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  • Correio 24horas
    13/10/2011

    Livro revela falas finais na cabine do voo 447: vamos cair, não é possível
    Relatório indica que o copiloto com menos horas de voo estava no comando do Airbus da Air France

    Um livro lançado nesta quinta-feira (13) na França revela novos trechos da gravação com os últimos momentos na cabine do voo 447 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo em 2009 quando cumpria o trajeto entre Rio de Janeiro e Paris.

    Intitulado "Erreurs de Pilotage" ("Erros de Pilotagem"), a publicação da editora Altipresse é de autoria de Jean Pierre Otelli, especialista em aeronáutica, e trás a transcrição da conversa entre os pilotos nos segundos finais antes de a gravação da caixa-preta ser cortada.

    Segundo o relatório divulgado pelo Escritório de Análise e Investigações (BEA) da aviação civil da Françano final de julho, o registro em áudio se encerra às 2h14min26. No relatório, aparecem trechos da conversa entre os dois copilotos e o comandante da aeronave.

    O copiloto menos experiente, Pierre-Cedric Bonin, de 32 anos e com 2.936 horas de voo, diz que possui os comandos e descreve para o colega, o copiloto mais experiente, David Robert, de 37 anos e com 6.547 horas de voo, o que está fazendo. Isso continua após o retorno à cabine do comandante de bordo, Marc Dubois, de 58 anos e com quase 11 mil horas de voo.

    O relatório indica que o copiloto com menos horas de voo estava no comando do Airbus da Air France quando os pitots (sensores) congelaram e a aeronave começou a cair no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009, deixando 228 mortos.

    O livro lançado em francês inclui falas que são da casa de 2h14min, ou seja, dos segundos finais da gravação. Leia abaixo:

    Comandante (Marc Dubois): Atenção! Erga o bico - Agora, tire!

    Copiloto David Robert: Agora, tire!

    Dubois: M... Vamos cair... Não é possível

    Copiloto Pierre-Cedric Bonin: Mas o que está acontecendo? (fim da gravação)

    Norma europeia e memória dos tripulantes
    Tanto o BEA quanto a Air France divulgaram notas condenando a divulgação das falas no livro e afirmando que isso fere a norma europeia. Também afirmam que o ato fere a memória dos tripulantes, mortos na tragédia.

    A editora de "Erreurs de Pilotage" afirmou que, no momento, não há perpectiva para lançar uma versão do livro em português.

    Relatório do BEA
    O comando do avião mudou de mãos às 2h13min45, quando Robert, segundo o BEA, diz para o copiloto com menos horas de voo que irá pegar os comandos. Conforme o BEA, Robert diz a Bonin: "Então me passe os comandos, me dê os comandos".

    Com base nesse dado, assume-se que, durante as falas mostradas pelo livro, quem estava no comando era o copiloto mais experiente, David Robert.

    Pela descrição, durante a queda e após a perda das informações de voo devido ao congelamento dos pitots, Bonin diz aos colegas que está cabrando (elevando o bico do nariz) da aeronave, o procedimento que, segundo o BEA, foi errado para reverter a situação de estol (perda de sustentação do avião), que começou a cair. Quando o alarme de estol começou a tocar, os pilotos deveriam ter jogado o bico do avião para baixo.

    Leia, a seguir, os trechos das falas gravadas na cabine do voo 447 que foram divulgados em julho pelo BEA:

