:::::RIO DE JANEIRO - 20 DE ABRIL DE 2006 :::::

Valor Economico - Impresso
20/04/2006
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Justiça afasta Bottini da presidência da companhia
Janaina Vilella

(Com Folhapress, de São Paulo)

Na tentativa de acelerar o processo de constituição dos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), o juiz da 8 Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, deferiu pedido dos credores da Varig no sentido de antecipar a nomeação do banco Brascan como gestor do FIP-Controle e da consultoria Alvarez & Marsal como administradora da aérea. Com a decisão, Marcelo Bottini, que hoje acumula as funções de presidente e gestor interino do processo, seria afastado do dia-a-dia da empresa.

Em seu parecer, Ayoub deixou claro que o afastamento da atual diretoria não seria resultado de atos ou erros de conduta, como por exemplo, a descapitalização da empresa injustificadamente, e sim uma "medida para agilizar o cumprimento do plano de recuperação". O juiz ressaltou que a troca do gestor interino já constava do plano inicial da companhia. Procurado pelo Valor, Bottini não foi encontrado para comentar a decisão da Justiça.

Caberá a Alvarez & Marsal indicar os novos membros do conselho de administração e da diretoria da Varig. Mas os nomes ainda passarão pelo crivo do Brascan, futuro gestor do FIP. O FIP funcionará como novo núcleo de controle e gestão da Varig. "Essa decisão do juiz dá um choque de credibilidade e de gestão profissionalizada na Varig", resumiu uma fonte.

O Valor apurou que, com o afastamento de Marcelo Bottini, o executivo mais cotado para assumir a gestão da empresa seria Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, que tem acompanhado de perto o processo de recuperação da companhia. A firma americana tem experiência na reestruturação de grandes empresas e já participou dos processos da US Airways e da Aeromexico.

Ontem, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou que o órgão não rejeitou a venda da ex-subsidiária da Varig, VarigLog, para a Volo do Brasil. Ele explicou que a agência vetou temporariamente a operação porque a Volo não entregou uma certidão da Justiça Federal referente a débitos com o INSS. A Anac deu um prazo de 15 dias para a apresentação dos documentos. A assessoria de imprensa da Volo informou, no entanto, que os papéis já estão prontos e serão entregues à direção da agência nas próximas 48 horas.

Zuanazzi afirmou ainda que a Volo, que tem como sócios o fundo de investimentos americano MatlinPatterson e os brasileiros Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo, possui capital nacional, ou seja, não excede o limite de capital externo permitido pelo governo para operar no mercado de aviação brasileiro. O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) havia entrado com reclamação na Anac sobre a compra, alegando que o consórcio era formado por capital estrangeiro e excedia o limite de 20% previsto pela legislação.

O veto da agência poderia jogar um balde de água fria nas negociações da ex-subsidiária com a Varig. A VarigLog ofereceu uma proposta de compra pela Varig de US$ 400 milhões que ainda precisa ser analisada pelos credores em assembléia marcada para 2 de maio.

No caso de uma eventual paralisação da Varig, as companhias aéreas integrantes da Star Alliance já elaboraram planos de contingência. A informação, divulgada pelo "Jornal de Negócios" de Portugal, tem como fontes o presidente da TAP e ex-presidente da Varig, Fernando Pinto, e também o chefe-executivo da Star Alliance, Jaan Albrecht. A Star Alliance é uma associação comercial de 18 empresas aéreas que facilita conexões e o compartilhamento de vôos entre essas parceiras.


O Globo - Impresso
20/04/2006
Dilma critica gestão da Varig e volta a descartar ajuda do governo à empresa


Ricardo Galhardo* e Erica Ribeiro

OSÓRIO (RS) e RIO. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, descartou ontem a possibilidade de o governo liberar verbas para socorrer a Varig. Dilma criticou diretamente a gestão da Fundação Ruben Berta na empresa e disse que liberar dinheiro para a Varig agora só aprofundaria a crise.

- O governo não pode fazer generosidade com dinheiro público — disse Dilma, depois de uma visita ao complexo de geração de energia eólica de Osório (RS). — A Varig esbarrou em uma impenetrável barreira que consiste em uma característica muito peculiar da Fundação Rubem Berta, que sem dúvida nenhuma teve problemas públicos e notórios de gestão.

Segundo a ministra, a previsão de déficit operacional da Varig este ano é de R$ 1 bilhão.

Dilma afirmou que se aparecer algum grupo interessado em comprar a Varig, oferecendo garantias, o governo liberar financiamento do BNDES. Ontem, o presidente-executivo da TAP, Fernando Pinto, disse à imprensa portuguesa que a companhia continua interessada em adquirir a Varig, mas só após sua reestruturação. A TAP e a Star Alliance (aliança de companhias aéreas, incluindo a Varig, que compartilham vôos) afirmaram que têm planos de contingência para atender à demanda de passageiros, caso a empresa brasileira se veja obrigada a interromper seus serviços.

Dilma lembrou que o governo é o maior credor da Varig — tem a receber 60% da dívida de R$ 8,5 bilhões. O não pagamento das dívidas vencidas faz parte do acordo firmado entre a Varig e a Justiça quando a empresa se enquadrou na nova Lei de Falências. A ministra descartou a possibilidade de a BR vender combustível à Varig a prazo sem garantias:

- Por que ela não pede isso à Shell, que fornece 25% do combustível da Varig?

