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  • Valor Econômico
    29/10/2012

    Aeroporto de SP investe na proteção de superfícies
    Rosangela Capozoli

    O emprego do cobre nas superfícies de contato está sendo apontado como arma eficaz no combate à infecção hospitalar. Só nos EUA, a infecção contraída em hospitais causa 100 mil mortes anuais e exige investimentos de US$ 80 bilhões. No Brasil, o Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) vem trabalhando junto a hospitais e fabricantes de equipamentos que implicam contato humano para o emprego do cobre, uma prática que só agora começa a ser adotada.

    Em São Paulo, o aeroporto de Congonhas recobriu seus corrimãos e guichês de atendimento com ligas de cobre. No geral, os estudos apontam que o metal é capaz de eliminar cerca de 90% dos micróbios presentes na área recoberta. "Colocamos cerca de 50 metros de corrimão e 10 caixas com superfícies de cobre para dar mais segurança e higiene aos nossos clientes. Para o início de 2013 o projeto é colocar cobre nos quatro elevadores", afirma Urandy Antonio Maschio, gerente de engenharia da concessionária São Parking do Estacionamento do Aeroporto de Congonhas.

    O projeto de empregar o metal em hospitais teve início há cinco anos nos EUA e Europa. "Os testes demonstram, por exemplo, que se há 30 milhões de bactérias em uma superfície de cobre, em 15 minutos esse número cai para 1 milhão, chegando a zero no prazo de 90 minutos. Já em uma superfície de aço inoxidável, no mesmo período, a quantidade de bactérias permanece igual", afirma Antonio Maschietto, diretor executivo do Procobre.

    Apesar do resultado positivo, o Procobre - instituto que faz parte da Internacional Copper Association (ICA), órgão encarregado de liderar a promoção do cobre mundialmente - encontra dificuldade em implantar a cultura no Brasil. "Estamos conversando com alguns hospitais, mas esse setor é bastante conservador. Fizemos uma apresentação junto à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e dois hospitais demonstraram interesse, mas ainda não temos anda de concreto", afirma o diretor.

     

     

    Valor Econômico
    29/10/2012

    Gol conta com Delta para avançar em voos internacionais
    Alberto Komatsu e Cynthia Malta

    A Gol Linhas Aéreas vai concentrar sua expansão internacional nos Estados Unidos, com a criação de um centro de conexão de voos ("hub", jargão em inglês que define um aeroporto que concentra a distribuição de voos) em Santo Domingo, na República Dominicana. Numa segunda etapa, vai oferecer voos a Atlanta, por meio de sua sócia minoritária Delta, que cobre todo o território americano e tem voos diretos para Ásia e Europa. Estrategicamente, esse "é o movimento mais relevante para a Gol nos últimos tempos, com impacto também relevante ao longo dos próximos anos", diz o presidente-executivo da Gol, Paulo Kakinoff.

    O mercado internacional responde por 8% da receita total da Gol e deve crescer no faturamento da companhia. A estratégia no front doméstico é a oposta: a oferta, que já encolheu neste ano, deve continuar sendo reduzida em 2013 (ver reportagem abaixo).

    Além de ter iniciado as vendas de voos para Miami e Orlando, com paradas em Santo Domingo - Nova York, um dos destinos favoritos dos brasileiros, também está incluída -, a Gol já estuda novas cidades a partir da capital dominicana, como Los Angeles e Las Vegas, nos EUA, e até México, disse Kakinoff, no comando da Gol há quatro meses.

    "Nesse momento, a gente achou uma alternativa que é muito interessante para nós em dois sentidos: alcançar uma nova fronteira com o nosso avião, que é o mercado americano, tendo um modelo que comprovadamente tem demanda, um modelo explorado de forma intensa pela Copa [Airlines]", afirmou o executivo.

