R7 - Record
07/06/2012
Envolvimento em crimes não impedirá recuperação judicial da Delta
Juíz do caso Varig garante que CPI não terá qualquer influência
Elson Liper, do R7

Mesmo estando no chamado "olho do furacão" do escândalo que gerou a CPI do Cachoeira, a construtora Delta poderá ter o processo de recuperação judicial viabilizado, mesmo se for comprovado o envolvimento de gestores da companhia no esquema descoberto pela operação Monte Carlo da Polícia Federal.

Quem garante é o juíz da 1ª Vara Empresarial do Rio, Luis Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, o mais longo processo para a preservação e sobrevivência de um empresa no País e que é hoje referência para a magistratura brasileira.

A Delta entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça empresarial do Rio na última segunda-feira (4) alegando ter sido forçada a buscar a recuperação para evitar a falência, em consequência da série de calotes em obras federais, estaduais e municipais desde que teve início o escândalo do caso Cachoeira.

Em nota divulgada à imprensa, a construtora alega que o envolvimento de alguns de seus executivos em supostos atos ilícitos tem levado a companhia a sofrer uma espécie de “bullying empresarial".

— Para a juíza responsável pelo caso, o importante será a viabilidade econômica da empresa. Não há qualquer influência das CPIs ou fatos criminais que, ocasionalmente, possam ter sido cometidos por algum diretor.

Luis Roberto Ayoub cita ainda três pontos importantes que serão observados pela juíza da 5ª Vara empresarial, Maria da Penha Victorino, para admitir a implementação formal da recuperação judicial da Delta.

— É uma empresa saudável? Acredito que sim, pois vinha operando normalmente. Tem débitos fiscais e trabalhistas? Acredito que não, pois, do contrário, não estaria atuando em obras públicas. Portanto, essas são as questões fundamentais que levarão, ou não, ao processo de recuperação judicial.

Ayoub lembra que a juíza Maria da Penha Victorino obteve um "enorme" sucesso no processo que levou à recuperação da Casa & Vídeo. Para ele, no decorrer do processo, o ponto mais importante é a suspensão, por 180 dias, de qualquer ação de cobrança ou de qualquer recurso judicial que venha a ameaçar a sobrevivência da empresa.

O segundo passo mais importante será o plano de recuperação da construtora, que, dentro do prazo de 180 dias, deverá ser votado e aprovado em assembléia de credores e funcionários da empresa. O plano será elaborado pela mesma empresa de consultoria internacional do caso Varig, a Alvarez e Marsal, cujos consultores já estão trabalham junto à direção da Delta.

A experiência e as jurisprudências criadas pelo caso Varig estão sendo compiladas em um livro voltado aos advogados e à magistratura, que Luís Roberto Ayoub pretende concluir no final deste ano. 

 

 

Folha de São Paulo
07/06/2012
Relatório sobre o acidente da Air France é entregue

O governo já está com o relatório final do acidente com o Airbus A-330 da Air France, que caiu no Atlântico. A tragédia, em 31 de maio de 2009, causou a morte das 228 pessoas a bordo. O relatório final será divulgado em 5 de julho, pelo BEA, agência francesa responsável por investigar o acidente.

Um tratado internacional, porém, determina que o investigador envie as conclusões para os países envolvidos - no Brasil, o Cenipa é o órgão que apura acidentes aéreos.

O Cenipa diz ter enviado suas "considerações" ao BEA, sem revelar quais.

 

 

Folha de São Paulo
07/06/2012
Empresa francesa anuncia interesse no aeroporto do Galeão
ADP, que administra as unidades de Paris, diz buscar oportunidades em vários países
DA FRANCE-PRESSE, EM ISTAMBUL

A empresa ADP (Aéroports de Paris) está muito interessada no aeroporto internacional do Galeão, no Rio, caso o governo brasileiro abra processo de licitação. A afirmação foi feita em Istambul pelo presidente da operadora francesa. A ADP acaba de adquirir 38% da operadora turca TAV. "Estamos examinando muito de perto o Rio", disse Pierre Graff, presidente e diretor-executivo. "Há muitas pessoas [interessadas]; o Rio é muito atrativo."

A presidente Dilma Rousseff ainda não tomou uma decisão formal sobre a concessão do aeroporto, mas Graff diz que ela pode anunciar o projeto até o fim do ano.

Segundo o executivo, a presidente deseja que o gestor do Galeão tenha o apoio de pessoas com experiência -o que pode ser uma oportunidade para a empresa.

"Estamos esperando e nos preparando, com nossos sócios de Amsterdã [do aeroporto de Schiphol], para saber qual pode ser nossa oferta."

Ele também disse que a ADP está colaborando com sócios brasileiros: um fundo de investimentos e uma empresa de construção.

O Rio é um dos principais objetivos da expansão internacional da Aéroports de Paris, que também está buscando oportunidades nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e nos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

"Buscamos aeroportos de tamanho significativo, com tráfego de 10 milhões de passageiros", disse Graff, que diz buscar aeroportos "mais rentáveis" que os investimentos da empresa em Paris.

 

 

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