Dilma disse que o governo tem interesse em preservar a marca Varig, garantir o maior número possível de empregos e evitar a paralisação da empresa. Em Porto Alegre, centenas de funcionários da Varig protestaram em frente a um hospital que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve liberar a venda da VarigLog à Volo Brasil (do fundo americano Matlin Patterson e de investidores brasileiros) assim que receber uma certidão negativa de débito com o INSS que está pendente. A Anac deu prazo de 15 dias, a contar de ontem, para a Volo entregar o documento. A Volo informou que o documento seria entregue em 48 horas. Segundo o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, a agência não autorizou ainda a compra por causa da falta do documento:

- Quando recebermos, vamos nos reunir de novo e dizer que está autorizado.

Para o presidente da Anac, a Volo tem pelo menos 80% do capital nas mãos de brasileiros, como manda a lei. A Volo fez uma proposta de compra da Varig por US$ 400 milhões, que deve ser votada pelos credores em maio.


Valor Economico - Impresso
20/04/2006
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"Aproveitem para reivindicar", diz Lula
Sérgio Bueno

Em clima de campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou ontem uma maratona de inaugurações e protestos no Rio Grande do Sul. No dia do Índio, Lula apresentou-se aos indígenas como o mais indicado para atender às demandas das comunidades e incentivou-os a reivindicarem por mais ações do governo.

Lula: "Não tenham medo de reivindicar. Aproveitem e reivindiquem no meu governo, porque se eu não atender, será muito mais difícil ser atendido"
No primeiro compromisso do dia, em Tenente Portela, a 450 km de Porto Alegre, comemorou a festividade e inaugurou a implantação do programa Luz Para Todos na reserva da Guarita, que abriga 7 mil caingangues e guaranis.

"Não tenham medo de reivindicar. Aproveitem e reivindiquem no meu governo, porque se eu não atender, será muito mais difícil ser atendido", disse. Antes disto, o cacique caingangue Valdonês Joaquim havia pedido a demarcação de novas áreas indígenas no Estado e a ampliação da reserva da Guarita, além de crédito para a agricultura local, apoio à produção de artesanato e o aproveitamento de índios "estudados" nos quadros da Funai. O presidente também inaugurou na Guarita a primeira rádio comunitária em uma reserva indígena do país.

Depois de relacionar os investimentos feitos nos últimos três anos pelo governo em projetos de educação, saneamento e assistência social via Bolsa Família em comunidades indígenas no país, Lula disse que ainda "falta muita coisa a fazer" em outros setores. "Mas sabemos que o melhor jeito é fazer uma coisa de cada vez", afirmou.

Lula reconheceu a "crise" enfrentada pela agricultura e assegurou que quer ajudar "todos" os produtores rurais, menos aqueles que por "esperteza" deixam de pagar os financiamentos agrícolas.

O tema foi também motivo de uma crítica ao Congresso. "Em época de eleição a coisa mais fácil é aparecer um plano salvador no Congresso Nacional", disse. "Fui obrigado a vetar um projeto dando R$ 7 bilhões a 590 fazendeiros e fizemos uma medida provisória (de R$ 16 bilhões) para ajudar os menores".

Conforme Lula, o programa Luz Para Todos, que até 2008 pretende levar energia elétrica a 12 milhões de pessoas sem acesso ao serviço nas regiões mais interioranas do país (2,8 milhões já foram atendidas), mostrou a ele, "lamentavelmente só aos 60 anos (de idade) e no último ano de governo", que nada é impossível. "A única coisa impossível é Deus pecar", afirmou.

Do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), Lula recebeu um documento assinado pelo governador e outros líderes políticos gaúchos defendendo uma "interferência rápida" do governo federal para a sustentação da Varig, que está em processo de recuperação judicial.

Depois de visitar as instalações da ala de emergência do hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, onde autografou bandeiras, camisetas e jalecos, Lula seguiu para o Sindicato dos Metalúrgicos e foi recebido sob protestos de funcionários da Varig, de servidores públicos, de ex-militantes petistas e de filiados ao PSTU e P-SOL. No discurso para cerca de 300 pessoas, classificou os manifestantes de "sectários" e disse que "aumenta a quantidade de denúncias e leviandade" a cada vez que ele aparece na frente nas pesquisas. "Muitas pessoas que estão protestando não vão precisar de um hospital público. Tem gente que odeia que a gente faça coisa para pobre."

O presidente deve ir amanhã ao Rio de Janeiro para anunciar a auto-suficiência brasileira de petróleo.


O Globo - Impresso
20/04/2006
Mais cancelamento em março



A Varig teve um dos piores índices de regularidade (não-cancelamento de vôos) em março, disse a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nos vôos domésticos, teve 77%, contra 90% em fevereiro e 91% em março de 2005. Nos internacionais, tinha 90% em fevereiro e fechou março com 83%. Em março de 2005, eram 90%.

Em pontualidade, a Varig melhorou em março, com 90% nos vôos domésticos, contra 88% em janeiro e 95% em março de 2005. Nos internacionais, manteve os 86% dos dois primeiros meses do ano.

Nos dez primeiros dias de abril, a Varig tinha 2.612 operações internacionais previstas, mas houve 743 cancelamentos e 390 atrasos (72% de regularidade). Nos domésticos, houve 134 cancelamentos e 128 atrasos nas 798 operações (83% de regularidade).

A TAM foi a mais regular em março, com 96% nos vôos domésticos e 99% nos internacionais. A Gol teve 95% e 94%, respectivamente, mas foi a mais pontual em março nos domésticos, com 98%. Nos internacionais, a mais pontual foi a TAM, com 97%.




