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  • Valor Econômico
    11/05/2012

    Gol quer economia até no gelo a bordo
    Alberto Komatsu

    Voos na ponte aérea com 1 minuto a menos e economia de 1% de combustível. Turbinas desenvolvidas em parceria com a fabricante para queimar menos 2% de querosene de aviação. Criação de novas bases de tripulantes para gastar menos com estadias. Estudo de todos os componentes de um avião, como assentos mais leves e até o peso ideal do saco de gelo. Esses são alguns dos esforços da Gol Linhas Aéreas para aumentar a rentabilidade de sua operação.

    A estratégia de redução de custos, presente no dia a dia das empresas aéreas, ganhou ainda mais relevância na Gol. Isso aconteceu após ela ter registrado o segundo maior prejuízo de sua história, de R$ 751 milhões em 2011. No primeiro trimestre deste ano, nova perda, de R$ 41, 4 milhões.

    Em frente a esse cenário, a Gol está se adequando a um novo tamanho. A empresa já teve de dispensar 300 tripulantes de janeiro a março, após reduzir em cerca de 10% sua malha de voos domésticos. A companhia também divulgou que vai reduzir sua frota em relação ao patamar de 2011, quando encerrou o ano com 150 aviões. Até 2013, serão menos 14 aeronaves, incluindo a Webjet, adquirida em julho do ano passado. Em 2012, a Gol deve permanecer com o mesmo patamar de participação de mercado, de 34%. A empresa vai reduzir em até 2% sua oferta.

    Em 90 dias, todos os 31 pares de voos diários da ponte aérea da Gol, considerando-se ida e volta, ou um a cada 30 minutos, serão operados por meio de um novo sistema de aproximação no Aeroporto Santos Dumont. A novidade reduz em 1 minuto o tempo de viagem e economiza 1% de combustível. "Pode não parecer, mas 1% é uma grande parcela de economia, que nos dá um diferencial competitivo", afirma o diretor de operações da Gol, Pedro Rodrigo Scorza,.

    De acordo com ele, essa economia será possível por meio da utilização de uma tecnologia de GPS nas aeronaves, homologada recentemente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a navegação baseada em performance. Essa nova tecnologia, com performance dos cálculos de rotas melhorada, permite ao piloto o traçado de trilhas mais estreitas e precisas, otimizando o espaço aéreo. O avião pode passar com mais segurança e exatidão entre os morros do Rio de Janeiro, cortando caminho.

    Além disso, quando os aviões estão se aproximando do Santos Dumont, voam mais baixo. Segundo Scorza, é nesse momento que os pilotos acionam a marcha lenta, que economiza mais combustível. E essa tecnologia permite que os aviões permaneçam mais tempo com os motores nessas condições.

    O prazo de 90 dias para a Gol operar todos os voos da ponte aérea com a nova tecnologia também será o tempo necessário para comandantes e copilotos estarem habilitados a pousar no Santos Dumont com essa nova aproximação. Voos vindos de outras cidades também serão beneficiados.

    São 120 comandantes e 120 copilotos especializados em pousar ou decolar do Santos Dumont. A rota para o aeroporto carioca requer um treinamento especial. E os pilotos que vão operar nesse novo sistema de aproximação também precisam de uma espécie de carteira de habilitação específica.

    A Gol criou duas novas bases de tripulantes, além de São Paulo. Em março foi criada a base do Rio de Janeiro. Em abril, foi a vez de Porto Alegre. Isso foi feito para acomodar os tripulantes que moram em outras cidades, pois a Gol tinha de pagar hospedagem para eles, além de outros custos fixos. "Mais de 50% de nossa tripulação mora fora de São Paulo", diz Scorza.

    Nos próximos seis meses, os resultados da criação dessas bases serão estudados. Dependendo do nível de economia, a Gol poderá abrir uma quarta base. Fontes do setor dizem que a TAM também esta abrindo novas bases, mas a companhia não se pronunciou.

     

     

    Folha de São Paulo
    11/05/2012

    Carcaça de Boeing encalha na zona sul
    Após se enroscar várias vezes na fiação elétrica, carreta com aeronave teve de parar pouco depois de deixar Congonhas
    LILO BARROS, MOACYR LOPES JR. E LUCCA ROSSI

    O transporte da carcaça de um antigo Boeing da Vasp, que será a principal atração de um espaço de eventos em Araraquara (273km de SP), começou mal na madrugada de ontem. Logo na saída do aeroporto de Congonhas, perto da 0h30, os fios da rede elétrica se enroscavam a todo tempo na fuselagem do avião, que tem mais de 5 m de altura.

    A saída já havia atrasado uma hora e meia para que os técnicos da CET avaliassem as medidas da aeronave. "Imagina São Paulo amanhecendo com um avião no trânsito", disse um curioso.

    Só para percorrer os primeiros 100 m foi preciso quase uma hora. Uma trabalheira envolvendo mais de 15 homens, contando funcionários da transportadora, da CET, da Eletropaulo e também de empresas de telefonia e TV.

    Por volta das 3h, quando já deveria estar fora da cidade, a carreta com o avião foi estacionada às margens da avenida dos Bandeirantes, ainda perto do aeroporto, num ponto que não afeta o trânsito -mesmo assim, alguns motoristas reduziam a velocidade para "conferir" a cena inusitada.

    O grande imprevisto foi que uma lâmpada, em cima do avião, segurava os fios. Como está corroída pelo tempo, não foi possível retirá-la na desmontagem da aeronave.

    O gerente comercial da transportadora, Rodrigo Ambrósio, afirmou que, antes do reinício da viagem na madrugada de hoje, seriam feitos ajustes para que o avião passasse pelos fios sem tropeço.

    COMANDANTE

    A movimentação toda partiu de Edinei Capistrano, 57, comandante de jatos executivos. Ele arrematou o avião por R$ 140 mil, em fevereiro.

    O projeto é colocar a carcaça dentro de um terreno de 13 mil m² na área rural de Araraquara, onde mora, e construir um espaço para eventos, como casamentos e festas de 15 anos.

    O comandante estima que deve gastar o dobro do preço da aeronave com despesas de desmontagem e transporte.

    PLANEJAMENTO

    Uma carga tão grande assim só pode circular na cidade das 23h às 4h. Também é preciso pagar uma taxa e ter o trajeto aprovado pela CET. Só o planejamento do trajeto para remover a aeronave durou cerca de 45 dias.

    Para fazer o transporte, foram necessárias três carretas e uma picape. O avião foi desmembrado em corpo, asas e turbinas.

    A expectativa é que chegue a Araraquara na tarde de amanhã.

     

     


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