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    02/06/2010

    VarigLog:Plano de recuperação é aprovado
    Tribunal aprova plano de recuperação judicial da VarigLog
    Folha Online

    A VarigLog saiu da fila da falência. O Tribunal de Justiça de São Paulo, por maioria de votos da Câmara Especial de Falências e Recuperações Judiciais, decidiu nesta terça-feira (1/6) aprovar o plano de recuperação judicial da empresa aérea de logística. Os votos vencedores foram pronunciados pelos desembargadores Romeu Ricupero e Boris Kauffmann. Ficou vencido o relator Lino Machado.

    A empresa tem um passivo estimado em R$ 447 milhões. O julgamento começou no início de maio, quando o desembargador Lino Machado aceitou reclamação dos credores e votou pelo decreto de quebra da empresa brasileira de transporte de cargas. A conclusão foi adiada com o pedido de vistas do desembargador Romeu Ricupero.

    Estava em apreciação a sentença da juíza Renata Mota Maciel, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Em outubro do ano passado, a magistrada invalidou decisão da assembléia de credores pela falência da empresa. A juíza decidiu aprovar o plano de recuperação judicial da VarigLog, desconsiderando o voto das empresas aéreas concorrentes e das arrendadoras de aeronaves, todas credoras da VarigLog.

    O Tribunal de Justiça fez prevalecer a crown down, regra importada da legislação americana. Ela é prevista no artigo 58 da Lei 11.105 de recuperação judicial e permite a aprovação pela Justiça do plano rejeitado em assembléia, desde que o voto favorável represente mais de 50% do valor dos créditos, independentemente de classe, se houver aprovação da totalidade de uma das classes e mais de um terço dos créditos totais presentes tenha votado pela aprovação do plano.

    Na decisão, a Câmara de Falências e Recuperações Judiciais do tribunal paulista excluiu duas empresas: a Atlantic Aviation Investiments-LCC e a Pegasus Aviation.

    Em assembleia de credores, feita no ano passado, o plano de recuperação foi rejeitado por 59,96% dos credores presentes. O grupo presente à assembleia representava 62% da dívida de cerca de R$ 184 milhões que a VarigLog tem com bancos e fornecedores. Os trabalhadores, que têm R$ 3,8 milhões a receber da empresa, aprovaram por unanimidade a proposta.

    Insatisfeitas, Pegasus Aviation, Lufthansa Technik Ag, Lufthansa Systems HMBH, Lufthansa Technik Tulsa, Shell Brasil Ltda, Embralog Ltda, Construtora Brasil Central, Tap Manutenção S/A e a Atlantic Aviation Investiments-LCC ingressaram com recursos no Tribunal de Justiça para cassar a decisão de primeira instância e decretar a falência da VarigLog.

    Os nove credores da VarigLog que foram ao Tribunal de Justiça sustentaram que não foram cumpridos os requisitos previstos no artigo 58 da Lei de Falências e Recuperação Judicial. Segundo eles, o plano teria dado tratamento diferenciado entre credores da mesma classe, que rejeitara o plano.

    Controle acionário
    Há um outro problema em discussão: a alienação do controle acionário da VarigLog à empresa Velog, com compromisso de compra por German Efromovich. O empresário, que é dono do grupo Sinergy, que inclui OceanAir e a colombiana Avianca, assinou um contrato de opção de compra com duração de três anos, no valor de US$ 100 mil, com a Velog, empresa off-shore instalada no Panamá, que adquiriu a VarigLog do fundo americano Matlin Patterson por apenas US$ 100.

    O principal acionista do fundo americano é o chinês Lap Chan. Sua irmã Chan Lup Wai Ohira é a dona da Velog. Uma decisão da 22ª Vara de São Paulo, no entanto, suspendeu a negociação entre a Velog e o Matlin Patterson.

    “Na verdade, a VarigLog tenta criar uma cortina de fumaça e desviar a atenção desta câmara daquilo que é o objeto desses recursos”, sustentou o advogado que representou os credores.

    Segundo a defesa dos credores, a taxa de reprovação do plano de recuperação judicial da VarigLog foi de 63,17%. “Não há lacuna a ser preenchida pelo juiz, como quer fazer crer a VarigLog. Os requisitos da lei simplesmente não foram atendidos e, portanto, nada pode justificar a provação do plano”, completou o advogado dos credores.

    A VarigLog sustenta que a Atlantic Aviation Investiments é subsidiária integral da Lan Air Line S/A, integrante do grupo Lan Chile. Argumenta ainda que não existe irregularidade ou prática de fraudes em sua estrutura societária e nega que houve tratamento diferenciado entre credores da mesma classe, uma vez que o fundo de pensão Aerus pertence à previdência complementar.

    Plano de pagamento
    Os credores argumentam que o plano de recuperação prevê condições desvantajosas. Para os credores com créditos acima de R$ 20 mil, cujo montante total é R$ 182,5 milhões, está previsto o pagamento de 15% da dívida em parcelas trimestrais entre abril de 2012 e janeiro de 2022.

    Os outros 85% seriam pagos a partir de 2013 caso ocorra o chamado Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) acima do projetado pela empresa. Uma fatia de 35% de um eventual saldo no Lajida seria usada para pagar credores. Mas, sem esse saldo, 85% da dívida deve ser paga em 30 anos, a partir de 2022.

