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  • Diario do Grande ABC
    29/04/2012

    Como o avião voa?
    Juliana Ravelli

    Apesar de grande e pesado, o avião voa por causa da chamada força de sustentação, que está relacionada ao formato de suas asas (arredondadas em cima e quase retas embaixo). No momento em que o motor - também fundamental para o voo - impulsiona a aeronave na decolagem ou quando já está no céu, o ar passa em maior velocidade na parte superior da asa do que na inferior. Desse modo, surge uma força de baixo para cima que obriga o avião a subir e o sustenta lá no alto.

    Atingir grande altitude torna o voo mais eficiente, além de ser necessário para superar obstáculos (como montanhas e edifícios). É que quanto maior a altura, menor a densidade do ar. Assim, o avião desloca-se com facilidade, precisando de menos combustível e força dos motores. A velocidade, em geral, depende do tempo necessário para percorrer longas distâncias.

    Aeronaves comerciais (que as pessoas usam para viajar), por exemplo, chegam à altitude de 12 mil metros e velocidade de aproximadamente 850 km/h. Para se ter ideia, um carro de Fórmula 1 anda, em média, a 300 km/h.

    É preciso bastante combustível para manter o grandão lá no alto. Aviões a jato usam querosene. Já aqueles que possuem motores semelhantes aos de automóveis utilizam tipo de gasolina especial para aviação. No Brasil, existe uma aeronave agrícola - a única no mundo - abastecida com etanol (álcool).

    Confira animação que mostra como o avião voa no www.blogdiarinho.blogspot.com.br.

    Modelo de papel é coisa séria

    A força de sustentação, que faz as aeronaves sobrevoarem o céu, também é a responsável pelo voo do aviãozinho de papel. É claro que o material do qual é feito e a ausência de motor contribuem para menor permanência no ar. O curioso é que existem campeonatos internacionais em que universitários passam horas desenvolvendo o melhor modelo e método de lançamento para fazê-lo planar por mais tempo.

    Recentemente, o maior avião de papel do mundo sobrevoou os Estados Unidos. Tinha 13 metros de comprimento e 6 metros de envergadura. Um helicóptero o levou a cerca de 1.300 metros de altura e o soltou. O superbrinquedo voou por seis segundos a uma velocidade de 98 km/h, até começar a cair. O formato do projeto foi baseado no aviãozinho de Arturo Valdenegro, 12 anos, vencedor de um concurso cultural.

    Quem fez o primeiro voo?

    Sabe-se que há milhares de anos o homem sonhava em ter a habilidade dos pássaros. Ao longo dos tempos, muitos inventores tentaram criar uma máquina capaz de realizar esse desejo. Ainda hoje, entretanto, há bastante polêmica sobre quem teria feito o voo número um da história. A resposta depende de como definimos o primeiro avião.

    Em outubro de 1906, o brasileiro Santos Dumont sobrevoou o céu de Paris no aeroplano 14-Bis, primeira aeronave movida a motor e hélice. Anos antes, porém, os irmãos norte-americanos Orville e Wilbur Wright já tinham realizado um voo em dezembro de 1903 numa máquina arremessada por meio de uma catapulta. Já os franceses consideram que o primeiro avião foi o desenvolvido por Gabriel Voisin, que voou em janeiro de 1908. O aparelho tinha a capacidade de ser controlado e fazer curvas.

    Além do Brasil, Estados Unidos e França, Inglaterra, Alemanha, Áustria e Nova Zelândia também defendem que seus inventores sejam os pais da aviação. O importante mesmo é que o trabalho de todos foi superimportante para fazer com que um objeto mais pesado do que o ar pudesse voar.

    Saiba Mais

    O peso das aeronaves varia de acordo com o modelo. O Airbus A380, por exemplo, é o maior avião em capacidade de passageiros, podendo transportar de 550 a 853 pessoas. Pode pesar até 560 toneladas!

     

     

    Folha de São Paulo
    29/04/2012

    Planadores encontram céu livre no interior de SP
    Brevê de piloto exige 55 voos ao custo de R$ 8 mil
    JULIANA COISSI

    Urubu no céu é sinal de problema para qualquer aeroporto. Mas a presença dessa ave é um bom indicador para praticantes de voo a vela, que pilotam um planador, aeronave sem motor. Ainda desconhecido no Brasil, apesar de existente desde os anos 1930, o voo a vela exige do praticante não só o gosto pelo esporte -mas também a aventura, o desafio de voar.

    Assim como urubus, o planador, após ser rebocado até o céu, consegue voar usando as térmicas, correntes de ar ascendentes nas nuvens.

    A presença de aves indica que há térmicas no céu, que funcionam como um elevador: empurram para o alto a aeronave, que desce planando até encontrar nova térmica e, assim, prolongar o voo.

    Há 40 aeroclubes no país com voo a vela, sendo um em Bebedouro, na região de Ribeirão Preto, para onde o economista José Eduardo Pontes, 67, que voa desde os 15 anos, se desloca de carro de São Paulo aos finais de semana para a prática do esporte.

    "É algo totalmente único", diz. "Você está no Brasil e de repente olha para baixo e vê uma paisagem maravilhosa que nem sabia que existia."

    Aqui reside uma outra característica que afasta o esporte do olhar das pessoas: grandes centros urbanos deixaram de ter voo a vela por causa do intenso tráfego aéreo, caso de São Paulo e até mesmo de cidades como Ribeirão e Campinas.

    A modalidade confere ao piloto um senso de autocrítica, segundo Henrique Navarro, campeão brasileiro de voo a vela de 2008. "A cada segundo tenho de estar lendo as nuvens, o terreno, identificando onde há térmicas. No planador, o motor é a gente."

    O voo a vela requer do piloto ares de cientista: a disciplina de estudar a meteorologia e de manusear equipamentos eletrônicos.

    Se, no passado, um piloto de planador só dependia de um mapa e uma bússola, hoje o praticante conta com a ajuda de computador, GPS e de sensores, entre outros equipamentos. O principal, porém, é a observação aguda do piloto que, sem motor, depende totalmente da natureza -térmicas, direção do vento e possibilidade de chuva.

    Hoje, são cerca de 600 praticantes no país, informa a FBVV (Federação Brasileira de Voo a Vela). Para obter o brevê de piloto, são necessários 55 voos -custo de R$ 8.000. Em média, leva de seis meses e um ano. Para cada voo, paga-se até R$ 150.

     

     


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