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  • IG - Economia
    01/08/2011

    Áreas nacionais não devem escapar de crise em 2011, diz analista
    Divulgação de projeções mais pessimistas da Gol fez ação derreter 21,6% nesta sexta e colocou setor aéreo brasileiro em alerta
    Marina Gazzoni

    A revisão de projeções da Gol na última sexta-feira colocou o setor aéreo em sinal de alerta. A companhia anunciou que espera fechar o ano com preços menores, custos maiores e uma margem
    operacional (Ebit), na melhor das hipóteses, de 4%. Esse talvez seja um dos primeiros sinais de que as empresas brasileiras não devem passar ilesas da maré ruim no setor prevista para este ano pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).

    Depois de uma sequência de notícias negativas para as companhias aéreas, a Iata reduziu em 50% sua expectativa de lucro para o setor em 2011. O terremoto no Japão, a crise no mundo árabe e as cinzas do vulcão na Islândia, ocorridos no início do ano, respingaram pouco no resultado das brasileiras. Mas elas não escaparam dos prejuízos do cancelamento de voos provocado pelo vulcão chileno entre junho e agosto e, principamente, da elevação da cotação do petróleo, responsável por cerca de 40% dos custos das companhias aéreas.

    Apesar da despesa maior, as empresas continuam o oferecer descontos nas passagens. No último fim de semana, por exemplo, Gol, TAM, Azul, Avianca e Webjet estavam com promoções para voos em agosto. A perspectiva da Gol é que seus preços devem encerrar o ano cerca de 5% abaixo da previsão inicial.

    “A competição está acirrada e as empresas têm enfrentado dificuldades em repassar o aumento de custos no preço das passagens”, afirma Nelson Riet, consultor em aviação. Para ele, é provável que todas as companhias brasileiras apresentem resultados piores do que o esperado neste ano.

    A incorporação da operação da Webjet pode ajudar a Gol a recuperar preços em algumas rotas na qual elas são concorrentes, segundo Riet. Mas a consolidação da aquisição pode dificultar a recuperação das margens da Gol em 2012, de acordo com relatório do Credit Suisse. “Quando a Gol começar a se beneficiar do seu plano de redução de custos, ela estará consolidando números financeiros muito piores da Webjet, o que pode atrasar ainda mais a recuperação das margens”, informa o Credit.

    O aumento de custos no setor aéreo chega em um momento que as empresas realizam investimentos pesados para atender a elevação na demanda por voos no País. Depois de uma expansão de 23,5% no ano passado, a venda de passagens para rotas domésticas cresceu mais 21,4% no Brasil no primeiro semestre de 2011, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

    As companhias reforçaram sua carteira de pedidos de aeronaves e precisam investir no treinamento de novos funcionários. Até 2015, a Gol vai expandir sua frota de 115 para 131 unidades e a TAM vai adicionar mais 30 aviões aos 152 que possui. Já a Azul continuará a receber nos próximos meses os jatos que faltam dos 86 que encomendou da Embraer. A empresa também firmou um contrato para adquirir 40 aeronaves turboélice da ATR em julho do ano passado, para seus voos regionais. Sua frota atual é de 31 aviões.

     

     

    Valor Econômico
    01/08/2011

    PAL vai ao Cade no processo da Latam
    Alberto Komatsu

    A companhia aérea chilena Aerolínea Principal (PAL) deve protocolar hoje no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um parecer sobre o impacto da fusão entre a sua conterrânea LAN e a brasileira TAM, que pretende criar a Latam Airlines. A informação é do advogado da PAL, o brasileiro Carlos Paiva, especialista no setor aéreo. De acordo com ele, o documento conterá informações sobre a operação da Pal na América do Sul e os reflexos da união da LAN com a TAM no mercado chileno.

    "Nosso objetivo não é impedir a negociação, mas queremos que ela seja realizada com extremo cuidado", afirma o advogado da empresa aérea chilena. "O interesse nacional deve prevalecer, pois a TAM está sendo comprada pela LAN", acrescentou. A TAM afirma que o projeto com a LAN é de uma fusão.

    Além dos dados da sua operação na América do Sul, a PAL vai incluir no parecer ao Cade informações sobre o impacto da Latam sobre a sua própria operação. Paiva cita como exemplo a rota Santiago do Chile-Córdoba (Argentina).

    O advogado informa que a PAL entrou nessa rota em meados de 2010, com agressiva política de preços. As passagens aéreas entre Santiago e Córdoba, diz ele, chegaram a ficar 78% mais baratas. Mas a LAN, que já operava nessa linha, teria feito uma concorrência acirrada, forçando a PAL a sair desse mercado seis meses depois.