O Globo - Impresso
20/04/2006

A luta continua

Alcelmo Gois

Desde que o juiz Luiz Roberto Ayub afastou a hipótese de decretar a falência da Varig, houve incremento na venda de passagens.

Na comparação entre quinta passada, último dia útil antes do feriadão, e terça, primeiro dia útil depois da notícia, a procura por bilhetes cresceu 33%.




Valor Economico - Impresso
20/04/2006
Ações da Varig atraem investidores audaciosos

Carolina Mandl

Em meio a uma complicada recuperação judicial, há quem tema hoje comprar uma passagem da Varig. No entanto, existem investidores dispostos a embarcar no turbulento desempenho dos papéis da companhia aérea na bolsa de valores.

Desde o início de abril, mesmo diante de um cenário que em nada se parece com um céu de brigadeiro, a ação da Varig - tradicionalmente de baixa negociação - começou a ser comprada e vendida num ritmo bem mais intenso.

Em sete dias, os papéis da empresa subiram cerca de 55%, superando o desempenho das concorrentes Gol e TAM - altas de 4,6% e 10,8%, respectivamente.

Esse desempenho poderia despertar o interesse de um investidor mais desavisado. No entanto, analistas ouvidos pelo Valor avaliam que essa não é uma aplicação para qualquer tipo de investidor. "É risco puro, para quem gosta de fazer uma fezinha", afirma Marcus Eduardo de Rosa, diretor comercial da corretora Planner. Rosa diz que a ação da Varig tem sido recomendada pela corretora para um perfil de investidor mais sofisticado, familiarizado com o risco.

Segundo Carlos Albano, analista de aviação do Unibanco, as pessoas que compram hoje os papéis da Varig consideram que, se ela voltar a uma situação de normalidade, as ações irão se valorizar. "É um investimento que pode virar pó ou ouro, que eu só indico para quem anda de montanha-russa sem cinto de segurança", diz.

O que está em jogo ao se comprar um papel da Varig é a capacidade de a empresa se recuperar judicialmente, evitando a falência. Caso ela pare de funcionar, o investidor perde toda sua aplicação.

"Pode-se olhar também um ganho rápido, entre o sobe-e-desce do papel", afirma Wagner Salaverry, sócio da corretora Geração. Mas na hora de sair desse investimento também se pode encontrar dificuldade, já que a ação tem baixa liquidez.

O controle da companhia aérea é da Fundação Rubem Berta. Mas outros investidores institucionais têm uma participação relevante na companhia aérea. É o caso da Interunion Capitalização, uma instituição em liquidação com 7,9% da Varig.

Outro investidor relevante, segundo a base de dados da Thomson Financial, é o Opportunity Asset Management, com 5,6% do capital. Dório Ferman, gestor do Opportunity, diz que não está avaliando a venda dos papéis. "Compramos o papel faz muito tempo. Nem consigo me lembrar. Como ele representa apenas 0,03% dos nossos ativos, achamos que não vale a pena analisar se é o caso de vender ou não", diz Ferman. "Nem sempre acertamos na avaliação de um investimento. Esse foi um de nosso erros", diz.


Valor Economico - Impresso
20/04/2006
Indicadores operacionais pioraram em abril

Daniel Rittner
(Colaborou Janaina Vilella, do Rio).

O agravamento da crise da Varig já atingiu as operações da empresa e fez aumentar o número de cancelamentos de vôos, principalmente nas rotas internacionais. De cada quatro decolagens ao exterior entre os dias 1º e 10 de abril, pelo menos uma foi indevidamente cancelada. Pioraram também os indicadores nas linhas domésticas.

Nos dez primeiros dias do mês, o índice de regularidade da Varig, que mede o número de cancelamentos de vôos, foi de 72% para as rotas ao exterior. É o nível mais baixo desde 1999, início da série do Departamento de Aviação Civil (DAC), que vem sendo gradualmente substituído pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

De 2.612 vôos internacionais programados até 10 de abril, 743 foram cancelados. O pior resultado para a companhia era de setembro de 2002, quando o índice atingiu 79%. O indicador vem piorando paulatinamente, desde o começo do ano Era de 90% em janeiro e em fevereiro; em março, caiu para 83%. As demais companhias alcançaram índices, no mês passado, de 99% (TAM) e 94% (Gol).

Nas operações domésticas, a Varig também apresentou desempenho ruim. Em março, de 9.149 vôos, foram cancelados 2.294 - 83% de eficiência. O indicador se manteve em 83% no mês passado. É o pior do mercado. As demais companhias atingiram índices de regularidade de 100% (BRA), 98% (OceanAir), 96% (TAM) e 95% (Gol). Para o diretor-presidente da Anac, Milton Zuanazzi, a Varig está dentro dos padrões internacionais. "Se ocorrer atraso em um avião da Varig, é notícia. Se houver de outra, não é notícia", disse.


Valor Economico - Impresso
20/04/2006
Destaques

(Altamiro Silva Júnior)

A Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) quer atrair mais empresas brasileiras. Ontem à tarde, Alex Ibrahim, diretor da NYSE, falou em uma teleconferência, promovida pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), das vantagens de ter ações em Nova York. Entre elas, maior visibilidade para os investidores globais e maior liquidez para os papéis. Hoje, um investidor americano tem 18% de seu patrimônio em ações de empresas não-americanas, a maior taxa dos últimos anos. Sobre as taxas de listagem na NYSE, Ibrahim disse que o teto anual foi reduzido de US$ 1 milhão para US$ 500 mil. Já as taxas mínimas subiram de US$ 35 mil para US$ 38 mil. Desde 2004, apenas três brasileiras listaram ações na NYSE: Gol, CPFL e TAM. Elas captaram juntas US$ 3 bilhões.


