<< Início   < Próxima  | |  Anterior >   Última >>
  • Valor Econômico
    21/06/2011

    Gol opera só frota própria e rival terá nova empresa neste ano
    TAM e Gol traçam rotas diferentes na manutenção
    Alberto Komatsu

    As duas maiores empresas aéreas brasileiras traçam estratégias distintas para o negócio de manutenção de aeronaves. Enquanto a TAM deve iniciar o desmembramento dessa divisão no segundo semestre para buscar mais receita com terceiras empresas; sua maior rival, a Gol prevê fazer a manutenção apenas da própria frota e alcançar 100% da capacidade instalada no fim do próximo ano.

    A TAM Manutenção vai deixar de ser uma grande divisão da TAM para ser uma empresa debaixo do guarda-chuva da holding TAM S.A no segundo semestre, revela o vice-presidente de manutenção, Ruy Amparo. No dia 6 de junho, a presidente do conselho de administração da TAM, Maria Cláudia Amaro, informou ao Valor que esse plano deve ser concluído em 2012.

    Segundo Amparo, de 2008 até hoje, o faturamento da TAM Manutenção gerado com terceiras empresas alcançou 15%. O restante é da própria frota. Até 2015, após tornar-se uma empresa independente, o plano é obter 40% do faturamento com outras companhias aéreas.

    "Começamos a terceirizar o atendimento, em meados de 2006, de forma marginal porque o mercado batia na nossa porta. Em 2007, a TAM estabeleceu um programa para buscar novas fontes de lucros em outros negócios", afirma Amparo. De acordo com ele, a TAM aplicou em torno de R$ 200 milhões para ter sua atual infraestrutura, em São Carlos, interior de São Paulo.

    Desde 2006, quando decidiu inaugurar uma estrutura focada em manutenção, a Gol já desembolsou R$ 90,5 milhões em seu centro de manutenção no aeroporto de Confins (MG), que faz revisão apenas da própria frota, atualmente com 118 aviões.

    São três hangares que operam com 85% da capacidade. Qualquer decisão sobre novos investimentos só deverá ocorrer em 2012, quando a Gol alcançaria o teto de capacidade, diz o vice-presidente técnico da companhia, Adalberto Bogsan.

    O centro de manutenção da Gol tem três hangares, com capacidade para atender 14 aviões simultaneamente. "A gente já discutiu várias vezes esse tema [terceirizar o atendimento], mas o foco da área de manutenção é atender a frota da Gol", afirma o vice-presidente técnico da Gol.

    A capacidade diária de atendimento da manutenção da TAM é de nove aviões. Amparo afirma que há dois planos de expansão, cuja execução depende de uma negociação com o governo estadual de São Paulo, por meio do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).

    A TAM reivindica a ampliação da pista do aeroporto de São Carlos, atualmente com 1.720 metros de comprimento e 45 metros de largura.

    Com essa obra, a companhia poderia passar a fazer reparos em aviões de grande porte, como o Boeing 777 ou o 747, aviões com capacidade para mais de 350 passageiros.

    Atualmente, a TAM Manutenção pode fazer reparos em oito tipos de avião, sendo a maioria da Airbus, que compõem a maior parte de sua frota, com 152 aviões.

    "A ampliação da pista do aeroporto de São Carlos foi tratada, hoje [ontem], em reunião no Daesp com a diretoria da TAM. O Daesp irá analisar o assunto", informou o Daesp.

    Caso essa obra não saia do papel, Amparo diz que outro plano é dobrar a capacidade da manutenção dos aviões de corredor único, de médio porte. De acordo com o executivo, a TAM não tem a intenção de bancar o investimento para ampliar a pista do aeroporto de São Carlos.

     

     

    Folha de São Paulo
    21/06/2011

    Proposta para Cumbica é contestada
    Concorrentes questionam preço apresentado pela Delta, líder em obras públicas, para a construção de terminais remotos
    MARIANA BARBOSA

