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  • Valor Econômico
    28/03/2012

    Gol enxuga malha após prejuízo de R$ 751 milhões
    Alberto Komatsu

    Apesar de ter registrado um dos maiores prejuízos anuais em 10 anos de atividade, de R$ 751,5 milhões em 2011, a Gol registrou ontem a maior alta da Bovespa (ver ao lado), com o anúncio de uma importante reestruturação na sua malha de voos. A Gol vai cortar, em março e abril, entre 80 e 100 voos diários. É o equivalente a entre 8% e 10% de sua operação total. Gol e Webjet operam, juntas, até 1.150 voos por dia.

    O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, diz que 80% das reduções serão de voos da Gol. Os 20% restantes serão da Webjet, adquirida em julho de 2011. O executivo acrescenta que essa medida justifica a redução no quadro de tripulantes em curso na companhia. Também é uma tentativa da Gol de se adequar ao cenário de desaceleração da demanda, iniciada no segundo semestre de 2011.

    Em janeiro e dezembro, o fluxo de passageiros no país teve expansão média de 7%, muito próximo do crescimento pré-crise - em 2008 a demanda de voos doméstica cresceu 7,4%. No ano seguinte a aviação doméstica cresceu 17,6%, seguidos pelos 23,5% de 2010 e pelos 15,7% de 2011. Para 2012, a projeção mais otimista é de 10%.

    "Essa redução será feita principalmente nos voos noturnos, em todas as regiões do país. Não vamos descontinuar rotas. Com isso, esperamos recuperação de 'yield' [índice de rentabilidade] no primeiro e segundo trimestres", disse Constantino.

    O vice-presidente financeiro da Gol, Leonardo Pereira, observa que em torno de R$ 400 milhões do prejuízo líquido de 2011 se referem às perdas com a variação cambial. Ele também cita a pressão dos custos com combustível, que respondem por cerca de 30% dos gastos do setor (ver texto abaixo).

    "O resultado em si foi fraco, principalmente no quarto trimestre. Só que o mercado [hoje] ficou um pouco mais otimista por conta do foco em rentabilidade, com a redução dos voos", afirma o analista de aviação do banco UBS, Victor Mizusaki.

    A Gol registrou lucro líquido de R$ 54,3 milhões no quarto trimestre de 2011, uma redução de 58,9% na comparação anual.

    A redução no quadro de funcionários da Gol foi deflagrada entre os dias 6 e 16 de março. Foi quando a empresa abriu um programa de licença não remunerada de um ano para tripulantes, sem garantia de estabilidade no retorno. O Ministério Público do Trabalho viu irregularidade nesse plano.

    Como a Gol obteve adesão parcial, abriu um processo de demissões voluntárias na sexta-feira. Os funcionários que quiserem aderir têm até o dia 29 para fazê-lo. Em maio, a empresa planeja reduzir a quantidade de comissários em aviões modelo 737-700, dos atuais quatro para três. Constantino não soube estimar qual a quantidade de funcionários que a empresa pretende dispensar no total.

    "Comparando os resultados da Gol e da TAM, o resultado da TAM foi bem mais forte. A TAM tem como diferenciais o mercado internacional e a Multiplus ", diz Mizusaki. A TAM registrou prejuízo de R$ 335,1 milhões no ano passado - menos da metade das perdas da Gol - ante lucro de R$ 637,4 milhões do ano anterior. No quarto trimestre, a TAM lucrou R$ 95 milhões, acima das estimativas de R$ 25 milhões do mercado.

    Constantino estima que a oferta de assentos das duas companhias - Gol e Webjet - vai ter "crescimento zero" em 2012. A Gol, em suas projeções financeiras divulgadas em fevereiro, havia estimado que sua oferta ano oscilaria entre 0% e 2%. "Está mais próximo de zero".

    Pereira contou que o planejamento preliminar de frota para 2012 inclui o recebimento de quatro aeronaves para a Gol, que passará a ter frota total de 127 aviões. Como a Gol vai remanejar 10 aeronaves para a Webjet, terminará este ano com frota de 117 aviões.

    O repasse de aviões para a Webjet será feito para que ela mantenha a frota atual de 24 aviões, mas renovada, pois os aviões mais antigos, os 737-300, serão substituídos. Com isso, Gol e Webjet somarão 141 aviões em 2012, quatro menos do que a atual frota em operação, com 145 aeronaves.

