos pelo governo; será criada subsidiária da Infraero
    DIMMI AMORA, MÁRCIO FALCÃO E VALDO CRUZ

    O governo Dilma lançou ontem mais um pacote nesta reta final de ano, o de investimentos na aviação civil, incluindo na lista de privatização os aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (Grande BH). Além da concessão dessas unidades ao setor privado, que pode gerar uma receita de R$ 11,4 bilhões nos leilões agendados para setembro de 2013, foi anunciado um investimento de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais e a criação da Infraero Serviços, subsidiária da estatal que administra o setor aeroportuário público no Brasil.

    O pacote, elaborado às pressas nos últimos dias depois que a presidente decidiu divulgá-lo antes do Natal, ainda tem vários pontos indefinidos, como o subsídio para voos considerados deficitários entre cidades pequenas e capitais.

    O governo anunciou que vai bancar o valor referente à metade da ocupação de aviões desse tipo, limitados a 60 assentos por aeronave. O formato final dependerá de consultas públicas.

    O anúncio da concessão do Galeão e de Confins ocorreu após quase um ano de idas e vindas. O resultado dos primeiros leilões (Guarulhos, Viracopos e Brasília), nos quais operadores internacionais de pequeno e médio porte saíram vencedores, desagradou à presidente Dilma Rousseff.

    Ela chegou a encomendar estudo em que a Infraero seguiria como majoritária nos aeroportos, mas desistiu diante da recusa de grandes operadores internacionais de entrar como minoritários.

    Dilma, que chegou a pensar em desistir da privatização dos dois aeroportos, acabou aceitando esse caminho diante da necessidade de elevar os investimentos no país.

    Exigiu, porém, que só poderá participar dos leilões operadores internacional com experiência na administração de aeroportos com movimento de 35 milhões de passageiros/ano.

    REGIONAIS

    No caso dos investimentos em aeroportos regionais, a lista da primeira fase inclui 270 pequenas e médias unidades, bem abaixo do total de 800 anunciados na semana passada pela presidente durante viagem à Europa.

    Esses aeroportos serão reformados ou construídos pelo governo, cabendo a Estados e municípios a gestão.

    Eles poderão ter a Infraero como administradora, o que poderá ser feito por meio da sua nova subsidiária, a Infraero Serviços.

    A nova estatal terá necessariamente um sócio privado. A forma de sociedade ainda não está definida, mas o presidente da estatal, Gustavo do Vale, afirmou que o novo sócio será minoritário. Estados e municípios também poderão conceder essas unidades para a iniciativa privada.

    CRITÉRIOS ESPECÍFICOS

    O governo anunciou que mudará a política de distribuição dos slots (horário e local que um avião pode estacionar). Hoje, o slot é pedido pelas empresas, que só o perdem se tiverem mais de 20% de voos cancelados.

    A ideia é ter critérios específicos de distribuição, incluindo slots exclusivos para a aviação regional. Além disso, o governo quer que as empresas também os percam por atraso ou mau atendimento, por exemplo.

    Mas tudo isso só será definido após audiências públicas, que discutirão também subsídios a passagens regionais.

     

     

    Folha de São Paulo
    21/12/2012

    Novas regras gerais da aviação

    1 Slots
    Governo quer criar novos critérios para distribuição que inclua a obrigação de atender voos regionais e retirar os slots também por atrasos rotineiros e mau atendimento

    2 Aviação geral
    Permissão para que empresas possam construir aeroportos privados para atender aviões executivos, táxis aéreos e, em alguns casos, voos regionais

    3 Atuação da Infraero
    Será criada uma subsidiária da Infraero para prestar serviços a aeroportos regionais concedidos a Estados e municípios, a Infraero Serviços

     

     

    Folha de São Paulo
    21/12/2012

    Medidas são bem recebidas por companhias
    MARIANA BARBOSA

    A ampliação do programa de concessões e o pacote de estímulo à aviação regional foram bem recebidos pelas companhias aéreas. "O investimento no interior do país é importante para criar novos polos de desenvolvimento", diz Eduardo Sanovicz, presidente da Associação das Empresas Aéreas.

    "Dos 270 aeroportos regionais que vão receber investimentos, cerca de 30, no futuro, vão se transformar em destinos de média densidade, ampliando o mercado."

    O pacote também trouxe uma bondade que surpreendeu positivamente o setor. O governo abriu mão de reajustar em 83% as tarifas de tráfego e navegação aérea, medida com previsão de vigorar a partir de 1º de janeiro. O setor vinha negociando a divisão desse reajuste em cinco parcelas anuais. Segundo a Abear, o reajuste aumentaria o custo em R$ 400 milhões em 2013. "Só temos como elogiar", diz Sanovicz.