    Assim como a Gol, a panamenha Copa Airlines opera aviões da Boeing, modelos 737-700 e 737-800. A única diferença é que a Copa também opera aviões da Embraer, da família 190. Para voos de longa distância, os modelos 737 precisam fazer escala para reabastecimento. Isso porque a sua autonomia, de até 5,6 mil quilômetros no caso do 737-800, não permitira um voo direto de São Paulo a Los Angeles, com distância de quase 10 mil quilômetros.

    "A Copa, pelo Panamá, faz a conexão entre a América do Sul e a América do Norte. A gente vai fazer um modelo similar em Santo Domingo", disse Kakinoff. A Gol e a Copa têm um acordo de compartilhamento de voos (do inglês "code share") desde 2005.

    A partir de 2013, a Gol vai ampliar a sua atuação nos Estados Unidos por meio do "code share" com a Delta Air Lines. Em dezembro de 2011, a aérea americana comprou 3% da Gol, por US$ 100 milhões. A ideia é vender todos os voos que a Delta opera a partir do seu centro de conexão de voos, em Atlanta (EUA), no site da Gol.

    "Vamos gerar um ponto de conexão entre as duas empresas. Aonde a Delta não voa de Santo Domingo, a Gol fará a oferta. Onde existe voo da Delta, como entre Santo Domingo e Atlanta, no modelo de 'code share' levaremos o passageiro Gol para Atlanta. De lá, a Delta tem voos diretos para toda a América do Norte, para a Europa e para a Ásia", diz Kakinoff.

    "Nossa expansão, na América do Sul, deverá se manter no ritmo atual, o de uma avaliação constante de malha para identificar um ou outro destino interessante. Mas não um salto, um crescimento tão significativo de malha como esse que nós poderemos ter a partir de Santo Domingo, em especial em parceria com a Delta", disse.

    O presidente da Gol também contou que o futuro da Webjet será definido em dezembro. Redução de quadros da sua controlada e definição sobre a manutenção da marca, entre outros assuntos, estão sendo discutidos entre executivos das duas aéreas em reuniões que terminam nesta semana. O mês de novembro será dedicado às conclusões dos levantamentos que estão sendo feitos. "Semana que vem [esta semana] tem mais uma semana de rodada de reuniões. Depois tem mais um mês para desenhar o plano de integração para ser implementado a partir de dezembro", disse Kakinoff.

    Dois meses depois, em fevereiro, o executivo enfrentará um desafio importante: seu primeiro voo em um avião da Cessna, modelo 1282, sem instrutor.

    Há cerca de 30 dias, Kakinoff começou a ter aulas teóricas e práticas de pilotagem, que terminam em dezembro e fevereiro, respectivamente. Depois disso, terá mais quatro meses de estudos sobre navegação aérea por instrumentos.

    "Eu já tinha vontade de aprender a pilotar antes de entrar na Gol", disse Kakinoff. Quando adolescente, conta, chegou a tentar o curso da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), em Minas Gerais. "Aviação sempre foi uma coisa que estava no radar". Kakinoff acabou fazendo carreira na indústria automobilística, uma de suas grandes paixões - antes da Gol, ele comandava a Audi no Brasil. "O fascínio é pela máquina. E a aviação é o estado da arte em tecnologia".

     

     

    Valor Econômico
    29/10/2012

    Gol vai cortar mais a oferta doméstica
    Alberto Komatsu e Cynthia Malta

    Ao mesmo tempo em que aumenta voos ao exterior, a Gol vai reduzir ainda mais a oferta no mercado doméstico. Com isso, a companhia daria continuidade ao processo, iniciado neste ano, de cortar em 10% as frequências de voos e de encolher até 4,5% a capacidade de assentos por quilômetro. O tamanho do novo corte ainda não está definido.

    Entrevistado pelo Valor, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse: "Nós já fizemos nossa redução de oferta de 10% e estamos avaliando as projeções de demanda com o objetivo de verificar a necessidade de fazermos futuras reduções". Dados da Agência Nacional de Aviação Civil mostram que ainda há excesso de oferta. Em agosto, foram 10 bilhões de assentos por quilômetro voado no país, o maior nível para o mês desde 2000.

     

     


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