    A obra emergencial para a construção de dois terminais remotos de passageiros no aeroporto de Guarulhos (Cumbica) começa a ser questionada.
    A Folha apurou que construtoras que foram convidadas a participar do processo questionam, junto à Infraero, a proposta da Delta Construção, que ofereceu o menor preço, R$ 88 milhões.
    A Delta é a construtora que mais contratos possui com o governo federal.
    As concorrentes argumentam que o preço apresentado pela Delta é muito baixo, dada a complexidade da obra.
    O preço é R$ 30 milhões inferior ao segundo menor apresentado (da Camargo Corrêa) e corresponde a um terço do maior valor (R$ 254 milhões, da OAS). Também concorrem Odebrecht (R$ 242 milhões) e Andrade Gutierrez (R$ 127 milhões).
    A consulta pública tem como critério o menor preço. Por ser uma obra emergencial, a ser realizada em um prazo de até seis meses, houve dispensa de licitação.
    Procurada, a Delta declarou que "a vitória em concorrências se dá pela oferta do menor preço e pela capacidade técnica comprovada".
    As construtoras tiveram uma semana para avaliar o projeto e apresentaram as propostas no dia 13. Na ocasião, todas puderam ver as propostas concorrentes.
    Documento oficial com o cronograma da obra obtido pela Folha mostra que o anúncio do vencedor deveria ser feito no ato da abertura das propostas, previsto originalmente para 30 de maio.
    A Infraero disse que o processo "está em análise" e que o vencedor deve ser anunciado até o fim desta semana.
    Os terminais serão construídos em área ocupada por galpões que eram da Vasp e da Transbrasil e que estão ociosos. Um tem 10.000 m2, o outro, 14.000 m2.
    Juntos, terão capacidade para 5 milhões de passageiros. Somada a capacidade de um outro terminal provisório que está sendo construído pela Infraero, de 1 milhão, os novos terminais poderão ampliar a capacidade do aeroporto para 26,5 milhões.
    No ano passado, o aeroporto recebeu 26,8 milhões. A intenção do governo é inaugurar os novos terminais antes do fim do ano.

    O GRUPO
    A Delta pertence ao empresário Fernando Cavendish Soares. Segundo o site Contas Abertas, com base em dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), a Delta está desde 2006 entre as cinco maiores construtoras e liderou o ranking de investimentos da União nos últimos dois anos.
    Em 2011, a empresa se mantém na liderança, com R$ 254,7 milhões repassados pelo governo. A empresa integra o consórcio que reforma o Maracanã, com Andrade Gutierrez e Odebrecht.

     

     

    Folha de São Paulo
    21/06/2011

    Obra no aeroporto de Cumbica, em SP, começa em 7 de agosto
    RICARDO GALLO

    Começa em 7 de agosto a reforma da pista do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), o maior do país. A data foi informada no mês passado pela Infraero (estatal responsável pela administração dos aeroportos) às companhias aéreas.

    A obra será na maior pista, de 3.700 metros, e vai até 11 de dezembro, na alta temporada. O asfalto será substituído. No período, a pista será reduzida em cerca de 30%, para 2.500 metros. A outra pista, de 3.000 metros, não será reformada por ora.

    Por conta da intervenção, aviões de grande porte, como Boeing 777 e Airbus A-340, que fazem viagens de longa distância, terão que reduzir carga e passageiros. Eles têm de estar mais leves para decolar em uma pista menor.

    Serão afetados voos para Europa, América do Norte, Ásia e África. As empresas têm planejado voos com carga quase zero e diminuição de até 20 lugares por voo, algo próximo a 7% da capacidade dessas aeronaves.

     

    PLANO B

    Entre as empresas consultadas, a American Airlines cortará carga e passageiros; a Emirates e a British Airways calculam 23 toneladas e 12,5 toneladas a menos por voo, respectivamente --ambas não decidiram a proporção de carga/passageiros.

    A companhia britânica foi a única a revelar o prejuízo estimado: R$ 2,58 milhões.

    Em 7 de julho, a Infraero interditará a pista por um dia para simular o vaivém de aviões durante as obras.

    Se o teste fracassar, o plano de afetar só carga e passageiros dará lugar a outro, mais radical: reduzir os pousos e decolagens em Cumbica, hoje de 44 por hora.
    Essa havia sido a primeira proposta da Infraero para a reforma, com corte de 40% nas operações.

    Sob o argumento de que o tráfego aéreo entraria em colapso, as companhias aéreas resistiram e a estatal optou por reduzir carga e/ou passageiros só nos aviões maiores.

     

     

    O Estado de São Paulo
    21/06/2011

    Anac abre processo para investigar irregularidades
    Tiago Décimo

    A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou ontem que abriu processo administrativo para apurar possíveis irregularidades relacionadas ao acidente com o helicóptero.

    O foco das investigações é a situação supostamente irregular do piloto, o empresário Marcelo Mattoso de Almeida, de 48 anos. Ele estaria com a habilitação vencida, não teria licença para pilotar helicóptero e a autorização médica teria vencido em agosto de 2006. Pilotos de mais de 40 anos precisam renová-la anualmente.

    Almeida também não teria habilitação para pilotar por instrumentos, o que seria fundamental para a operação da aeronave quando houve o acidente, à noite e sob chuva.

    Para conseguir liberação para a decolagem do Aeroporto Internacional de Porto Seguro, Almeida usou, segundo a Anac, dados de outro piloto, Felipe Calvino Gomes, de 29 anos. Entrevistado pela Rede Globo, Gomes disse que pilotou o mesmo helicóptero na semana passada, mas negou ter autorizado o empresário a usar seus dados na Anac.

