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  • Cruzeiro do Sul
    16/10/2011

    Sorocaba se firma como alternativa a Congonhas
    70% do movimento de pousos e decolagens registrados pelo Daesp dizem respeito à aviação executiva, diz comandante
    Carlos Araújo

    O aeroporto "Bertram Luiz Leupolz" de Sorocaba é a bola da vez como termômetro do crescimento econômico de Sorocaba e região. Dados estatísticos do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) registram 44.452 operações de pousos e decolagens no aeroporto de janeiro a agosto de 2011, ante 26.873 operações no mesmo período de 2010 - um aumento de 65,41%. E a grande responsável por essa performance é a aviação executiva, que migrou para Sorocaba a partir do esgotamento dos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, em São Paulo. Como resultado, o aeroporto de Sorocaba se consolidou como alternativa às opções existentes na capital e que não dão mais conta do aumento no volume de voos.

    Os reflexos em Sorocaba se estendem também às movimentações de passageiros e de cargas, que igualmente registraram crescimento expressivo. Os dados do Daesp também mostram que, no acumulado de janeiro a agosto de 2011, 54.768 passageiros passaram pelo aeroporto de Sorocaba, ante 37.611 em igual período de 2010 - variação positiva de 45,61%. No mesmo período de 2011, o aeroporto movimentou 225 toneladas de carga, contra 171 toneladas também de janeiro a agosto de 2010 - elevação de 31,57%.

    O comandante Walter Santos, diretor da Jet Care Aviation, empresa especializada em gestão de aeronaves executivas e hangaragem de Sorocaba, avalia que 70% do movimento de pousos e decolagens registrados pelo Daesp dizem respeito à aviação executiva. Na sua opinião, o aeroporto local é adequado para jatos executivos de maior porte em comparação com outras opções, até mesmo com Congonhas. Na linguagem dos aeroportos, aviação executiva é aquela composta de aeronaves voltadas à aviação corporativa e uso particulares. Empresas conhecidas como TAM, Gol e Azul operam voos designados como regulares ou comerciais.

    Grandes empresários e executivos com escritórios baseados em Alphaville e Tamboré, na Grande São Paulo, por exemplo, podem demorar uma hora ou mais no deslocamento de carro até Congonhas. Daqueles dois locais até Sorocaba, são 12 a 15 minutos de helicóptero, segundo Walter Santos. Em outro exemplo, um empresário que sai da avenida Faria Lima, em São Paulo, tem a liberdade de utilizar o aeroporto de Sorocaba a qualquer hora do dia ou da noite. Enquanto isso, Congonhas abre às 6h e a partir das 22h45 não recebe mais aviões. De Sorocaba, o empresário pode seguir viagem para qualquer ponto do Brasil ou do exterior.

    Para se ter uma ideia do esgotamento de Congonhas, o aeroporto paulistano oferece 45 a 46 "slots" (espaços para pouso) por hora. Desse total, sobram apenas quatro "slots" para a aviação executiva por hora e às vezes esse número é menor ainda. Em consequência, operadores de aviação executiva procuram alternativas. Sorocaba é uma delas, e outra, Jundiaí. Outra opção seria usar o Campo de Marte, mas este têm restrições de pista e pátios, além do horário de operações se encerrar às 23h00.

    O mecânico aeronáutico Aparecido Carlos Leite, de 47 anos, diz que na oficina onde trabalha entram 5 a 6 aviões por dia para fazer revisões, que podem durar de dois dias até mais de um mês, dependendo do serviço a ser feito. Existem oficinas especializadas em serviços compartimentados, como motores, acessórios, instrumentos.

    Quem possui um avião normalmente são empresas ou executivos de grande poder aquisitivo. Funcionários que trabalham no aeroporto calculam que os preços variam de US$ 5 milhões a US$ 30 milhões, conforme o modelo. Quem embarca ou desembarca aqui e tem como destino ou procedência centros empresariais da Grande São Paulo, embora tenha a opção de usar a rodovia Castello Branco em viagem de carro, prefere o uso mais prático e rápido do helicóptero

    Sorocaba e Jundiaí

    Comparações podem ser feitas entre os aeroportos de Sorocaba e Jundiaí. Na análise de Walter Santos, a pista de Jundiaí, com 1.400 metros de extensão, está limitada a 1.180 metros por conta de obstáculos em uma das cabeceiras. Na outra cabeceira são apenas 1070 metros. Além disso, obstáculos próximos como a Serra do Japi e a altitude da pista (mais alta que a de Sorocaba) interferem na aproximação e na performance das aeronaves. Ele diz que aviões dos modelos Legacy, Falcon Gulfstream e Global Express utilizados em voos intercontinentais, não são recomendados para o aeroporto de Jundiaí. Enquanto isso, o aeroporto de Sorocaba, com pista de 1.500 metros e sem obstáculos de aproximação, tem condições de receber esses modelos de aviões com pouquíssimas restrições. E Sorocaba, além da pista principal, tem pista de táxi adequado à envergadura (comprimento das asas) das aeronaves.