    2h11min21 - Robert - Nós ainda temos os motores. O que está acontecendo (...)?
    2h11min32 - Bonin - (...) eu não tenho mais os controles do avião. Eu não tenho nenhum controle do avião.
    2h11min38 - Robert - Vire à esquerda
    2h11min41 - Bonin - Eu tenho a impressão (que temos) a velocidade
    2h11min43 - (Barulho de abertura da porta da cabine)
    Dubois - O que vocês estão fazendo?
    Robert - O que está acontecendo? Eu não sei, eu não sei o que está acontecendo
    2h11min52 - Dubois - Então peguem os comandos logo
    2h11min58 - Bonin - Acho que temos um problema, que tem muita variação.
    Dubois - Sim.
    Bonin - Não tenho mais nenhuma indicação
    2h12min04 - Bonin - Tenho a impressão que nós estamos numa velocidade maluca, não? O que vocês acham?
    2h12min07 - Robert - Não sei, mas não solte (...)
    2h12min13 - Robert - O que você acha? O que você acha? O que devemos fazer?
    2h12min15 - Dubois - Eu não sei. Está descendo.
    2h12min26 - Robert - A velocidade?
    2h12min27 - Robert - Você está subindo. Você está caindo, caindo, caindo
    2h12min30 - Bonin - Mas eu estou caindo?
    Robert - Caindo
    2h12min32 - Dubois - Você está subindo
    2h12min33 - Bonin - Eu estou subindo? Ok, então vou descer
    2h12min42 - Bonin - Quanto subimos?
    2h12min44 - Dubois - (...) não é possível!
    2h12min45 - Robert - Como está a altitude?
    Bonin - Estamos caindo ou não?
    Robert - Agora você está caindo
    Dubois - Coloque as asas na horizontal
    Bonin - É o que estou tentando fazer
    Dubois - Coloque as asas na horizontal
    2h13min25 - Bonin - O que está havendo... Por que nós continuamos caindo?
    2h13min28 - Robert - Tente encontrar um jeito de acionar os comandos lá pra cima, os principais etc.
    2h13min36 - Bonin - Nove mil pés
    2h13min39 - Robert - Sobe, sobe, sobe, sobe
    2h13min40 - Bonin - Mas eu estou empinando já há algum tempo
    Dubois - Não, não, não, não suba mais
    Robert - Agora caindo
    2h13min45 - Robert - Então me passe os comandos, me dê os comandos
    2h14min05 - Dubois - Atenção, você está subindo.
    Robert - Estou empinando?
    Bonin - Bem, é o que nós devemos fazer, estamos a 4 mil pés
    2h14min18 - Dubois - Então puxa.
    Bonin - Puxa, puxa, puxa, puxa
    2h14min26 - Fim das transmissões. As informações são do G1.

     

     

    Terra Noticias
    13/10/2011

    Viracopos deverá ser maior aeroporto do Brasil a partir de 2020
    Diogo Alcântara

    O aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) deverá se tornar o maior aeroporto do País com o novo modelo de concessão, segundo estudos da Secretaria de Aviação Civil. A estimativa é que até 2020, Cumbica, hoje o maior aeroporto do Brasil, atinja sua capacidade máxima de 300 mil pousos e decolagens por ano. Viracopos, após a ampliação da iniciativa privada terá 500 mil pousos e decolagens como teto. O limite só deverá ser atingido em 2037, segundo projeções. O vencedor de Viracopos terá de fazer um pagamento mínimo de R$ 521 milhões, diluídos anualmente e corrigidos pelo IPCA ao longo do contrato. O consórcio também terá de investir pelo menos R$ 6,274 bilhões (valores presentes) na infraestrutura, além de uma taxa variável de 5% da renda bruta do aeroporto.

    O aeroporto de Campinas hoje tem um perfil cargueiro e para atender mais passageiros é o que precisa de mais investimentos. Cumbica, por exemplo, exige investimento mínimo de pouco mais de R$ 4,771 bi e Brasília, R$ 2,212 bi.O prazo de concessão de Viracopos será de 30 anos. Os atrasos no cronograma da concessionária poderão acarretar multas e penalidades. O acúmulo de sanções poderão resultar eventualmente numa cassação da concessão.

    A primeira tarifa a ser sentida no bolso de quem viaja de avião após a concessão dos aeroportos brasileiros é a tarifa de conexão, que poderá custar até R$ 7 por passageiro. A taxa será cobrada das companhias aéreas, mas a tendência é que valor seja repassado automaticamente ao consumidor no bilhete. Em tese, a taxa já poderá ser aplicada pela Infraero no dia 1º de janeiro do ano que vem, mas o presidente da empresa, Gustavo do Vale, garante que a Infraero só aplicará a taxa em caso de voos que sejam originários ou tenham como destino aeroportos que não sejam administrados pela estatal.

    Na manhã desta quinta-feira, o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt entregou ao Tribunal de Contas da União (TCU) os dados econômico-financeiros do edital de concessão dos três aeroportos. Além dos lances mínimos, o ministro apresentou as projeções de investimentos previstos a serem feitos pelos concessionários nos terminais. O lance mínimo que o consórcio deve oferecer pelo aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP),será de R$ 2,3 bilhões. Para Viracopos, em Campinas (SP), o valor inicial será de R$ 521 milhões e para Brasília, R$ 75 milhões.

    Há duas semanas, o governo federal havia anunciado o lançamento da minuta do edital que irá estabelecer regras para que os aeroportos estratégicos sejam entregues aos cuidados da iniciativa privada. O texto está aberto à consulta pública por um mês. As concessões dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, de Viracopos, em Campinas, e de Brasília serão feitas por meio de outorga, o que garante que ganhará a disputa a empresa que oferecer o maior valor. As empresas que irão administrá-los terão concessão com duração a partir de 20 anos e chegando a até 30 anos, com base na rentabilidade de cada aeroporto.