     

     

    Valor Econômico
    28/03/2012

    Gasto com gasolina supera o da TAM
    Fernando Torres

    As duas empresas operam no mesmo ambiente e usam querosene de aviação para abastecer suas aeronaves. Mas enquanto o custo com combustíveis da TAM aumentou 21% entre 2010 e 2011, na Gol a alta foi de 34%. Quando se analisam os custos por assento disponível por quilômetro, a TAM gastou 10% a mais com combustíveis no ano passado, enquanto os custos da Gol subiram 22% na mesma comparação.

    A política de gestão de risco para o preço dos combustíveis explica em boa parte essa diferença nos resultados.

    No fim de dezembro deste ano, a TAM tinha proteção (hedge) para 28% de seu gasto com combustível previsto para os próximos 12 meses, a um preço de US$ 94 por barril de petróleo.

    Na Gol, o índice de proteção é maior, de 34% dos custos, mas o preço médio contratado é de US$ 118, 25% maior que o da rival.

    A TAM conseguiu preços mais baixos porque tem como política contratar proteção mínima de 20% dos gastos com combustíveis para um período de 12 meses a frente e de 10% para o período entre o 13º mês e o 24º mês.

    A Gol tem como prática concentrar as operações de hedge com uma antecedência menor, apenas por quatro trimestres.

    Até o fim do primeiro trimestre do ano passado tudo caminhava bem. A Gol tinha hedge contratado para 23% dos gastos previstos com combustível, com preço médio de US$ 98 por barril. E a TAM tinha travado 25% das despesas a uma cotação média de US$ 87.

    No fim do segundo trimestre, quando a cotação internacional do petróleo teve forte alta, o preço médio travado pela Gol para os 12 meses seguintes saltou para US$ 121 por barril, enquanto o da TAM subiu para US$ 94.

    Embora não tenha sido o único fator, a diferença nos gastos com combustíveis contribuiu para que o resultado operacional (lucro antes de impostos e juros) da TAM tenha ficado praticamente estável, no ano, em R$ 1 bilhão, enquanto o da Gol saiu de um lucro de R$ 698 milhões em 2010 para um prejuízo de R$ 245 milhões.

    Como o resultado financeiro também foi negativo, principalmente pelo efeito do dólar na dívida da empresa, a Gol teve prejuízo líquido anual pela segunda vez desde sua criação, sendo que o primeiro em 2008, no valor de R$ 1,24 bilhão. No ano passado, a perda foi de R$ 752 milhões.

     

     

    Valor Econômico
    28/03/2012

    Aviação executiva ganha clientes em todo o país
    Paulo Vasconcellos

    Conforto e agilidade são moedas sem preço no mundo dos negócios ou no mercado de luxo. Entre 2005 a 2011 nada menos de 1.774 empresários e milionários compraram novos aviões e helicópteros executivos no país, de acordo com a Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG). Só de 2009 a 2010, o número de aparelhos em operação passou de 11.896 para 12.310. O mercado brasileiro de aviação executiva tem crescido de forma acelerada desde 2008. Hoje mantém aquecidos os negócios tanto de fabricantes, como a brasileira Embraer, quanto de quem apenas comercializa os aparelhos.

    "Vendemos 35 aviões por ano", diz Moacyr Laigmier Costa, diretor da Aviõesnet de São José de Rio Preto, em São Paulo, o maior portal de vendas de aparelhos usados do país. "Comercializamos em média 46 aviões novos por ano", revela Philipe Figueiredo, diretor de vendas de aeronaves da Líder Aviação, a maior empresa de aviação executiva da América Latina.

    O mercado de helicópteros não fica atrás. "Vendemos quase três aparelhos por mês", diz Gualter Pizzi, diretor comercial da Audi Helicópteros, que há mais de 35 anos distribui no Brasil os modelos da Robinson, maior fabricante do mundo. "Nossas vendas variam de 15 a 20 aparelhos por ano e respondem por metade do mercado executivo brasileiro", diz François Arnaud, vice-presidente comercial e de marketing da Helibras.

    Nos últimos cinco anos a frota brasileira de jatinhos mais do que dobrou. Hoje, chega perto de 600 unidades. Considerando todos os modelos são quase 11 mil aviões executivos, mais de 2.400 apenas em São Paulo. O Brasil briga com o México pela segunda posição no número de aeronaves em operação, atrás apenas dos Estados Unidos. O cenário não é diferente no caso dos helicópteros. Em todo o Brasil são mais de 1.500 em operação. Só em São Paulo existem 592. O país só perde no ranking da maior frota de aparelhos privados do mundo para os Estados Unidos e os países da Europa juntos.

    Setenta por cento dos compradores de jatinhos e helicópteros são clientes novos. É gente que salta de patamar de riqueza ao ritmo do desenvolvimento do Nordeste, das exportações do agronegócio do Centro-Oeste ou da pujança econômica do interior paulista. Ou ainda jovens empreendedores e milionários de São Paulo e do Rio.