    A PAL foi fundada em 2003 e tem atualmente uma frota de seis aeronaves, todas da fabricante americana Boeing. A companhia opera voos regulares entre seis cidades chilenas. Também oferece voos fretados para destinos turísticos do Brasil, da Argentina, da Venezuela e da África do Sul.

    A PAL tem sido a principal crítica da negociação entre a LAN e a TAM no Chile. A empresa já enviou ao órgão antitruste chileno, o Tribunal de Defensa de la Libre Competencia (TDLC), um documento similar ao que pretende protocolar hoje no Cade.

    A criação da Latam, anunciada em agosto do ano passado, está em compasso de espera porque está sob análise das autoridades chilenas e brasileiras. No Chile, o TDLC está colhendo informações para emitir um parecer, previsto para meados de agosto. A conclusão do negócio poderá se estender até março de 2012, se a LAN resolver recorrer à Corte Suprema do Chile.

     

     

    Valor Econômico
    01/08/2011

    Apesar do câmbio, Embraer prevê segundo semestre mais favorável
    Virgínia Silveira

    O mercado reagiu positivamente, na última sexta-feira, à divulgação dos resultados da Embraer no segundo trimestre, especialmente às novas projeções para este ano, com um aumento na receita líquida de US$ 5,6 bilhões para US$ 5,8 bilhões.

    As previsões mais otimistas da empresa, segundo o diretor-presidente, Frederico Fleury Curado, se baseiam em uma recuperação progressiva, embora lenta, do mercado de aviação comercial, que no segundo trimestre respondeu por 65,4% da receita líquida no período, de US$ 1,4 bilhão.

    As ações da fabricante brasileira de aviões, que vinham sendo pressionadas para baixo, responderam bem às novas metas e registraram a maior alta da bolsa na sexta-feira, de 7,5%. Análise feita pela corretora Fator ressalta que a empresa revisou para cima a margem operacional esperada para 2011, mesmo em uma ambiente com câmbio mais valorizado do que o projetado inicialmente para o ano. Segundo a corretora, a empresa trabalhava com dólar médio de R$ 1,70.

    A corretora destaca, contudo, que apesar das perspectivas de mercado mais favoráveis, a Embraer continuará a enfrentar desafios importantes nos próximos trimestres, entre eles aumento da concorrência na aviação comercial, câmbio valorizado, crescimento econômico reduzido nos Estados Unidos e Europa e preço elevado do petróleo.

    Em entrevista na sexta-feira, Curado admitiu que a questão cambial, associada ao aumento em reais dos custos da empresa, tem sido um dos principais desafios, mas que a companhia estaria conseguindo reagir bem com a redução de estoques, aumento de produtividade e diminuição dos ciclos de produção das aeronaves.

    Na avaliação da corretora Concórdia, as perspectivas de aumento de entregas de aeronaves no segundo semestre e a melhora do mix, com maior participação da aviação comercial, demonstram que os resultados a serem reportados nos próximos trimestres serão melhores. Outro ponto positivo destacado pela corretora é que os contratos fechados pela Embraer, no montante de US$ 2 bilhões, na feira de Le Bourget, realizada em junho, em Paris, mantiveram a carteira de pedidos em nível elevado.

    Conforme divulgou em seu balanço, os sinais de recuperação na aviação comercial resultaram em 62 novas encomendas de E-Jets no acumulado de 2011. Outros acordos correspondentes a 42 jatos, segundo a Embraer, deverão ser adicionados à carteira de pedidos, que hoje é de US$ 15,8 bilhões.

    A corretora Ágora, do Bradesco, comentou a possibilidade de compra de cem aeronaves pela americana Delta Airlines para a renovação de sua frota, o que representaria um negócio de US$ 4,2 bilhões para a Embraer. Segundo a corretora, a formalização do pedido da Delta é esperada para outubro.

    O presidente da fabricante brasileira de aviões disse acreditar que, embora o cenário competitivo mundial esteja mais delineado com as definições de concorrentes como Boeing, Airbus e Bombardier, a Embraer ainda está segura de que tem os mais modernos aviões na faixa de cem assentos.

    "As nossas vendas são a prova disso e qualquer decisão em relação ao desenvolvimento de um novo produto ou à melhoria da atual família de E-Jets estará sempre em linha com o pensamento da nossa base de clientes." O executivo disse que a decisão da empresa sobre seu próximo passo no segmento comercial será anunciada no fim do ano.

     

     


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