    Pelo edital, a Infraero poderá ter até 49% de cada um dos terminais nos três aeroportos e poder de veto em decisões estratégicas. Uma mesma empresa poderá disputar a concessão dos três terminais, que atualmente respondem por 30% dos passageiros, 57% das cargas e 19% das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro, mas, caso saia vencedora em mais de um terminal, terá de optar por um deles. O segundo colocado na disputa assume o outro aeroporto.

    Também conforme as regras a serem colocadas em consulta pública, empresas estrangeiras estão autorizadas a participar do processo e podem negociar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O edital final do leilão está previsto para ser publicado no final de novembro. Pelas previsões do governo, em abril ou maio os aeroportos já devem estar nas mãos das empresas vencedoras da disputa. A apreciação do texto pelo Tribunal de Contas da União, no entanto, poderá atrasar o cronograma e os aeroportos passariam à iniciativa privada com atrasos.

     

     

    O Globo
    13/10/2011

    Governo deve alterar edital de aeroportos
    Objetivo é permitir entrada de investidores que fizeram os estudos sobre modelo de concessão, entre os quais a Invepar
    Geralda Doca

    O governo deve vollar atrás e permitir ciue os grupos que participaram dos estudos sobre a modelagem da concessão dos três primeiros aeroportos a serem privatizaclos — Guarulhos, Brasília e Viracopos — possam participar do leilão. Se a União mantiver a proibição, conforme preveem os editais em consulta pública no site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), três investidores de peso ficarão de fora da disputa. Entre eles a Invepar (que reúne os maiores fundos de pensão das estatais) e a construtora OAS, a Constran e a ATP Engenharia.

    Essas empresas, além da Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), participaram da seleção dos estudos, realizada pela Anac para embasar a modelagem das concessões e já ameaçam questionar o processo na Justiça. O impedimento à participação delas no leilão é inédito nos processos de concessão no país. Foi inserido nos editais por decisão do ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, lara evitar conflito de interesses pelo fato de as empresas terem tido amplo acesso aos dados mais importantes dos três terminais.

    Porém, o próprio edital de chamamento público da Anac para escolha dos melhores estudos permitia a participação dos interessados no posterior leilão de privatização. A vencedora foi a EBP, o que já era esperado. A empresa, formada por bancos públicos e privados, começou a trabalhar nos estudos de modelagem antes mesmo de a Anac anunciar a seleção, usando, inclusive, instalações da Infraero e da SAC. O órgão regulador só fez a licitação para regularizar a situação.

    Segundo fontes, os grupos estariam ameaçando entrar na Justiça por se sentirem prejudicados com o veto à participação nos leilões. A maior pressão para a retirada da proibição nos editais vem dos fundos de pensão, principalmente da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil).

    Hoje, o governo entrega ao Tribunal de Contas da União (TCU) as modelagens financeira e jurídica da concessão dos três aeroportos. Num ato simbólico, vão ao Tribunal de Contas a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; o ministro da SAC, Wagner Bittencourt, e os presidentes da Anac, Marcelo Guaranys, e da Infraero, Gustavo do Vale.

    Leilão só deve acontecer no ano que vem

    A intenção é deixar clara a importância do tema para o governo, que tem pressa em realizar os leilões. Segundo interlocutores, a data inicialmente prevista, dia 22 de dezembro, não deve ser cumprida, mas a equipe vai reafirmar que fez todos os esforços para elaborar os editais dentro do cronograma e agora o processo está nas mãos do TCU.

    Já é consenso no governo que o leilão só deverá ocorrer no início de 2012. Um dos obstáculos para realizar os leilões no dia 22 de dezembro é que o edital definitivo precisa ser publicado no dia 7 de novembro. Este tempo é excessivamente curto para que o TCU possa analisar, fazer recomendações e aprovar os editais. A regra exige um prazo de 45 dias para realização do leilão a partir da data em que os editais foram lançados.

    Enquanto isso, a Anac acaba de homologar o resultado do leilão do novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). Dentro de 45 dias, o consórcio vencedor — Inframérica, formado pela empresa Argentina Corporación América e pelo grupo Engevix — assina o contrato de construção e exploração do aeroporto por 28 anos, incluindo os três previstos para a obra.

     

     


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