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  • Valor Econômico
    14/11/2011

    Juntas, TAM e Gol perdem mais de R$ 1 bi com dólar
    Alberto Komatsu

    A volatilidade do dólar, que encerrou o terceiro trimestre cotado a R$ 1,85, teve forte impacto negativo para os resultados das duas maiores companhias aéreas brasileiras. TAM e Gol divulgaram, na semana passada, prejuízo líquido conjunto de R$ 1,1 bilhão de julho a setembro.

    Desse total, são R$ 619,7 milhões da TAM e R$ 516,5 milhões da Gol. Na comparação anual, as duas empresas haviam apresentado lucros líquidos de R$ 733,5 milhões e R$ 110 milhões, respectivamente.

    "Quando olhamos a operação, o resultado operacional foi bom. O impacto do dólar foi sobre o resultado financeiro, especialmente na dívida de longo prazo, basicamente com bancos e leasing [arrendamento de aviões]", afirmou o presidente da TAM, Líbano Barroso.

    "No terceiro trimestre, devido à política tarifária aplicada pela indústria, verificamos que os clientes compraram com antecedência. Os reajustes de tarifa levam de 60 a 90 dias para terem efeito", disse o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior.

    TAM e Gol mostraram resultados opostos no chamado "yield", um dos principais indicadores do setor. É o valor que cada passageiro paga por quilômetro transportado e que serve para as companhias aéreas corrigirem os preços das passagens

    Na Gol, o yield recuou 7,6% na comparação de terceiros trimestres. Na TAM, esse indicador registrou expansão de 7%. Segundo Líbano, o yield do quarto trimestre tem chances de crescer entre 3% e 5%. Para o vice-presidente de finanças e relações com investidores da Gol, Leonardo Pereira, essa taxa deve avançar ao menos 1% entre outubro e novembro.

    A valorização do dólar em relação ao real no terceiro trimestre também teve reflexo na dívida e na alavancagem de TAM e Gol. Juntas, as duas companhias encerraram o terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 9,4 bilhões, sendo R$ 6,8 bilhões da TAM e R$ 2,6 bilhões da Gol.

    Na divulgação dos resultados, a TAM deu prioridade à relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). A Gol, por sua vez incluiu o arrendamento de aeronaves.

    No critério da TAM, a alavancagem ficou em 4,6 vezes e no da Gol, em 6,4 vezes. Segundo especialistas do setor, uma relação saudável para companhias aéreas oscila entre 3 e 5 vezes. "Se o dólar estivesse em R$ 1,75, essa relação cairia para 4,3 vezes", afirmou Líbano, da TAM. "Não estamos satisfeitos", afirmou Pereira, da Gol, acrescentando, porém, que a situação da empresa é confortável porque não há vencimento de dívida no curto prazo.

    O crescimento da demanda por transporte aéreo teve impacto positivo para a receita líquida das duas empresas, no período avaliado. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o fluxo de passageiros acumula de janeiro a setembro crescimentos de 18,5% nos voos domésticos e de 13,8% nos internacionais.

    As duas companhias somaram no terceiro trimestre receita líquida de R$ 5,1 bilhões, sendo R$ 3,3 bilhões para a TAM e R$ 1,8 bilhão para a Gol. Na comparação com os mesmos períodos do ano passado, os crescimentos foram de 14,5% e de 3,1%, respectivamente.

     

     

    Valor Econômico
    14/11/2011

    Amadeus diversifica oferta e vai investir € 20 milhões no Brasil
    Alberto Komatsu

    A Amadeus, líder global em sistemas de reservas de passagens para cerca de 800 companhias aéreas, passa por um momento-chave em seus 24 anos de operação. Com 70% do seu faturamento, de € 3 bilhões em 2010, gerado pela sua atividade-mãe, a empresa quer nos próximos cinco anos reduzir essa proporção para 50%.

    O objetivo da Amadeus é elevar a parcela atual de 30% de seu faturamento com soluções em tecnologia da informação para diversos setores para 50% até 2016. Além de atender as empresas aéreas, a ideia é ampliar os negócios com outros setores, como varejo e sistema financeiro.

    "Os sistemas de reservas são um mercado já maduro, com crescimento médio de 3% a 4% ao ano. As soluções de tecnologia crescem, em média, 17% a 18%", responde o vice-presidente da Amadeus para a América Latina, o brasileiro Decius Valmorbida, ao ser questionado sobre o motivo da mudança de estratégia.

    Crescer em outros negócios, no entanto, não significa que a Amadeus vai deixar de lado as companhias aéreas. A empresa também quer oferecer serviços de maior valor agregado, como a venda casada de passagens e corridas de táxi, como já acontece na Escandinávia. Em 2010, foram vendidos 40 milhões de bilhetes aéreos naquela região ao Norte da Europa, com a comercialização de 18 milhões de corridas de táxi.

    Para poder crescer com outros setores e consolidar sua posição entre as companhias aéreas, a Amadeus deverá investir ao menos € 400 milhões em 2012, dos quais pelo menos € 20 milhões no Brasil, o mercado de maior crescimento global para a Amadeus.

    O mercado de sistemas de reservas é conhecido mundialmente como GDS, do termo em inglês Global Distribution Systems. São soluções para empresas que têm uma operação mundial e que precisam "conversar" com parceiros, fornecedores e clientes, como a TAM Linhas Aéreas.

    Além das cerca de 800 companhias aéreas, o sistema de reservas da Amadeus está presente em 36,8 mil lojas de locadoras de carros, 90,7 mil hotéis e 90,8 mil agências de turismo.

    Nas soluções de tecnologia para outras empresas, a Amadeus desenvolve a informatização de toda a operação, como documentos fiscais, por exemplo, e setores de recursos humanos. Esse serviço é voltado para empresas que não tem operação global e também pode incluir companhias aéreas.

    Cerca de 70% das ações da Amadeus estão pulverizadas no mercado. Os 30% restantes estão divididos entre a Air France (15,22%), a Lufthansa (7,61%) e a Iberia (7,5%). A Amadeus Brasil foi criada em 1999, com a participação de parceiros brasileiros como a Varig. Em 2004 a Amadeus Global assumiu a operação da sua filial brasileira.

    O último balanço da Amadeus, referente o terceiro trimestre do ano, mostrou faturamento de € 2 bilhões no acumulado dos nove primeiros meses do ano, um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro da companhia antes de impostos cresceu 19,5% de janeiro a setembro, para € 400,6 milhões.

     

     


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