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    09/09/2012

    Emirates e Qantas anunciam parceria global de aviação .
    Qantas usará Dubai como hub - nova parceria ligará a Austrália a mais de 70 portas de entrada na Europa, no Oriente Médio e na África
    Camila Anauate

    A Emirates e a Qantas anunciaram hoje uma nova parceria global de aviação que dará aos clientes uma rede internacional e contínua à Austrália, além de benefícios exclusivos a passageiros frequentes e experiências de viagem de classe mundial.
     
    Sob o acordo assinado nesta manhã pelo presidente da Emirates, Tim Clark, e o CEO da Qantas, Alan Joyce, a Qantas mudará seu hub para voos europeus de Singapura para Dubai e, assim, começará uma extensiva relação comercial com a Emirates.
     
    A parceria de codesharing de 10 anos é reforçada pela colaboração em rede integrada com preços, vendas e agendamentos coordenados, bem como um modelo de partilha de benefícios. Nenhuma das duas companhias assumirá participação na outra.
     
    A parceria fará com que a Qantas, juntamente com a inquilina Emirates, seja a única companhia aérea a operar no Terminal Internacional 3 de Dubai. As duas companhias, em conjunto, oferecerão 98 serviços semanais entre a Austrália e a cidade porta de entrada global Dubai, incluindo quatro voos diários do A380. Com a Emirates voando com a maior frota de A380 do mundo – são 23 aeronaves desse modelo –, e a adição de 12 A380 da Qantas, serão agora 35 no total, de modo que muitos voos para a Europa, incluindo Londres, Paris, Moscou, Amsterdã, Munique e Roma, também serão realizados na famosa aeronave. Além disso, a Qantas lançará serviços diários do A380 de Sydney e Melbourne para Londres via Dubai, promovendo um combinado sem precedentes de sete voos diários de A380 para Londres, Aeroporto de Heathrow. Trinta gateways adicionais europeus poderão ser facilmente alcançados a partir da Austrália via Dubai.
     
    Para os clientes da Emirates, a rede australiana Qantas oferecerá uma rede doméstica de mais de 50 destinos e cerca de 5 mil voos por semana. As companhias aéreas também coordenarão seus respectivos serviços trans-Tasmânia entre Austrália e Nova Zelândia, com a Emirates oferecendo melhores horários para voos para Christchurch e Auckland – e incluindo a introdução de serviços diários da Emirates com o A380 na rota Melbourne-Auckland em outubro.
     
    Os acordos de milhagem de Emirates e Qantas serão alinhados, dando aos clientes oportunidades expandidas para acumular e resgatar pontos, com acesso recíproco aos benefícios de status e incluindo o reconhecimento de clientes de ponta a ponta, com acesso ao lounge e prioridade no check-in e no embarque, bem como outros serviços exclusivos.
     
    "O momento era certo para o desenvolvimento da parceria de longo prazo e grande futuro com a Qantas, a icônica companhia aérea australiana", disse Tim Clark, presidente da Emirates. "Desde nossos primeiros voos em 1996, a Austrália tem sido um destino popular para os viajantes da Emirates a lazer e negócios, tornando-se um dos três principais destinos na nossa rede." "Ao estabelecer esta parceria, estamos oferecendo aos nossos passageiros conectividade adicional na Austrália e na região e a capacidade de promover benefícios avançados a passageiros frequentes, como ter acesso a salas premium para uma experiência de viagem excepcional", acrescentou.
     
    Emirates e Qantas trabalharão juntas para garantir uma experiência mais confortável aos clientes, incluindo o acesso mútuo a lounges, o uso compartilhado de instalações da Emirates dedicadas ao A380 previstas para estrear no início de 2013 em Dubai, franquia de bagagem coordenada e serviço de motorista para clientes premium.
     
    O CEO do Qantas Group, Alan Joyce, disse que a parceria dará benefícios sem precedentes aos clientes Qantas e marcará um passo decisivo na estratégia da empresa. "A Emirates é o parceiro ideal para a Qantas", disse Joyce. "A Emirates tem uma marca maravilhosa, uma frota moderna, compromisso com a qualidade, e voa para uma lista top de destinos internacionais."
     
    "Como a maior companhia aérea internacional do mundo, e com uma rede que complementa perfeitamente a nossa própria, a Emirates nos ajudará a oferecer aos nossos clientes em toda a Austrália uma ampla expansão de opções de viagem. Juntamente com a Emirates, a Qantas oferecerá um serviço exclusivo ‘one stop’ hub, bem como uma proposta profundamente integrada a passageiros frequentes e clientes."
     
    "A parceria atende a todos os quatro pilares da estratégia internacional do grupo Qantas: nos fará voar para a cidade porta de entrada global Dubai, fornecerá algumas das melhores experiências do mundo em viagens tanto com a Qantas como com a Emirates, melhorará nossa posição na Ásia com voos mais bem coordenados e, fundamentalmente, ajudará a construir uma Qantas forte nos negócios internacionais de longo prazo", acrescentou.
     
    As companhias aéreas apresentarão pedidos de autorização para a Australian Competition and Consumer Commission (ACCC) e outras autoridades reguladoras, a fim de iniciar o planejamento comercial. Sujeitos a aprovações regulatórias, prevê-se que os acordos de parceria entrarão em vigor em abril de 2013.

