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  • Valor Econômico
    29/03/2012

    Embraer vende Super Tucano à África
    Virgínia Silveira

    A Embraer anunciou ontem a venda de seis aeronaves Super Tucano, turboélice de treinamento avançado e ataque leve, para três países da África. O valor dos contratos, que incluem um pacote de suporte logístico, treinamento e peças de reposição, está estimado em mais de US$ 180 milhões.

    A carteira de pedidos da Embraer para o Super Tucano, porém, deve aumentar ainda mais este ano. Segundo o comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, os novos negócios provam que o avião brasileiro está fazendo muito sucesso em vários países do mundo. Entre as várias campanhas comerciais que a Embraer desenvolve atualmente com o modelo, de acordo com Comandante, Guatemala e Peru já estariam em fase bastante adiantada.

    Com os pedidos anunciados hoje para Angola, Mauritania e Burkina Faso, segundo a Embraer, sobe para nove o número de Forças Aéreas que já selecionaram o Super Tucano na América Latina, África e Sudeste Asiático. Destas, seis já estão operando o modelo.

    Das unidades anunciadas ontem, seis foram para a Força Aérea de Angola e outras três para a Força Aérea de Burkina Faso, primeiro operador do Super Tucano na África. O modelo já está sendo utilizado pelo país em operações de vigilância de fronteiras. As três primeiras unidades de Angola serão entregues pela Embraer ao longo deste ano. A empresa não revelou a quantidade de Super Tucano adquirida pela Força Aérea da Mauritania, que também escolheu o modelo brasileiro para executar missões de contra-insurgência.

    O crescimento das vendas do Super Tucano também vai trazer um retorno financeiro para a Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo o comandante da Aeronáutica, a partir da compra de oito unidades feita pela Indonésia, em 2011, a FAB começou a receber royalties por cada venda do modelo, tendo em vista que é a proprietária intelectual do projeto.

    O Super Tucano acumula 182 encomendas, das quais 158 já foram entregues. Destas, 99 foram para a FAB, detentora do projeto. A Embraer projeta um mercado potencial de US$ 3,5 bilhões para a classe do Super Tucano, algo em torno de 300 aeronaves. Somente na América Latina, segundo a empresa, o mercado potencial é estimado em 81 aeronaves até 2025, o que representa negócios superiores a US$ 1 bilhão.

    A divulgação dos novos pedidos para o Super Tucano foi feita ontem na Feira Internacional do Ar e do Espaço (Fidae), que acontece até o dia 1º de abril, no Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, em Santiago (Chile).

    Sobre o cancelamento do contrato que previa a compra de 20 Super Tucano pela Força Aérea dos Estados Unidos (Usaf), o brigadeiro disse estar otimista quanto a um desfecho favorável para a brasileira. Saito comentou ainda que a FAB não se envolveu no processo, mas que sempre esteve ao lado da empresa brasileira nas vendas de produtos militares. Saito se reuniu ontem com o comandante da Usaf, mas negou que o encontro tenha sido motivado pelo imbróglio.

    A repórter viajou a convite da Embraer.

     

     

    Estadão Online
    29/03/2012

    China abre mais espaço para jatos executivos e pode beneficiar Embraer
    CLÁUDIA TREVISAN

    O número de jatos executivos nos céus da China aumentou em 45,3% no ano passado, depois de anos de baixo crescimento. Mesmo com o salto, o país tinha apenas 109 aeronaves desse tipo no fim de 2011, comparadas a 10 mil nos Estados Unidos, mas as autoridades de Pequim começam a dar os primeiros passos para mudar as regras que restringem a expansão do mercado - o que potencialmente beneficia a brasileira Embraer.

    O diretor da Administração de Aviação Civil da China, Xia Xinghua, disse durante uma feira do setor realizada em Xangai que o governo vai diminuir o prazo para aprovação de licenças de empresas que oferecem voos em jatos executivos, bem como dos planos de voo apresentados pelos pilotos.

    Atualmente, a obtenção do sinal verde para decolagens pode demorar dias, o que acaba reduzindo os benefícios oferecidos por aviões particulares. Segundo Xia, a intenção do governo é fixar um prazo máximo de três dias para aprovação dos planos de voo, o que ainda é elevado quando comparado a padrões internacionais, pelo quais o consentimento é dado em horas.

    Além disso, deverá aumentar o número de empresas que oferecem aluguel de jatos executivos. No ano passado, existiam apenas nove em todo o país. Agora, há 48 pedidos de licença à espera de aprovação do governo, mas apenas 30 devem ser constituídas nos próximos três anos por razões de segurança, disse Xia.

    Outro empecilho à expansão do setor é a falta de infraestrutura. Apenas 180 aeroportos do país permitem o pouso e decolagem de jatos particulares, enquanto nos Estados Unidos o número chega a 15 mil.

    Com o maior número de bilionários do mundo depois dos EUA, a China tem um enorme mercado potencial, mas seu desenvolvimento é limitado por um estrito controle do espaço aéreo, falta de infraestrutura e regulação desfavorável.

    Mercado. Apesar das restrições, o cenário começa a mudar lentamente. A Embraer já vendeu 22 jatos executivos no país, 18 dos quais no ano passado, em contratos que somam cerca de US$ 800 milhões, segundo o presidente da companhia na China, Guan Dongyuan. Do total, cinco foram entregues até agora.

    "Nossa previsão é de que, nos próximos dez anos, a China terá mais 635 jatos executivos, no valor total de US$ 21 bilhões", disse Guan ao Estado, sem revelar quanto desse mercado a Embraer espera abocanhar. O número é semelhante às aeronaves do tipo existentes hoje no Brasil.

    Todos os jatinhos vendidos pela Embraer à China serão produzidos no Brasil, e não na fábrica que a companhia tem na cidade de Harbin em conjunto com a estatal Avic, onde antes eram montados aviões ERJ-145, para 50 passageiros. Em visita da presidente Dilma Rousseff ao país em abril de 2011, as duas empresas decidiram adaptar a planta para fabricação de jatos Legacy. Mas, passado quase um ano, a produção ainda não começou. Segundo Guan, os funcionários estão em treinamento e a linha de montagem está em fase de aprovação.

     

     


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