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  • Portogente
    08/06/2012

    Espaço aéreo brasileiro e aeroportos terão mudanças para Rio+20
    Sidney Rezende

    Durante a Conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro, a Rio+20, que começa na próxima quarta-feira, o sistema aéreo brasileiro sofrerá mudanças e terá regras especiais. Os aeroportos do país, principalmente os da capital fluminense, receberão reforços para garantir a rapidez no atendimento e a segurança de chefes de Estado e delegações estrangeiras que virão ao Brasil para o encontro.

    As regras para operação dos aeroportos e de todo o espaço aéreo brasileiro, no entanto, estão em um manual sigiloso produzido pela Secretaria de Aviação Civil (SAC). O documento também servirá para orientar ações do setor em outros megaeventos como a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, e a Copa de 2014.

    Pelo menos 470 profissionais serão deslocados para agilizar o atendimento na Rio+20, sendo a maioria atuantes nos aeroportos Galeão e Santos Dumont, e nas bases aéreas do Galeão e de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

     

     

    Valor Econômico
    08/06/2012

    O voo internacional da Southwest
    Jeremy Lemer

    Um ano após ter adquirido a AirTran, rival no segmento de baixo custo, por US$ 1,4 bilhão, a Southwest Airlines está montando cuidadosamente as peças para uma iniciativa fora dos Estados Unidos, voltada para os mercados internacionais dominados por concorrentes de maior porte.

    Nos últimos seis meses, a companhia aérea deu uma série de passos preparatórios, entre eles o anúncio de modernização de sua frota e de seus sistemas de tecnologia da informação, que lhe permitirão voar mais no exterior. A companhia também tem planos para construir um novo terminal internacional em Houston.

    Os planos da empresa são ambiciosos. Sua alta administração espera, em cinco anos, dobrar seu número de voos internacionais.

    Tomadas em conjunto, as iniciativas representam uma mudança de rumo significativa para a Southwest, bastante conhecida como companhia aérea doméstica de baixo custo muito lucrativa, e uma nova ameaça para empresas como a United Airlines, tradicionalmente predominante nas rotas de longa distância.

    Sob alguns aspectos, a expansão internacional é uma necessidade para a Southwest. "Se você olhar o mercado interno, verá que ao longo dos últimos 10 anos o tráfego doméstico nos EUA permaneceu bastante estagnado", diz Bob Jordan, executivo-chefe comercial da Southwest e presidente da AirTran. "Mas o tráfego internacional continua a crescer, para destinos tanto de lazer como de negócios. Estamos interessados nisso para continuar a promover o crescimento da Southwest Airlines."

    O crescimento nunca foi tão importante para a Southwest. Embora justificadamente famosa por sua produtividade, essa companhia aérea de baixo custo viu seus gastos subirem ao amadurecer, ganhar escala e crescer mais lentamente.

    Em resposta, a Southwest adaptou seu modelo de negócios. A companhia começou a originar voos de mercados disputados, como o aeroporto LaGuardia, em Nova York, onde antes mantivera-se ausente, e abandonou sua estratégia individualista, passando a firmar vínculos com outras companhias aéreas, como a mexicana Volaris.

    A aquisição da AirTran em 2011, a maior na história da Southwest, acelerou o processo, proporcionando à empresa uma posição privilegiada no mercado doméstico de Atlanta e também destinos internacionais de curta distância, gerando cerca de US$ 75 milhões das receitas por ano.

    A partir dessa base, a Southwest está de olho em sua expansão. A companhia já está desenvolvendo uma série de novas rotas para sua unidade AirTran, focada principalmente em destinos de negócios e lazer no México, e está focada também em oportunidades em áreas no norte da América do Sul.

    Observadores notam que voar no exterior introduzirá tanto complexidade como riscos na estratégia tradicionalmente enxuta da Southwest. Para tudo dar certo, a empresa terá de aprender a lidar com o tráfego de conexões, moedas estrangeiras e lobby em nível internacional.

    "Há muita complexidade para operar internacionalmente. Há as aprovações necessárias, é preciso lidar com autoridades locais de formas diferentes", diz Jordan. "Não estou preocupado com tudo isso. É apenas algo que temos de fazer e pronto."

    Em abril, a Southwest contratou a Amadeus, empresa de tecnologia europeia, para atualizar seus sistemas, mas não estarão prontos antes de 2014, e até então a Southwest não poderá aceitar reservas internacionais ou colher os benefícios da fusão com a AirTran.

    Já houve tropeços ao longo do caminho. Em maio, Kelly admitiu que serão necessários pelo menos seis meses a mais do que planejado para que a empresa comece a vender bilhetes de conexão entre voos da Southwest e da AirTran.

    No mês passado, a empresa anunciou estar adiando para 2017 a disponibilização de dezenas de jatos Boeing 737-800, a aeronave mais apta a cobrir rotas internacionais, para cortar mais de US$ 1 bilhão em gastos de capital em curto prazo.

    Mais obstáculos são esperados. Os planos da Southwest para construção de um novo terminal internacional no Aeroporto Hobby, em Houston - que permitirá cerca de 25 voos por dia em torno de 2015 - já geraram uma reação agressiva por parte da United Airlines. A rival, que mantém uma posição forte servindo a América Latina a partir de seu polo de irradiação no Aeroporto Intercontinental George Bush, informou que vai eliminar voos originados na cidade e cortará investimentos lá, caso o plano progrida, como parece provável.

    A United tem boas razões para ficar nervosa. Adam Pilarski, da Avitas, empresa de consultoria em aviação, observa que em outros entrocamentos aéreos a Southwest começou a atuar apenas incomodando e terminou assumindo a posição dominante. Após uma tentativa frustrada na década de 80, a Southwest retornou ao mercado de Denver em 2006. No fim daquele ano a companhia detinha 5% do mercado local, mas seis anos depois tornou-se a número dois entre as empresas aéreas na cidade.

    Jordan diz que a empresa sente-se confortável diante da concorrência - tendo brigado durante décadas para se estabelecer no disputado mercado doméstico americano - e persistirá, independentemente das reações.

    "As mesmas técnicas que permitiram à Southwest ter êxito - serviço, horários de voos, ótima operação e baixas tarifas - nos tornarão bem-sucedidos na arena internacional."

    De fato, embora as incursões da Southwest no exterior estejam em seus estágios iniciais, Pilarski acredita que a empresa acalentará ambições maiores. Chegará um momento, prevê ele, em que a Southwest cobrirá rotas internacionais de longa distância para Londres e para destinos mais distantes.

     

     


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