    No ano passado, um empresário do Piauí comprou o primeiro helicóptero da Helibras vendido no Estado. Novos ricos do eixo Rio-São Paulo ainda são os principais clientes da Audi Helicópteros, mas recentemente os executivos da empresa registram aquecimento nos negócios para o Espírito Santo, Nordeste e Centro-Oeste.

    Dois dos modelos de jatos executivos preferidos dos consumidores de alta renda são o Phenom 100 e Phenom 300 da Embraer. Há 85 deles voando no país. Com projeto inovador e baixo custo operacional, têm preços de US$ 4,1 milhões e US$ 9 milhões, respectivamente. O carro-chefe de vendas da Líder é o Hawker 4000, capaz de transportar até doze pessoas, com alcance de mais de seis mil quilômetros e custa US$ 22 milhões.

    A disputa de helicópteros é entre o Robinson R66, versão com turbina dos modelos R22 e R44 que já vendeu 70 aparelhos desde que foi lançado no mercado brasileiro há um ano e meio, e o Esquilo AS 350 B3, da Helibras. O R66 atinge a velocidade de 230 km/h, tem alcance de 600 quilômetros e custa R$ 1,078 milhão. Já o Esquilo AF 350 B3, atinge 287 km/h, tem alcance de 700 quilômetros e custa US$ 3,2 milhões.

     

     

    Folha de São Paulo
    28/03/2012

    Gol corta voos depois de prejuízo de R$ 710 mi
    Empresa eliminará até cem voos diários, sobretudo à noite, e vai demitir pilotos

    A Gol reduziu sua oferta de voos diários na tentativa de estancar o prejuízo na sua operação. Serão eliminados de 80 a 100 voos, de uma malha que contempla de 1.100 a 1.150 voos diários.

    A empresa encerrou 2011 com prejuízo de R$ 710,4 milhões. No ano anterior, a Gol lucrou R$ 214,2 milhões.

    De acordo com o presidente da companhia, Constantino de Oliveira Júnior, nenhum destino deixará de ser atendido. "Estamos cortando horários de menor demanda, sobretudo voos noturnos."

    A empresa parou de vender assentos para os voos a serem interrompidos "faz alguns meses".

    O recente aumento no preço de passagens para compensar a alta dos custos operacionais - que subiram 41% no trimestre - gerou impacto na demanda, afirmou o presidente da Gol.

    "O mercado hoje não tem o mesmo nível de estímulo e há uma dificuldade de repassar os custos para o preço das passagens", diz ele.

    "A redução da oferta é uma forma de minimizar o impacto negativo [da alta de preços] sobre a demanda."

    A empresa não revela quantos funcionários serão demitidos para adequar a companhia à oferta menor de voos. Foi lançado um programa de demissão voluntária e, a depender da adesão, a empresa vai realizar demissões. Ele não revela quantos postos serão eliminados. A Folha apurou que o plano é demitir 120 pilotos, de um quadro de cerca de 1.800.

    Enquanto reduz a oferta no mercado doméstico, a companhia se prepara para inaugurar, em julho, voos para Miami. "Voar hoje para os EUA é mais rentável do que internamente", diz Constantino Júnior. "Nada mudou no nosso modelo de negócios. Seguimos com a frota padronizada."

     

     

    Folha de São Paulo
    28/03/2012

    Pilotos da Iberia vão parar 30 dias entre abril e julho

    Pilotos da Iberia disseram nesta terça-feira que vão fazer 30 dias de greve contra o início das operações de uma unidade de baixo custo, que veem como ameaça aos empregos e condições de trabalho.

    A classe acusa o lançamento da Iberia Express de violar acordos tratados quando Iberia e British Airways se uniram para formar a International Airlines Group.

    IAG e Iberia acreditam que o lançamento da companhia é a única maneira de fazer a unidade espanhola se tornar rentável.

    Em comunicado, a companhia aérea chamou o sindicato de "irresponsável", considerou a greve "injustificável, prejudicial e descabida" e convidou os representantes dos pilotos para negociarem nesta semana e evitarem uma ação coletiva.

    Os pilotos da Iberia vão cruzar os braços às segundas e sextas-feiras de 9 abril a 20 de julho, segundo o sindicato Sepla.

    "A companhia quer repassar 40 aviões do grupo principal para a nova subsidiária, o que pode significar a eliminação de 8.000 postos de trabalho", disse a Sepla.

    Os pilotos fizeram 12 dias de greve entre dezembro e março, mas suspenderam as paralisações depois que as partes aceitaram negociar. As conversas emperraram no domingo.

     

     


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