    O Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) também investiga as circunstâncias do acidente.

     

     

    O Estado de São Paulo
    21/06/2011

    Embraer vende 39 aviões em Paris
    Companhia brasileira chega ao milésimo avião da família EMB vendido
    Andrei Netto

    A construtora aeronáutica brasileira Embraer anunciou ontem a assinatura de contratos de venda de 39 aviões da família ERJ/EMB, em uma encomenda avaliada em US$ 1,7 bilhão. Somam-se ao negócio outras 22 opções de compra, que podem elevar o valor total da transação a US$ 2,6 bilhão.

    As cifras alçaram a fabricante de São José dos Campos ao primeiro destaque entre os construtores de aeronaves regionais no primeiro dia do 49º Salão Aeronáutico de Bourget (Paris Air show), superando as concorrentes Bombardier, Sukhoi e ATR.

    Os aparelhos foram vendidos para as empresas como a SriJava, da Indonésia - o maior contrato, com 20 jatos - a Kenya Airways, do Quênia, Air Astana, do Casaquistão, GE Capital Aviation Services (Gecas) e Air Lease Corp., dos Estados Unidos. Os contratos de venda foram divulgados ontem, em Le Bourget, e representaram um marco para a companhia, quarta maior do mundo. Com o acordo, ela superou a barreira de mil aviões Emb-170/190 vendidos desde 2004. Há ainda 750 opções de compra em curso.

    Os modelos E170, E175, E190 e E195, com capacidades que vão de 70 a 122 lugares, equipam 60 companhias aéreas em 40 países. "É uma grande conquista, principalmente se levarmos em consideração que a marca foi atingida apenas sete anos após a primeira entrega", comemorou Paulo César de Souza e Silva, vice-presidente executivo da Embraer para aviação comercial.

    Apesar de sua discrição no Salão de Bourget - a Embraer não trouxe aviões para apresentações em Paris -, os anúncios de ontem destacaram a empresa brasileira na comparação com seus rivais diretos, como a canadense Bombardier, a russa Sukhoi e a franco-italiana ATR. Rival histórica da Embraer, a Bombardier anunciou a venda de apenas dez aviões CS100, além de seis outras opções, em um negócio avaliado em US$ 616 milhões. O nome do cliente não foi revelado.

    Otimismo. Souza e Silva também disse esperar pela resposta da companhia aérea americana Delta Airlines, que a partir de outubro deve iniciar um processo de renovação da frota, em uma disputa aberta com Airbus, Boeing e Bombardier. "A nossa expectativa é que a Delta decida em outubro. Estão falando em 250 aviões, sendo 100 jatos regionais", afirmou. "Estamos bem na campanha com a Delta, que já voa com nossos aviões."

    Apesar do otimismo, a Embraer enfrenta um revés com a companhia americana JetBlue, que em 2003 firmou contrato de US$ 6 bilhões para a aquisição de 100 aeronaves Emb-190, com opções de compra de outras 100. Por causa da crise na empresa, o contrato corre risco deve não ser honrado. Apenas 49 aviões foram entregues.

    O sucesso da Embraer, que superou de longe o número de encomendas anunciadas pelos concorrentes diretos, não apagou a expectativa em torno de uma resposta da companhia brasileira sobre seus planos. No meio aeronáutico, há expectativa crescente sobre a decisão da Embraer de renovar sua família ou lançar-se em um novo projeto, de um avião de maior porte - 150 lugares - capaz de competir com certas linhas da Airbus e da Boeing.

    Empresas clientes da Embraer, começam a analisar a possibilidade de adotar o A320NEO (New Engine Option), a versão com nova motorização do aparelho mais vendido da Airbus. Nos bastidores do Salão de Bourget, analistas se perguntam sobre os novos projetos da Embraer, que hesita entre a modernização da família EMB, mantendo-se no mercado de aeronaves com 70 a 122 lugares, e a criação de uma nova família, no segmento de 122 a 150 assentos.

    Nesse mercado, a construtora franco-germânica Airbus já anunciou a modernização do modelo A320 com o uso de motores mais econômicos. Já a americana Boeing deve confirmar em breve o destino de seus aviões 737. Com base em uma nova configuração do mercado, a Embraer deve tomar sua decisão.

    Em entrevista à agência Reuters no domingo, Frederico Curado, presidente da Embraer, reconheceu que a companhia precisa ajustar sua rota. "Estamos sentindo o aumento da competição e não podemos ter ilusão de que podemos ficar de braços cruzados, sem novos planos e está tudo bem", disse. "A expectativa começa a aumentar. Eu continuo achando que até o fim do ano já teremos um direcionamento bem claro."

     

     


    << Início   < Voltar  | |  Avançar >   Última >>