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  • O Rio Branco.net
    12/03/2012

    Saiba como é a vida de uma comandante de avião

    Apaixonada por aviação desde criança, Karina Buchalla sempre soube que queria viver nas alturas. Mas para chegar a ser comandante em uma grande companhia aérea, foi necessária boa dose de perseverança. Aos 32 anos, Karina conta que teve de vencer preconceitos no início de sua carreira para conquistar seu espaço na aviação.

    “Já sofri muito preconceito em companhias menores. Demorei muito para conseguir emprego, trabalhava de graça em aviações pequenas porque ninguém queria me dar emprego”, diz Karina. “Algumas empresas menores não aceitavam mulheres com medo de que poderiam engravidar, por exemplo.”

    Mas desistir não estava nos planos de Karina, que cresceu admirando a profissão do pai, hoje um comandante aposentado. “Desde pequena sempre me senti melhor dentro de avião que em qualquer outro lugar. Sabia que era isso que eu queria”, conta.

    Ela começou na aviação quando tinha 16 anos, voando em aviões particulares e taxi aéreo. Já sua carreira comercial foi construída na TAM, empresa onde atua há quase dois anos como comandante em voos nacionais. Ao todo, Karina tem quase oito anos de TAM.

    “Nunca tive nenhum caso de preconceito na TAM”, diz a comandante. “Às vezes você sente que é um pouco mais observada pelos próprios colegas por ser mulher”, afirma. “Mas sempre fui muito bem recebida, voei com muitos comandantes experientes que me ensinaram muita coisa. Depende da cabeça de cada um.”

    Dos passageiros, ela conta que recebe mais elogios que críticas. “A maioria sai me cumprimentando. Alguns confessam no fim do voo: ‘entrei no avião com medo, mas gostei. Voo com mulher é mais cuidadoso’”, diz.

    “Fico muito satisfeita quando o passageiro sai feliz da vida. O piloto é vaidoso, a gente gosta de fazer o melhor sempre. Um pouso suave faz bem para o ego”, conta a comandante.

    Karina diz que nunca teve problema mais sério em voo, apenas alguns incidentes como turbulências mais fortes.

    Pelo Brasil e pelo mundo
    Antes de ser promovida a comandante, Karina foi copilota em voos nacionais e internacionais da companhia e voou Fokker-100, que tinha capacidade para 108 pessoas, além de Airbus modelos 319 (144 assentos), 320 (até 174 assentos) e 330 (até 213 assentos).

    Enquanto era copilota de voos internacionais, Karina fez faculdade de aviação civil na Academia de Serviços da TAM, que oferece o curso em parceria com uma universidade. “A vida na internacional é um pouco mais tranquila, nessa época tinha uma vida mais social”, diz.

    Como o piloto pode voar no máximo 85 horas por mês, ela conta que cerca de três viagens internacionais de ida e volta para Paris, por exemplo, já são suficientes para ficar próximo do limite. “Você tem um intervalo um pouco maior entre um voo e outro”, conta Karina.

    De volta aos voos nacionais, agora como comandante, é preciso um pouco mais de jogo de cintura para conciliar vida pessoal com o trabalho. “Como as etapas são curtas, é mais cansativo. Você fica em geral seis dias voando de norte a sul do País, de Foz do Iguaçu a Manaus”, conta. Além disso, também é preciso dedicar tempo a cursos de aperfeiçoamento e exames.

    Descanso e vida em família
    O segredo para conseguir cumprir com as exigências da profissão, segundo Karina, é equilibrar bem as atividades. “Priorizo o descanso, alimentação adequada e procuro fazer academia, para estar com a saúde em dia e também para desestressar”, diz. “Pilotar é uma responsabilidade grande e por isso temos de estar bem descansados”, afirma. “Por isso também voamos sempre em dois, comandante e copiloto.”