    A VarigLog entre 2007 e 2008 foi palco de um intenso conflito societário. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial. Em carta aos seus franqueados, afirmou que a situação financeira havia se agravado devido à indefinição societária, à crise mundial e ao fato de que suas contas passaram a ser penhoradas como resultado de cobranças judiciais.

    A VarigLog pertencia ao grupo da velha Varig e em 2005 foi adquirida pela Volo do Brasil, sociedade entre o fundo americano Matlin Patterson e três brasileiros. Em 2006, a própria VarigLog comprou o que restava das operações aéreas da Varig -então VRG-, em meio ao processo de recuperação da companhia.

    Mais tarde, em março de 2007, vendeu a VRG à Gol por quase R$ 570 milhões. Após a venda, as disputas societárias começaram,

     

     

    Site Consultor Juridico
    02/06/2010

    TJ-SP aprova recuperação judicial da VarigLog
    Por Fernando Porfírio

    O Tribunal de Justiça de São Paulo aprovou o plano de recuperação judicial da VarigLog. A corte paulista usou o cram down, instrumento previsto no parágrafo 1º, do artigo 58 da Lei de Falências e Recuperação Judicial. O mecanismo é usado como forma de o juiz forçar a aprovação do plano de recuperação judicial, preenchidos determinados requisitos legais.

    O cram down foi copiado do sistema norte-americano outorgando, em certa medida, discricionariedade ao Judiciário para decidir pela preservação da empresa, mesmo que o plano de recuperação não tenha sido aprovado em assembléia pela maioria dos credores.

    A decisão foi tomada nesta terça-feira (1/6), por maioria de votos, pela Câmara Reservada de Falências e Recuperações Judiciais. O julgamento havia sido adiado, a pedido do revisor, desembargador Romeu Ricupero. Os votos vencedores foram pronunciados pelo revisor e o terceiro juiz, desembargador Boris Kauffmann. Ficou vencido o relator Lino Machado. 

    A VarigLog tem um passivo estimado pelos credores em R$ 447 milhões. Na primeira semana de maio, o desembargador Lino Machado aceitou reclamação dos credores e votou pelo decreto de quebra da empresa brasileira de transporte de cargas. 

    Vários recursos foram apresentados pelas empresas credoras contra a sentença da juíza Renata Mota Maciel, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A magistrada invalidou decisão da assembléia de credores pela falência da empresa, aprovando o plano de recuperação judicial da VarigLog. 

    O Tribunal de Justiça fez prevalecer o cram down, regra de recuperação judicial que permite a aprovação pela Justiça do plano rejeitado em assembléia, desde que o voto favorável represente mais de 50% do valor dos créditos, independentemente de classe, se houver aprovação da totalidade de uma das classes e mais de um terço dos créditos totais presentes tenha votado pela aprovação do plano. 

    Na decisão desta terça-feira, a Câmara Reservada de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal paulista excluiu os pedidos apresentados pelas empresas Atlantic Aviation Investiments-LCC e a Pegasus Aviation.  

    Na assembleia de credores o plano de recuperação foi rejeitado por 59,96% dos credores presentes. O grupo representava 62% da dívida de cerca de R$ 184 milhões que a VarigLog tem com bancos e fornecedores. Os trabalhadores, que têm R$ 3,8 milhões a receber da empresa, aprovaram por unanimidade a proposta. 

    As empresas Pegasus Aviation, Lufthansa Tchnick Ag, Lufthansa Systems HMBH, Lufthansa Technik Tulsa, Shell Brasil Ltda, Embralog Ltda, Construtora Brasil Central, Tap Manutenção S/A e a Atlantic Aviation Investiments-LCC ingressam com recursos no Tribunal de Justiça para cassar a decisão de primeira instância e decretar a falência da VarigLog. 

    Os nove credores da VarigLog que foram ao Tribunal de Justiça sustentaram que não foram cumpridos os requisitos previstos no artigo 58 da Lei de Falências e Recuperação Judicial. Segundo eles, o plano teria dado tratamento diferenciado entre credores da mesma classe, que rejeitaram o plano.

    Entre 2007 e 2008 o controle societário da VarigLog foi motivo de conflito administrativo e judicial. Em dificuldades financeiras, a empresa bateu às portas da Justiça com pedido de recuperação judicial.

    A VarigLog pertencia ao grupo da velha Varig e em 2005 foi adquirida pela Volo do Brasil, sociedade entre o fundo americano MatlinPatterson e três empresários brasileiros. Em 2006, a própria VarigLog comprou o que restava das operações aéreas da Varig - então VRG -, em meio ao processo de recuperação da companhia.

    Mais tarde, em março de 2007, vendeu a VRG à Gol por quase R$ 570 milhões. Após a venda, as disputas societárias começaram, com o fundo acusando os brasileiros de desvio do dinheiro e cobrando-os judicialmente.

    Franca recuperação
    Para a presidente da VarigLog, Lup Ohira, o plano representa a chance de a empresa voltar a ocupar seu lugar de destaque no mercado. “Sempre tive a convicção de que superaríamos, com a ajuda de todos, a crise momentânea. Já celebramos novos contratos para o arrendamento de aeronaves, inclusive com empresas do exterior, os salários estão em dia e a VarigLog está em franca recuperação. Vamos, em breve, abrir licitação para novas franquias. A confiança depositada pelo Judiciário será honrada”, destaca.

    Na ação a VarigLog foi representada pelos escritórios Ferrari & Magalhães Advogados e Renato Mange Advogados.

     

     


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