19/04/2006 - 23h14
Folha de S.Paulo
Vara empresarial julgará arresto de bens da Varig

A decisão sobre o arresto de bens da companhia agora cabe à 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

Na semana passada, a 14ª Vara de Justiça do Trabalho concedeu liminar a trabalhadores da Varig determinando o arresto (apreensão) dos bens da empresa aérea como garantia do pagamento de passivo com trabalhadores.

Hoje, o Tribunal de Justiça reconheceu o conflito de competências e concedeu liminar determinando que a decisão fique a cargo da vara que analisa o plano de recuperação da Varig.

19/04/2006 - 20h36
Folha Online
Maeli Prado participa de bate-papo sobre a crise da Varig

A jornalista Maeli Prado, repórter do caderno Dinheiro, participa nesta quinta, às 17h, de bate-papo sobre a crise da Varig. No chat, a jornalista responderá a dúvidas dos leitores e discutirá o futuro da companhia aérea.

Há quatro anos na Folha, Maeli Prado cobre o setor aéreo brasileiro desde 2003.

Ex-correspondente em Buenos Aires, a jornalista iniciou a carreira no jornal "Valor Econômico" e trabalhou no "Agora".

Os bate-papos com jornalistas da Folha são abertos ao público em geral, mesmo para quem não é assinante da Folha ou do UOL.

Para participar, basta estar conectado à internet e acessar o site da Folha Online, no www.folha.com.br.

Do site da Folha Online, o internauta é levado para seção de bate-papos do UOL. O internauta tem, então, que digitar um 'pseudônimo', o nome pelo qual aparecerá na sala, e seguir os procedimentos de segurança do UOL para entrar no chat.

19/04/2006 - 19h39
Folha Online
Varig cancela e atrasa mais vôos, mostra Anac

A crise financeira piorou a qualidade dos serviços da Varig. De acordo com levantamento divulgado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a empresa teve uma das piores avaliações entre as companhias aéreas brasileiras no mês passado.

O índice de eficiência operacional da Varig nos vôos domésticos --média entre regularidade e pontualidade- - despencou de 80% em fevereiro para 70% em março.

No quesito regularidade nas rotas domésticas, que registra o cancelamento de vôos, o indicador da Varig caiu de 90% em fevereiro para 77% em março. O índice de pontualidade dos vôos domésticos passou de 88% para 90% de fevereiro para março.

A deterioração dos indicadores de qualidade operacional da Varig é registrada desde dezembro, quando os números apresentaram queda considerável.

Outras companhias

O índice de eficiência operacional da TAM, líder do mercado aéreo doméstico, subiu de 88% para 92% de fevereiro para março. Neste período, o indicador de regularidade evoluiu de 93% para 96%. A pontualidade subiu de 96% para 97%.

A Gol, segunda maior empresa do mercado doméstico, registrou em março um índice de eficiência operacional de 93% --superior aos 87% de fevereiro. Essa evolução foi acompanhada de melhora no indicador de regularidade, que subiu de 90% para 95% e da pontualidade, que subiu de 97% para 98%.

Valor Online
19/04/2006 19:38

Em dia movimentado, ações da Varig têm queda forte; TAM e Gol registraram alta
Murillo Camarotto

SÃO PAULO - Em meio às turbulências vividas pela Varig, as expectativas para os resultados de suas concorrentes diretas, TAM e Gol, estão sendo revisadas pelo mercado. Diante deste cenário, a tendência natural para as ações dessas companhias é de queda para a Varig e de alta para TAM e Gol.

Esses movimentos foram intensificados com a notícia, publicada hoje nos jornais, de que a Agência Nacional de Aviação (Anac) reprovou a venda da VarigLog para a Volo Brasil, tornando ainda mais complicados os planos da Varig. Esta tarde, entretanto, o diretor da Anac, Milton Zuanazzi, negou que tenha rejeitado a venda da VarigLog à Volo do Brasil S.A.. Segundo ele, a Anac apenas deixou de autorizar a venda porque ainda falta um documento para a conclusão do processo.

Além disso, o banco suíço UBS divulgou relatório elevando a recomendação para as ações de TAM e Gol.

A percepção do mercado ficou bastante clara ao final do pregão de hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As ações da Varig, que ontem registraram surpreendente alta de 46%, fecharam o dia em baixa de 15,23%. Já os papéis preferenciais da TAM seguiram o caminho inverso, encerrando o pregão com elevação de 5,14%. Com desempenho um pouco mais modesto, as ações preferenciais da Gol subiram 1,76%.

As fortes oscilações observadas no papel da Varig podem ser traduzidas, segundo alguns analistas, por movimentos especulativos, de investidores pessoa física, que buscam ganhos na volatilidade diária, ocasionada pelas notícias relativas à recuperação judicial da companhia.

De acordo com o analista da Geração Futuro Corretora, Mauro Giorgi, não existe base técnica para os altos e baixos nas ações da Varig. " O papel está se movendo ao sabor do noticiário ininterrupto que se vê sobre a companhia " , avalia. Ele explica que, atualmente, não existem condições para se fazer avaliações sobre o futuro da Varig. " Analisar pelo resultado, por exemplo, é impossível " , salientou Giorgi.