    Embora satisfeitas com a maioria dos anúncios, a Folha apurou que as empresas aéreas não veem com bons olhos os subsídios para voos regionais. A avaliação é que a medida distorce o mercado, estimulando o surgimento de empresas "aventureiras", sustentadas com subsídios.

    O presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, saiu do evento sem falar com jornalistas. O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, não apareceu. O presidente da Azul Trip, José Mário Caprioli, adotou a cautela. "O diabo mora nos detalhes", disse.

    Para o consultor de aviação Lucas Arruda, subsídios à aviação regional são comuns no mundo. "Servem para estimular o desenvolvimento das primeiras rotas."

    Ele crê que o estímulo vai descentralizar o tráfego aéreo, reduzindo congestionamento nos grandes centros.

    Jorge Barouki, presidente da regional gaúcha NHT, diz que a medida é boa, mas não suficiente. "Há outras medidas que não custariam nada para o governo", diz. "Seria salutar para a aviação regional poder voar para a pista auxiliar de Congonhas."

     

     

    Folha de São Paulo
    21/12/2012

    Planos e concessões abrem ótimas perspectivas para 2013
    MÁRCIO MONTEIRO REIS

    Após um longo período de indefinições, são muito bem-vindos os últimos anúncios do governo de pacotes para investimento em rodovias, ferrovias, portos e o mais recente, de concessão de novos aeroportos -desta vez contemplando os aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG).

    O governo federal sinalizou que essa nova fase de concessão de aeroportos faz parte de um ambicioso plano de revitalização da aviação regional.

    São medidas que devem aumentar o número de rotas das empresas aéreas, permitindo que 96% da população esteja a menos de 100 km de distância de um aeroporto apto a receber voos regulares.

    Após dois anos de intensa discussão, o governo parece que finalmente está encontrando o modelo que julga ideal para a necessária participação do capital privado nos grandes investimentos que estão por vir.

    Essa é uma ótima notícia de final de ano e abre excelentes perspectivas para 2013. É preciso, no entanto, cuidar para que as regras sejam claras e não se caia na tentação de impor o controle do Estado sobre a gestão das atividades privadas.

    Nesse aspecto, o Brasil tem andado na corda bamba ultimamente, como na definição do novo modelo de exploração do pré-sal pelo regime de partilha, na concessão dos aeroportos, no projeto do trem-bala, na instituição de um novo modelo para os portos convivendo com as companhias Docas atuais e em outras tantas situações.

    Além disso, deve-se garantir previsibilidade ao investidor.

    Nesse sentido, deve-se reconhecer certo atraso nas medidas agora anunciadas, já que não é novo o diagnóstico de que o gargalo da infraestrutura é um grande entrave para o crescimento.

    Tampouco há dúvida de que o país precisa de estradas, ferrovias, portos e aeroportos que possibilitem o escoamento de sua produção a custos razoáveis, além de uma matriz energética que garanta o crescimento.

    Com a baixa da demanda externa pelas tradicionais commodities brasileiras, investimentos internos em infraestrutura são também ótimos indutores de desenvolvimento.

    Com a definição clara dos papéis do público e do privado e a conquista da confiança dos investidores, 2013 tem tudo para ser um marco na recuperação da infraestrutura brasileira.

     

     

    Folha de São Paulo
    21/12/2012

    Portugal desiste de vender TAP à Avianca
    Governo alega que não foram dadas as garantias; empresa diz que prazo era até dia 27
    MARIANA BARBOSA

    O governo de Portugal decidiu não vender a companhia aérea TAP para a Synergy, empresa de German Efromovich, dono da Avianca, alegando falha na entrega de garantias bancárias. Efromovich era o único único candidato à privatização da empresa aérea portuguesa. "A Synergy tinha todas as condições de honrar qualquer compromisso que estava lá na proposta. E ia", disse Efromovich à Folha.

    O empresário alega que estava pronto para apresentar as garantias no dia 27, data prevista para o fechamento do contrato.

    "Hoje [ontem] deveria ser o dia da aprovação da oferta. Como você pode emitir carta de crédito em um negócio que não foi aprovado? Você dá a garantia e assina os papeis só depois da aprovação", disse.

    Questionado se estava decepcionado com o cancelamento do processo, ele disse: "A TAP é um negócio de altíssimo risco. Fizemos uma proposta generosa e agressiva. Sou conhecido por correr riscos. E ninguém ofereceu coisa melhor. A empresa é boa, mas tem uma dívida gigantesca e tem que fazer investimentos".

    Efromovich afirmou que sua proposta segue na mesa, caso o governo português decida voltar atrás e deixá-lo apresentar garantias.

    Na eventualidade de o governo abrir uma nova disputa, ele disse que é cedo para dizer se pretende participar.

    "Vai depender da condição da companhia, que pode mudar nos próximos meses."

     

     


    << Início   < Voltar  | |  Avançar >   Última >>