     

     

    Folha de São Paulo
    09/09/2012

    Aéreas dizem gastar R$ 70 mi por ano em auxílio a passageiros
    O valor se refere à assistência a que as empresas foram obrigadas a prestar em 2011, por norma da Anac - Dados incluem TAM, Gol, Avianca, Azul e Trip; regra que determina ajuda aos passageiros é de 2010
    RICARDO GALLO

    As cinco principais companhias aéreas brasileiras disseram ter gasto, juntas, cerca de R$ 70 milhões em 2011 em assistência aos passageiros a que são obrigadas a prestar em caso de cancelamento, atraso de voo ou overbooking. A norma que impõe obrigações às empresas aéreas vale desde junho de 2010 e foi criada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

    Ela determina que as empresas têm de oferecer itens como acesso à internet, alimentação, transporte e hospedagem; quanto maior o tempo de espera do passageiro em caso de problemas, maior a indenização.

    Inédito, o balanço foi feito pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) a pedido da Folha, com base em dados fornecidos por TAM, Gol, Azul, Trip e Avianca, associadas da entidade que, somadas, detinham em 2011 mais de 95% do mercado doméstico nacional.

    A Abear não forneceu números por companhia ou por tipo de assistência prestada. A Webjet, adquirida pela Gol, não entrou na conta.

    Os dados são relativos apenas ao pagamento das indenizações. Não incluem eventuais multas que a Anac aplicou às empresas por descumprimento da norma.

    Consultada na tarde de quinta-feira, a Anac disse não ter como confirmar os dados.

    QUEIXA

    A principal queixa das empresas aéreas quanto à resolução é a determinação de compensar passageiros mesmo quando o problema não foi causado pela companhia, como greves ou problemas meteorológicos.

    "Embora a responsabilidade de todo o processo de viagem de avião não seja exclusiva das empresas aéreas, são elas que indenizam os passageiros", informou a Abear.

    Foi assim, por exemplo, com as cinzas do vulcão Puyehue, no sul do Chile, que chegaram a fechar o espaço aéreo em junho e julho de 2011 e deixaram voos nacionais e internacionais no chão.

    Em dezembro, paralisação de funcionários terceirizados pela Polícia Federal no aeroporto de Cumbica (Guarulhos) também atrasou voos.

    A Anac entende se tratar de risco inerente à atividade e que as companhias aéreas são responsáveis pelo passageiro que compra o bilhete. O Código de Defesa do Consumidor também atribui responsabilidade às empresas em casos assim.

    Os cerca de R$ 70 milhões gastos quase dariam para comprar um jato ERJ 190 da Embraer, usado pela Azul e pela Trip, exemplificou a Abear. Seria possível também encher 1.400 aviões com passageiros em um voo doméstico. A entidade foi criada em agosto para representar o interesse das empresas.

    NO VERMELHO

    O setor aéreo anda no vermelho -TAM e Gol, as duas maiores e as únicas a divulgar balanço, tiveram prejuízo de R$ 335,1 milhões e R$ 710,4 milhões em 2011, respectivamente.

    No segundo trimestre de 2012, os resultados negativos continuaram para TAM e Gol. O mau desempenho se deve ao impacto da desvalorização do real e ao aumento, no custo das empresas, do combustível de aviação.

    MAL INFORMADO

    Apesar do valor gasto, passageiros reclamam de que recebem assistência só quando procuram as companhias.

    "O consumidor ainda é muito mal informado pelas empresas aéreas e, às vezes, tem que percorrer uma via-crúcis nos aeroportos para ter os seus direitos assegurados", afirma Paulo Arthur Goés, diretor executivo da Fundação Procon de São Paulo.

    Sobre a queixa das empresas de que gastam com indenização até mesmo quando não têm culpa, ele comparou: "Se o passageiro perde o voo porque ficou parado no trânsito, a empresa devolve o dinheiro da passagem? Não. É a mesma coisa. As empresas têm que dar assistência seja qual for o motivo".

     

     

    Folha de São Paulo
    09/09/2012

    Para Anac, gasto é proporcional ao serviço prestado

    A Anac não comentou o valor que as empresas aéreas dizem ter gasto com indenização aos passageiros. A agência informou que não mantém consigo o total gasto pelas empresas com a assistência; o dado é fiscalizado em inspeções programadas, não programadas e também quando há denúncias de descumprimento, diz.

    Assim, para validar os números calculados pela Abear, seria preciso ter acesso aos comprovantes das empresas, o que, na quinta-feira, a agência não soube informar.

    Sobre o fato de, segundo as empresas, a resolução da Anac ter lhes imposto gasto, a agência respondeu: "Quanto melhor a qualidade dos serviços prestados, menores serão os transtornos aos passageiros e menores serão os custos das empresas com o cumprimento da norma".

    A resolução 141 criou novos parâmetros para assistência ao passageiro. Até então, só quem esperava havia mais de quatro horas tinha direito a algum tipo de benefício.

    O QUE ESTÁ POR VIR

    A agência estabeleceu como uma das suas prioridades disciplinar o atendimento ao passageiro nos aeroportos.

    Depois da resolução 141, outras normas se seguiram: uma delas, em vigor desde o primeiro semestre deste ano, prevê a divulgação do índice de atrasos e cancelamentos nos sites das companhias aéreas. Outra determinou a criação de balcões de reclamações nos aeroportos.

    Há mais por vir: a Anac prepara norma que reduz de 30 para 7 dias o prazo para uma bagagem ser considerada extraviada. Obriga, ainda, a companhia aérea a indenizar na hora o passageiro que teve a mala perdida em R$ 305. A Folha antecipou uma prévia da norma em julho.

    Segundo a Anac, o texto ainda irá para aprovação da diretoria e, depois, será submetido a audiência pública. Só então passará a vigorar.

    Publicamente, as empresas aéreas não criticam as resoluções da Anac para evitar se indispor com a agência.

    Nos bastidores, no entanto, chiam: entre as empresas, as normas receberam o apelido jocoso de "jabuticaba" -só existem no Brasil.

     

     


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