Ele lembrou que não há investidores qualificados com grandes posições em papéis da Varig, o que deixa o movimento de mercado " na mão " dos investidores de curtíssimo prazo.

Valor Online
19/04/2006 19:17
Banco UBS eleva recomendação para ações de TAM e Gol

Murillo Camarotto

SÃO PAULO - Em relatório divulgado hoje, o banco suíço UBS elevou a recomendação para as ações das companhias aéreas TAM e Gol de " neutro 2 " para " comprar 2 " . A melhoria na avaliação faz parte de uma revisão das estimativas para os resultados das duas empresas, em função da crise vivida pela Varig.

O analista Rodrigo Góes, responsável pelo documento, elevou também o preço alvo das ações da TAM para R$ 80 no prazo de 12 meses. Após um período de restrição, em que o preço alvo estava em R$ 56, o UBS voltou a acompanhar o desempenho da TAM. No relatório, o analista faz questão de expor a preferência da TAM sobre a Gol.

Em um cenário de possíveis melhorias na participação das duas companhias, o UBS também revisou as perspectivas para os resultados financeiros de TAM e Gol. A geração de caixa medida pelo Ebitdar (lucro antes dos impostos, amortizações, depreciações e aluguéis de aeronaves) da TAM foi elevada em 15% para os próximos dois anos. No caso da Gol, a ajuste ficou positivo em 8% para este ano e 11% para 2007.


Agência Brasil
19:32 19/04
Manifestantes pedem ao presidente ''acerto de contas'' com a Varig


Porto Alegre - Cerca de 500 manifestantes aguardaram, nesta tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em frente ao Hospital Conceição, para pedir que o governo federal apóie o plano de recuperação da Varig.

presidente e o ministro da Saúde, José Agenor Álvares da Silva, participam, neste momento, da inauguração da nova emergência do hospital, vinculado Sistema Único de Saúde (SUS) e pertencente ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), o maior complexo público do setor no Rio Grande do Sul.

Os manifestantes são, em sua maioria representantes dos sindicatos dos pilotos, dos aeroviários e dos mecânicos de vôo, e pedem que o governo faça "um acerto de contas" com a companhia aérea, que está em crise.

"A idéia é que o governo faça um acerto de contas com a empresa. Não é pegar dinheiro público, como está sendo divulgado", afirmou um dos manifestantes, o comissário de bordo Caio Vinícius, que tem 45 anos e trabalha há 24 anos na Varig. Segundo Caio Vinícius, o acerto refere-se ao Plano Verão, implantado em janeiro de 1989, quando as tarifas aéreas foram congeladas.

Referência hospitalar para os pacientes de 39 postos de saúde da capital gaúcha e para 12 unidades do serviço de Saúde Comunitária do GHC, o serviço de emergência do Conceição atende cerca de 800 pessoas por dia. A obra contou com investimento de R$ 5,8 milhões do programa do Ministério da Saúde para a qualificação das urgências e emergências, o QualiSus.

 

Folha Online
19/04/2006 - 18h47

Agência diz que ainda pode aprovar compra da VarigLog pela Volo
CLARICE SPITZ

O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, informou hoje que a agência ainda poderá aprovar a compra da VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, pela Volo, a empresa criada no Brasil pelo fundo americano Matlin Patterson.

Ontem a Anac chegou a divulgar que o negócio havia sido rejeitado porque os proprietários da Volo não haviam pedido autorização. Hoje, entretanto, Zuanazzi informou que a agência não chegou a analisar o processo e que o aval será dado desde que a empresa cumpra todas as exigências legais.

A concretização do negócio é importante para a própria Varig porque a VarigLog apresentou proposta de US$ 400 milhões para comprar a empresa.

Segundo Zuanazzi, a venda ainda não foi autorizada em razão da falta de uma certidão da Justiça Federal sobre débitos junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Um dos proprietários da Volo, Marco Antônio Audi tinha dívidas com o INSS em fase de execução no valor de R$ 838,8 mil. Ele afirma, porém, que já quitou a dívida.

Zuanazzi disse ter se encontrado com donos da Volo hoje no Rio de Janeiro, entre eles o investidor Lap Chan, que representa o fundo Matlin Patterson, e Audi. No encontro, ele afirmou ter sido comunicado de que a certidão já havia sido providenciada e que seria remetida "nos próximos dias".

"No momento que isso ocorrer, a agência se reúne de novo e diz que está autorizado", disse.

Segundo ele, a Anac tem entre 15 dias a 30 dias para se pronunciar, mas o processo pode ser agilizado. "Se chegar o documento amanhã, nós podemos analisar o mais rápido possível."

O presidente da Anac também descartou que exista desnacionalização no caso da venda da VarigLog para a Volo.

A Volo foi acusada pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) de ser uma "laranja" do Matlin Patterson, que, como fundo estrangeiro, não pode ter mais de 20% de participação em companhias aéreas no Brasil, de acordo com a legislação vigente.

"Nós pedimos informações à Volo, ela prestou essas informações e a conclusão de nossa equipe é que não há desnacionalização. O capital é como manda a lei acima de 80% nacional", afirmou.

Contingenciamento

Zuanazzi declarou ainda que a Varig mantém boas condições de segurança e operação, mas que mesmo assim a agência tem um plano de contingenciamento para o caso de ela parar de operar.

