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  • Folha de São Paulo
    31/03/2012

    Anac autoriza o dobro de voos em Congonhas sábado à noite
    Agência colocou à disposição novas vagas em períodos ociosos no aeroporto
    RICARDO GALLO

    A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou dobrar o número de voos no aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) aos sábados à noite e aumentar em até 91% o movimento aos domingos pela manhã. A decisão deixou irados os moradores do entorno, que reclamam do barulho dos aviões e pedem na Justiça a redução do horário de funcionamento do aeroporto.

    A ampliação se dará porque a Anac irá oferecer às companhias aéreas horários livres em Congonhas; só há períodos ociosos aos finais de semana. O sorteio das vagas ("slots") será em 18 de abril. São 227 vagas, diz a agência.

    Se novos voos ocuparem todos os horários disponíveis, o movimento em Congonhas nas noites de sábado e manhãs de domingo será igual ao de um dia de semana: 30 voos por hora, o máximo permitido para voos regulares.

    Aos sábados, das 18h às 22h, o número de voos saltará de 67 para até 136. Das 6h às 11h de domingo, serão até 136 voos, contra os atuais 94.

    A agência afirma que a redistribuição dos horários é prevista em lei e ocorre de tempos em tempos; a última foi em 2010. Diz ainda que não significa necessariamente que todos os horários sejam usados, pois isso depende do interesse das empresas.

    "Será péssimo. Barulho faz mal à saúde mental e física. Eles têm que entender que a vizinhança do aeroporto é ocupada por famílias, crianças", diz Rosangela Lurbe, da associação de moradores de Moema, uma das que lutam por reduzir o horário do aeroporto. "Imagina sábado à noite e domingo de manhã um avião por minuto aqui perto."

    Estudo da Anac de 2011 apontou que o ruído em "nível inaceitável" provocado pelos voos no aeroporto afeta 31 mil pessoas no entorno.

    Congonhas funciona das 6h às 23h. O último voo chega às 22h30. A Prefeitura de SP e os moradores entraram na Justiça para reduzir o horário de operação; Anac, Infraero e as companhias são contra. Ainda não há decisão.

    Ronaldo Jenkins, diretor do sindicato das empresas aéreas, vê a medida como "normal", dentro da lei e do horário definido para Congonhas.

     

     

    Folha de São Paulo
    31/03/2012

    Governo dos EUA reabrirá disputa por avião militar
    Regras para licitação nos EUA saem em abril
    VERENA FORNETTI - MARIANA BARBOSA

    Depois de cancelar contrato de US$ 355 milhões (cerca de R$ 650 milhões) com a Embraer, a Força Aérea dos Estados Unidos prepara nova seleção para a compra de 20 aviões turboélices destinados à missão no Afeganistão.

    Só as americanas Sierra Nevada, parceira da fabricante brasileira no projeto do Super Tucano, e a concorrente Hawker Beechcraft poderão disputar a compra.

    "Depois de estudar as circunstâncias do cancelamento, a Força Aérea decidiu fazer uma emenda ao contrato", disse o órgão à Folha.

    Segundo porta-voz da força americana, as novas exigências deverão ser anunciadas em abril. As duas companhias terão então de refazer suas propostas.

    A Embraer informou que aguarda a divulgação dos requisitos para se posicionar sobre a sua participação.

    O contrato original foi vencido em dezembro pela Embraer e cancelado em fevereiro em resposta à ação impetrada pela Hawker Beechcraft na corte federal dos EUA.

    Desclassificada da disputa em novembro, a Hawker argumenta, na ação, que a Força Aérea não apresentou os motivos de sua eliminação.

    Além da ação judicial, a Hawker apelou para o nacionalismo e para a necessidade de preservação de empregos em um momento de crise para pressionar por uma nova concorrência.

    RECUPERAÇÃO JUDICIAL

    A decisão ocorre em um momento delicado para a fabricante americana, que tenta renegociar suas dívidas, que passam de US$ 2 bilhões.

    A empresa estaria se preparando para entrar com pedido de recuperação judicial, segundo reportagem da agência Reuters publicada na quarta-feira e que cita fontes não identificadas.

    Mesmo que consiga garantir esse fornecimento para a Força Aérea dos EUA, por seu porte, ele dificilmente resolveria o problema de endividamento da companhia, que ainda enfrenta as consequências da queda da demanda por jatos executivos desde o início da crise de 2008.

    Na quinta-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da empresa, de CCC para CC. Na eventualidade de um novo rebaixamento, a empresa entra no grau de risco de "calote seletivo".

    Em São José dos Campos, sede da Embraer, o temor é que os novos requisitos tornem a disputa favorável ao fabricante americano.

    Não será a primeira vez que a Força Aérea americana terá cancelada uma disputa vencida por um estrangeiro, entregando o contrato a um fabricante americano. No começo do ano passado, a europeia Airbus venceu a disputa para fornecer aviões-tanque para a Força Aérea, mas quem levou foi a Boeing.

    INVESTIGAÇÃO

    O porta-voz da Força Aérea disse que a investigação interna sobre os problemas que levaram ao cancelamento do contrato com a Embraer ainda está em curso. "Vamos fornecer mais informação assim que ela estiver disponível."

     

     


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