    O aeroporto de Sorocaba também é dotado de centro de serviços de manutenção de aeronaves - uma necessidade para os proprietários de aviões. Entre eles, estão os centros de serviços oficiais da Pratt-Whitney Canada, Bombardier, Dassault-Falcon, Gulfstream, Cessna e Hawker-Beechcraft, Na análise de Walter Santos, essa estrutura faz de Sorocaba, hoje, o principal polo de manutenção aeronáutica do país. A Conal também também é tradicional empresa de manutenção de aviões da cidade. Para Walter Santos, este é outro fator que explica a atração dos proprietários de aviões por Sorocaba. "Quem tem um avião desses quer que ele esteja perto da oficina", descreve. Junto ao aeroporto também existe um aeroclube com escola de aviação civil e cursos teóricos e práticos de piloto de avião.

    Indústria da aviação

    Walter Santos lembra que a indústria da aviação executiva cresceu em média 7% ao ano no Brasil desde 2001. Em 2011, segundo avaliação de outros profissionais ligados ao aeroporto, o crescimento do setor também se deve à estabilização do dólar e à crise nos Estados Unidos. Com o dólar sob controle, sobra mais dinheiro na mão de quem tem recursos e simultaneamente acaba encontrando oferta de aviões a preços mais baixos nos Estados Unidos. "O grande fato é que as empresas nacionais estão tornando-se globais e necessitando de deslocamento rápido, alem do congestionamento dos aeroportos e dificuldade de conseguir passagens internacionais", diz o comandante.

     

     

    D24am
    16/10/2011

    Notificações à Anac sobre empresas aéreas no Amazonas caem quase 30%
    Principais ‘manifestações’ recaem sobre os horários, bagagens e as condições das aeronaves.

    Manaus - O número de ‘manifestações’ de passageiros do Amazonas feitas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) caiu  29,4% de janeiro a setembro e representaram apenas 72 do universo de 18,5 mil registros ao órgão regulador, a maioria pelos horários dos voos, extravio de bagagem e desconforto nos aviões.

    A Anac considera os registros como ‘manifestações’ e observa que podem ser reclamações ou até elogios. Em 2010, foram computadas 102 demandas referentes às companhias. As informações são do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), do Ministério da Justiça.

    Nesse ano, a TAM está na liderança no número de registros com 49 ocorrências, o que representou queda de 38,7% em relação a igual intervalo de 2010, quando foram contabilizados 80 registros. Segundo lugar no ranking, a Gol somou 10 demandas dos usuários. No mesmo período de 2010, foram computadas seis referências à empresa, redução de 40%.

    As três principais reclamações sobre a TAM foram cobrança indevida; cobrança indevida/abusiva e recusa injustificada em prestar serviço. Já os problemas mais citados pelos usuários da Gol foram cláusula abusiva no contrato em desacordo com a legislação; cobrança indevida/abusiva e serviço não fornecido (entrega/instalação/não cumprimento da oferta/contrato).

    A Trip desceu uma posição e foi citada por dez usuários. Em 2011, os registros relacionados a Trip foram, principalmente, por problemas com o contrato, cobrança indevida e serviço não concluído ou fornecimento parcial.

    Segundo as informações repassadas ao órgão pelo Programa Estadual de Proteção e Orientação do Consumidor do Amazonas (Procon/AM), a Varig foi a única que teve aumento nos registros, de seis  para dez.

    Transtornos

    Apesar da queda no número de registros no Procon, muitos passageiros que passam por essas situações não comunicam o problema em órgãos de atendimento ao consumidor. Foi o caso da farmacêutica Carol Costa. Com dois processos contra companhias aéreas, um deles em andamento, ela faz parte da parcela de clientes lesados com os serviços prestados.

    O primeiro problema ocorreu em 2007, em um voo da Gol, com trajeto São Paulo-Manaus “O avião foi desviado para o Ponta Pelada por falta de teto, mas as bagagens foram mandadas para o Eduardo Gomes, só que uma encomenda da USP (Universidade de São Paulo) para a Ufam (Universiade Federal do Amazonas), não foi entregue”, contou. Apenas quatro dias depois, os equipamentos de pesquisa foram devolvidos. Como consequência do transtorno, a passageira processou a companhia, recebendo indenização de R$ 1 mil.

    No feriado da Semana da Pátria, a advogada Viviane Frota planejou uma viagem Manaus-Salvador. “Compramos uma passagem da Gol mais cara, porque fazia só uma conexão em Brasília e estávamos com uma criança, mas de última hora a companhia mudou para um voo que fazia três escalas, demoramos quase 10 horas para chegar ao destino”, disse. A advogada guardou os documentos referentes ao voo e pretende processar a empresa.

     

     


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