"Uma agência reguladora que não fizer um contingenciamento é um poder irresponsável. O poder concedente tratar publicamente de um contingenciamento se antes não resolver o problema para que a empresa continue operando é irresponsável também", afirmou.

Ele disse ainda que observa uma espécie de perseguição em relação à companhia.

"Às vezes se ocorrer um atraso com um avião da Varig é notícia, se ocorrer um atraso em outro avião não é notícia. É um aspecto real, mas temos que olhar o conjunto."

Agencia Brasil
18:36 19/04
Governo gaúcho encaminha a Lula carta com reivindicações em defesa da Varig

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil


Porto Alegre - O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, encaminhou hoje (19) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento, preparado por ele e pela Assembléia Legislativa do estado, com reivindicações em defesa da Varig.

A informação foi dada pelo coordenador dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsillac.

Segundo Marsillac, a carta, apoiada por deputados de todos os partidos, pede o reexame da questão da intervenção no fundo de previdência da Varig, o Aerus, prazo da BR e carência da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária).

O documento reivindica também a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como financiador de potenciais investidores interessados na capitalização da empresa.

O Dia - Economia
19/4/2006 18:23:00
Volo Brasil tem 15 dias para entregar documento e validar compra da VarigLog


Rio – O diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, negou nesta quarta-feira que tenha rejeitado a venda da Varig Logística (VarigLog) à empresa Volo do Brasil S.A.. A Anac apenas deixou de autorizar a venda porque ainda falta uma certidão da Justiça Federal sobre débitos da Volo do Brasil junto à Previdência Social. A empresa tem 15 dias para apresentar o documento.

Zuanazzi explicou que, assim que a documentação da Volo do Brasil for apresentada, o processo de venda poderá ser executado. "O que há é um processo de autorização inconcluso. É nesse sentido que nós aguardamos que a Volo do Brasil preste essas informações para que a gente possa autorizar. Não houve rejeição, porque não é nosso papel rejeitar", afirmou.

Segundo Zuanazzi, representantes da empresa garantiram hoje, em uma reunião com a direção da Anac, que o documento já está sendo providenciado e que será encaminhado à Anac em breve.

A Volo do Brasil é uma empresa composta por três empresários brasileiros e pelo fundo norte-americano Matlin Patterson. Zuanazzi explicou que, apesar de contar com capital estrangeiro, a Volo do Brasil não fere a legislação porque conta com pelo menos 80% de capital nacional.

Segundo o diretor da Anac, apesar da crise, a Varig tem mantido a segurança, a pontualidade e as principais rotas no país. Segundo ele, a pontualidade de março deste ano foi melhor que a registrada no mesmo período em 2005.

Zuanazzi afirmou que a Anac quer a recuperação da companhia aérea, porque a empresa tem compromisso com o cliente e é um nome forte no mercado internacional.

Ele não quis comentar sobre um possível plano de contingência da Anac caso da Varig deixasse de operar suas rotas aéreas no país. O diretor disse apenas que seria uma irresponsabilidade da agência não ter um plano, mas que seria também irresponsável falar sobre esse plano enquanto a Varig estiver operando.
Com informações da Agência Brasil

Estadão
19 de abril de 2006 - 17:44
Anac esclarece que venda da VarigLog para Volo depende de documentação
Mônica Ciarelli

RIO DE JANEIRO - O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, esclareceu hoje que o órgão não rejeitou a venda da VarigLog para a Volo do Brasil. O executivo explicou que a operação ainda tem algumas pendências. O fato é que a Volo ainda não entregou toda a documentação necessária para se cumprir os trâmites legais do processo. Hoje, Zuanazzi esteve reunido com representantes da Volo, que se comprometeram a encaminhar os documentos nos próximos dias. A Anac fixou um prazo de 15 dias, mas, que pode ser postergado. Para completar o processo, a Volo precisa entregar uma certidão da Justiça Federal referente a débitos com o INSS.

O veto da Anac deve afetar o rumo das negociações em torno da Varig, já que a VarigLog havia feito uma proposta para assumir o controle da companhia aérea. Contudo, Zuanazzi descartou que a oferta da Volo do Brasil pela VarigLog quebre o limite de capital externo permitido pelo governo para se operar no mercado de aviação brasileiro. Esse era um dos questionamentos do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). Com essa postura, o executivo indica que uma oferta da VarigLog pela Varig, atualmente sob processo de recuperação judicial, também não iria encontrar barreiras para ser aprovada pelo órgão.

Zuanazzi lembra ainda que, apesar da Volo do Brasil ter em seu grupo de controle o fundo americano Matlin Patterson, a empresa tem mais de 80% de seu capital formado por investidores nacionais, como determina a legislação brasileira.

19/04/2006 - 15h36
Folha Online
Aéreas estrangeiras já têm plano de contingência se Varig parar

As companhias aéreas integrantes da Star Alliance já elaboraram planos de contingência para uma eventual paralisação da Varig.

A informação, divulgada pelo português "Jornal de Negócios", tem como fontes o presidente da TAP e ex-presidente da Varig, Fernando Pinto, e também o chefe-executivo da Star Alliance, Jaan Albrecht

A Star Alliance é uma associação comercial de 18 empresas aéreas que facilita conexões e o compartilhamento de vôos entre essas parceiras. Entre as afiliadas estão a Varig, Air Canada, Lufthansa, Swiss e United.