    Com uma profissão que exige tanta dedicação, Karina conta que ainda pensa como vai fazer para ter filhos. “Tem que ser uma coisa muito estruturada e planejada”, diz. “Eu não quero largar a carreira, de maneira nenhuma, sempre esteve em primeiro lugar. Se eu tiver de escolher entre ser comandante ou ser mãe, prefiro ser comandante”, afirma Karina, recém-casada com um comandante da TAM.

    Nas conversas em família, é impossível escapar dos temas ligados à aviação. Além do pai e do marido, o irmão mais velho de Karina trabalha como copiloto. “Minha mãe já acostumou, não tem jeito. É muito gostoso, porque hoje a baixinha é toda orgulhosa de mim.”

     

     

    Valor Econômico
    12/03/2012

    Brasil deve ser maior fonte de receita da TAP em 2012

    O Brasil deverá se tornar, em 2012, a maior fonte de receita da TAP, ultrapassando Portugal. A estimativa é do vice-presidente da companhia aérea portuguesa, o brasileiro Luiz da Gama Mór. De acordo com ele, o país deve responder por 25,5% do faturamento da TAP neste ano, ante 25% do mercado português. No ano passado, essa relação ficou em 23% e 27%, respectivamente. Os 50% restantes estão pulverizados em outros mercados, principalmente europeus.

    "Isso mostra a importância do Brasil para nós. Vamos crescer apesar de não planejarmos novos voos e aumento de frota em 2012", diz Mór. Ele conta que o crescimento esperado para o mercado brasileiro virá de novas rotas que foram criadas no segundo semestre de 2011, como Porto Alegre-Lisboa.

    A TAP opera entre 75 e 77 voos por semana entre o Brasil e Portugal, dependendo se o período for de alta ou baixa demanda. Com isso, a empresa está entre as três companhias aéreas estrangeiras com maior quantidade de voos semanais no país.

    Atualmente, a TAP se prepara para ser privatizada e conta com 55 aeronaves da europeia Airbus em sua frota. Incluindo a empresa aérea regional Portugália (PGA), controlada por ela, são mais 16 aviões, totalizando frota de 71 aeronaves.

    Mór afirma que a TAP não deverá inaugurar nenhuma nova rota entre Brasil e Portugal em 2012. Segundo ele, poderá haver aumento de frequências em rotas já existentes, como entre Belo Horizonte e Lisboa. "Não planejamos descontinuar rotas no Brasil. Isso é um palavrão para nós", afirma o executivo.

    A TAP deverá registrar crescimento de 6% no fluxo de passageiros transportados em 2012, diz Mór. Em 2011, o executivo estima que o aumento foi de 9%. Somente nas rotas entre o Brasil e Portugal a companhia transportou 1,532 milhão de passageiros, uma expansão de 7,4% na comparação com 2010.

    A empresa aérea portuguesa só deverá divulgar os resultados financeiros de 2011 em meados de abril. O último balanço, referente a 2010, mostrou lucro líquido de € 62,3 milhões, um crescimento de 8,7% na comparação com o ano anterior.

    A privatização da TAP deverá ter início até o fim do primeiro semestre e o comprador deverá ser conhecido até o fim de 2012, diz Mór. Atualmente, o governo português está escolhendo o banco e os advogados que vão comandar esse processo.

    Segundo Mór, já é certo que a privatização da TAP vai envolver a venda de 100% do capital da companhia. A tendência, diz ele, é a inclusão de todas as empresas controladas pela TAP, ao todo sete.

    Mór integra um grupo de quatro executivos brasileiros que comandam a TAP há 12 anos, incluindo o presidente, Fernando Pinto, que presidiu a Varig entre 1996 e 2000. O mandato deles se encerrou em dezembro de 2011, mas os quatro vão permanecer até a definição da privatização.

    A TAP não tem comentado nomes de interessados no seu processo de privatização. No entanto, já é público o interesse de companhias aéreas como a Qatar Airways e a International Airlines Group (IAG), holding da fusão entre a British Airways e a Iberia. Em dezembro, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disseque há brasileiros interessados na TAP.

     

     


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