O plano de contingência, segundo Fernando Pinto, serviria para facilitar as conexões de passageiros da TAP e de outras empresas da Star Alliance no Brasil caso a Varig deixe de oferecer vôos no mercado doméstico. O Brasil é hoje o principal mercado da TAP fora de Portugal.

Fernando Pinto não detalhou esse plano e disse que não acredita na paralisação da Varig. Ele afirmou também que a TAP pode voltar a fazer uma proposta para assumir a gestão da Varig --no ano passado, as negociações entre as duas empresas fracassaram.

Uma reaproximação só acontecerá, de acordo com ele, quando a Varig encerrar sua reestruturação --a empresa brasileira está em processo de recuperação judicial.

Já Jaan Albrecht disse que o papel da Star Alliance é apoiar empresas em dificuldades, reduzir seus custos e trabalhar para aumentar a ocupação de seus vôos.

Ele lembrou que outras empresas do grupo, como a US Airways, a Air Canada e a United também enfrentaram turbulências e conseguiram atravessar processos de recuperação de uma forma bem-sucedida.

Por isso, apesar de reconhecer que existem mecanismos de salvaguarda dos passageiros em casos de paralisação da Varig, ele afirmou que esse é um cenário que ainda não está em discussão.

Estadão
19 de abril de 2006 - 14:49
Crise da Varig depende de ´proposta séria´, diz Defesa
O ministro Waldir Pires completou que a compra VarigLog pela Volo não é consistente, pois não define como as dívidas da empresa serão quitadas

IsabelSobral

BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse nesta quarta-feira que a saída para a crise financeira da Varig só acontecerá quando houver uma proposta empresarial "consistente e séria", o que, até agora, na visão do ministro, não apareceu. Sobre a oferta da VarigLog, por meio da Volo do Brasil, para comprar a companhia aérea, Pires disse que ela não é consistente porque não deixa claro como serão resolvidas as dívidas da empresa. O montante desse endividamento varia, de acordo com as fontes, entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões.

"Há questões de natureza dessa proposta que estão sem clareza de viabilização, na medida em que não assume as responsabilidades totais sobre os passivos´, afirmou o ministro após participar da cerimônia de homenagem ao dia do Exército no Quartel General em Brasília.

"Alguma coisa (proposta) séria, que tenha consistência e que mereça confiança, ainda não apareceu", completou. Ele afirmou, no entanto, que a empresa tem saída, mas para isso é preciso haver um "esforço de todos e uma operação empresarial consistente". Ele ressaltou que o fato de a empresa ter a proteção do judiciário - por causa da recuperação judicial - tornam essa saída mais fácil de ser encontrada.

Prazo para cobranças

Questionado sobre as sugestões de que os credores estatais dêem um prazo para que a Varig fique sem pagar as dívidas e tarifas, como as aeroportuárias com a Infraero e o custo do combustível com a BR Distribuidora, Pires declarou que essas situações podem trazer problemas para os dirigentes das estatais.

"Se elas (as empresas) não executarem seu trabalho de cobrança, ficarão os diretores suscetíveis de irem para a cadeia, serem apontados como prevaricadores e de não cumprirem o seu dever", afirmou, acrescentando que ainda haveria uma cobrança por parte de outras companhias aéreas para terem tratamento semelhante.

 

Estadão
19 de abril de 2006 - 14:42
Companhias já têm planos para interrupção de serviços da Varig
Segundo o presidente da TAP, as medidas de contingência correspondem a um ´procedimento normal´

João Caminoto

LONDRES - A companhia aérea TAP e a Star Alliance têm planos de contingência para responder às necessidades dos seus passageiros, caso ocorra uma interrupção nos serviços da Varig, informou nesta quarta-feira o Jornal de Negócios, de Portugal.

O presidente da TAP, Fernando Pinto, disse a jornalistas que os planos são um procedimento normal. A Varig é responsável, por meio do ´code-share´, pelo transporte no Brasil dos passageiros da TAP e de outras companhias integrantes da Star Alliance, que é hoje o principal mercado da empresa portuguesa. O plano consistiria em reforçar os vôos para transportar os passageiros da Star Alliance.

No entanto, Fernando Pinto reafirmou que confia na recuperação da Varig. Quando se agravaram os problemas financeiros da companhia brasileira, em meados do ano passado, a TAP foi a empresa escolhida pela Star Alliance para oferecer o apoio. A TAP chegou inclusive a apresentar um plano de recuperação para a empresa.

Gestão

Pinto não afasta a hipótese da TAP fazer uma proposta para a gestão da Varig, mas um eventual envolvimento financeiro na companhia brasileira somente ocorrerá quando ela tiver passado por uma reestruturação.

Já o presidente da Star Alliance, Jaan Albrecht, observou que existem mecanismos de salvaguarda dos passageiros em caso de ruptura nos serviços da Varig, mas que esse é um cenário que ainda não está em discussão.

Albrecht também reafirmou sua confiança na capacidade da Varig para superar suas atuais dificuldades e lembrou os sucessos alcançados por outras empresas da Star Alliance também envolvidas em processos de recuperação judicial: Air Canada, United e US Airways.

Agência Brasil
19/04/2006 - 13:55:00
TGV considera positiva suspensão de venda para VarigLog

Postado por pratti

Os Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) consideraram positiva a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de suspender a venda da Varig Logística S.A. (VarigLog) para a Volo do Brasil S.A, empresa constituída no país pelo fundo norte-americano Maltin Patterson.

Para o coordenador do TGV, Márcio Marsillac, a volta da VarigLog é fundamental para a recuperação da Varig. "O efeito desse posicionamento da Anac é extremamente positivo para a recuperação da Varig. Não prejudica, mas facilita enormemente esse processo, já que se houver o cancelamento da venda, retorna para a empresa um ativo que agrega muito valor à Varig", disse Marsillac.

A decisão pode complicar a negociação que envolve uma oferta da Volo do Brasil de compra de toda a empresa, que passa atualmente por recuperação judicial. Segundo Marsillac, é preciso investigar se esta transação comercial fere o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), que restringe o capital estrangeiro em empresa aérea nacional a 20%.

"A lei é muito clara. Tem que haver uma investigação para saber se o capital da Volo está dentro dos limites impostos", afirmou o coordenador do TGV.

A Volo do Brasil resulta de uma associação do fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson com três empresários brasileiros. A empresa foi criada com o propósito específico de atuar na área de logística de transportes e adquiriu a VarigLog em janeiro deste ano por U$ 48,2 milhões.

Marsillac criticou, ainda, o valor pelo qual a Volo comprou a subsidiária de cargas da Varig. Segundo ele, trata-se de um "preço vil". "A VarigLog foi vendida num momento de estrangulamento de fluxo de caixa da empresa, por um preço muito inferior ao valor efetivo de mercado", disse.

Os impasses jurídicos que envolvem a empresa não afetaram a movimentação nos aeroportos do Rio de Janeiro. Apesar desta quarta-feira ser antevéspera de feriado, quando aumenta a procura por passagens aéreas, os vôos da Varig saem normalmente.

19/04/2006 - 12h35m
O Globo
TAP só entra na Varig depois de reestruturação, diz companhia

Reuters

LISBOA - A companhia aérea portuguesa TAP continua interessada na Varig , mas só injeta recursos na empresa depois de sua reestruturação financeira e operacional, afirmou nesta quarta-feira o presidente da TAP, Fernando Pinto.

- A Tap só entrará, se for o caso, com dinheiro (no capital) com a Varig reestruturada - adiantou o executivo, que presidiu a Varig de 1996 a 2000.

Ele informou que a TAP e a Star Alliance - da qual a TAP é sócia e que reúne outras parceiras de compartilhamento (code sharing) - não vão se misturar nos assuntos internos da Varig, e que têm apenas objetivo de ajudar a companhia brasileira, cabendo à administração resolver os problemas financeiros da empresa.

- Os problemas internos da Varig são resolvidos pela própria gestão, o que a Star (Alliance) tem feito é permitir à Varig ter ganhos muito fortes em termos de produtividade, em termos de redução de custos e principalmente canalizar receitas e mais passageiros. A Tap tem acompanhado a possível entrada no capital da Varig, mas essa é uma decisão da Tap, não da Star Alliance - adiantou, afastando notícias de que a Star Alliance estaria pressionando a TAP para se tornar sócia da Varig.

O executivo informou ainda que a VEM, ex-subsidiária de manutenção de aviões da Varig, adquirida pela companhia portuguesa no fim do ano passado, está com um volume grande de encomendas, tendo conseguido reduzir a dependência da Varig, que antes representava 80% das encomendas, e agora apenas 50%.

Pinto deu as declarações nos bastidores da comemoração do primeiro ano da TAP na Star Alliance. Ele informou que a aérea portuguesa deve ganhar 30 milhões de euros em sinergias com a Star Alliance em 2006, o que poderá ser elevado nos exercícios seguintes. Ele disse também que o acordo triplicou o número de passagens da Tap vendidas por terceiros, e com isso obteve mais receitas e menos custos.

- A nossa estimativa é chegar aos 30 milhões de euros de ganhos em um ano, com a integração na Star Alliance... mas esperamos ter ganhos superiores no futuro - avaliou.

Jornal de Turismo
19/04/2006 -11:10h
Anac acata decisão da Procuradoria sobre a VarigLog

Postado por pratti

A diretoria colegiada da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) acatou na tarde desta terça-feira o parecer da sua Procuradoria Jurídica que analisou o requerimento do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) a respeito da VarigLog.

A Procuradoria Jurídica apresentou subsídios que levaram a decisão da diretoria colegiada de indeferir o pedido da Varig Logística S.A. de ratificação da transferência de ações da empresa Aero-LB Participações S.A. para a empresa Volo do Brasil S.A..

Isso ocorreu porque não houve até agora autorização para transferência do controle acionário da Varig Logística S.A., conforme preceitua o artigo 185, inciso 2º do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), que exige autorização prévia para a transferência de ações:

I – que assegurem ao adquirente ou retire do transmitente o controle da sociedade;
II – que levem o adquirente a possuir mais de 10% do capital social;
III – que representem mais de 2% do capital social;
IV – durante o período fixado pela autoridade aeronáutica, em face da análise das informações semestrais a que se refere o § 1º , item II, deste artigo;
V – no caso previsto no artigo 181, § 3º.

O parecer é uma resposta ao requerimento apresentado pelo Snea com uma série de denúncias de irregularidades sobre a transação jurídica entre as empresas. Algumas delas dizem respeito às modificações dos atos de constituição da VarigLog sem a prévia autorização da autoridade aeronáutica, assim como a transferência de controle acionário sem a devida anuência da Anac.

Segundo a legislação em vigor, cabe a Agência Nacional de Aviação Civil a fiscalização dos contratos de empresas concessionárias de serviço público de transporte aéreo regular, além do acompanhamento da execução desses contratos.