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  • Valor Econômico
    02/03/2012

    Quatro capitais do país poderão ter novos aeroportos
    Daniel Rittner

    Pelo menos quatro capitais brasileiras poderão exigir a construção de novos aeroportos para driblar restrições técnicas ou sustentar o crescimento da demanda nos próximos dez anos. Os casos mais urgentes são o de Porto Alegre e o de Rio Branco, mas a decisão de erguer novos empreendimentos depende de estudos ainda em andamento, segundo a Infraero.

    O presidente da estatal, Gustavo do Vale, afirmou ontem que Salvador e Recife enfrentam dificuldades para ampliar suas pistas atuais e a solução também pode acabar sendo a transferência da infraestrutura existente nessas duas cidades.

    De acordo com Vale, o aumento da demanda fará com que a região metropolitana de São Paulo possa ter um déficit de 30 milhões de passageiros na capacidade aeroportuária "entre 2032 e 2040", mesmo com os investimentos em expansão previstos para Guarulhos e de Viracopos. "Nos próximos cinco anos, temos que pensar em novo aeroporto em São Paulo", disse o presidente da estatal.

    A declaração pode tirar do congelador a ideia de um aeroporto em Caieiras (SP), embora a Secretaria de Aviação Civil tenha deixado claro que não há preferência pelo projeto apresentado pela Camargo Corrêa e pela Andrade Gutierrez. "Não há nenhum candidato", afirmou o secretário-executivo do órgão, Cleverson Aroeira.

    Nos casos de Porto Alegre e de Rio Branco, a expectativa de Vale é de uma decisão ainda neste ano sobre a necessidade de novos aeroportos. Na capital gaúcha, o Exército entrega à Infraero, até o fim do mês, o projeto básico para a ampliação da pista em 900 metros.

    A pista deverá passar dos 2.400 metros atuais para 3.300 metros, o que requer investimento de R$ 170 milhões, no mínimo. Ocorre que uma nova norma do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), prevista para entrar em vigência no dia 17, pode "prejudicar a plena operacionalidade" da pista, segundo Vale.

    O maior prejuízo seria às operações de cargas. Há cerca de 400 obstáculos - como edifícios - na aproximação dos aviões, reduzindo o espaço útil da pista, ou tornando a obra inviável com o gasto em desapropriações. Por isso, "já passou da hora" de a capital gaúcha ter um novo aeroporto, diz.

    O governo gaúcho tem estudos avançados para esse projeto, batizado provisoriamente de Aeroporto Internacional 20 de Setembro, com área total de 25 quilômetros quadrados, suficiente para até três pistas, e localizado entre os municípios de Portão e Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre. Para o presidente da Infraero, se houver decisão favorável ao novo aeroporto, "podemos fazer a construção e a administração em parceria com o setor privado".

    Vale mencionou, como exemplo, o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, nas proximidades de Natal, em que a Infraero banca a construção da pista e o terminal de passageiros será construído e administrado por um consórcio privado - a empreiteira brasileira Engevix e a operadora argentina Corporación América.

    O outro caso crítico é o de Rio Branco, onde a pista é "um verdadeiro tobogã", segundo o presidente da Infraero. Ela tem passado por reformas para corrigir a inclinação, que é motivo de reclamações das empresas aéreas.

    A estatal fez um convênio com o governo do Acre para a realização de estudos geológicos e desenvolvimento de projeto básico de engenharia para a construção de uma nova pista - dessa vez de concreto, material mais caro que o asfalto reforçado para pousos e decolagens de aeronaves. Se os estudos apontarem que essa pista também ficaria em um terreno de argila sedimentar, a melhor alternativa pode ser a construção de novo aeroporto.

    Para atender ao crescimento da demanda futura, Vale afirmou que há a necessidade de novas pistas em Confins e em Curitiba, mas que existe espaço suficiente nesses casos e não se pensa na construção de novos aeroportos.

    Em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, para discutir o recente leilão de aeroportos, o ministro Wagner Bittencourt reiterou que a intenção do governo é usar o dinheiro das outorgas na expansão da infraestrutura para a aviação regional. A Secretaria de Aviação Civil estima que o novo fundo setorial, já criado e prestes a ser regulamentado, deverá receber cerca de R$ 1 bilhão por ano com o pagamento de outorga pelas concessionárias vitoriosas no leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília.

    Bittencourt defendeu o ágio médio de 347% e os consórcios vencedores. "Se todo mundo tivesse dado um ágio de 3% e outro de 600%, poderia haver dúvidas sobre a qualidade do negócio", afirmou. Ele aposta no aumento das receitas comerciais nos três aeroportos, mas ressaltou que a Anac será rigorosa na fiscalização. Se o edital não for cumprido, se o contrato não for cumprido, providências serão tomadas.

     

     

    Folha de São Paulo
    02/03/2012

    Superavião não é compatível com Cumbica
    Qatar Airways vê demanda para A380, de 514 passageiros, mas descarta usá-lo no Brasil por falta de infraestrutura
    GABRIEL BALDOCCHI

    No embalo de um forte ritmo de crescimento, a Qatar Airways prevê um plano de expansão para o Brasil com duas novas rotas.

    A empresa prevê uma elevada demanda no país, capaz de comportar voos com o superjumbo A380, o maior avião de passageiros do mundo, com capacidade de transportar mais de 500 pessoas.

    Problemas de infraestrutura nos aeroportos, entretanto, vão impedir que a companhia inclua a aeronave da Airbus nos voos ao país.

    "Há demanda para o A380. Se eu mandar um A380 com 514 passageiros, as filas vão ser ainda maiores e os meus passageiros vão ficar desapontados. Então, no momento eu acho que o aeroporto em São Paulo não é compatível", diz o presidente-executivo Akbar Al Baker.

    O uso do modelo no Brasil foi autorizado pela Infraero no ano passado em resposta a uma solicitação da Emirates Airlines, que ainda acerta os últimos detalhes para o início das atividades.

    Segundo o diretor de aeroportos da Infraero, João Marcio Jordão, a operação do A380 é possível em alguns horários e depende de adaptações -reforço da Polícia Federal, por exemplo. "Não estou dizendo que a infraestrutura está adequada, estou dizendo que, com gestão, é possível", afirma Jordão.

    NOVAS ROTAS

    A ampliação da companhia no país inclui um voo direto para o Rio de Janeiro, previsto para o próximo ano. A data depende da entrega de aviões. Há a previsão de um novo destino, em negociação, mas o nome da terceira cidade não foi divulgado.

    A expansão eleva o investimento total da empresa para US$ 1,5 bilhão (R$ 2,56 bilhões) no Brasil.

    A Qatar Airways opera hoje um voo diário para São Paulo e tem acordo de compartilhamento com a Gol.

    "O mercado brasileiro é muito importante para nós. Há muitas oportunidades no Oriente Médio para empresários brasileiros e, ao mesmo tempo, para nossa indústria no Brasil", diz Al Baker.

    As novas rotas ao Brasil integram um acelerado ritmo de expansão. A companhia, que tem 50% do capital na mão do governo, vem crescendo em média 30% ao ano. Só em 2011, 15 rotas foram inauguradas, para um total de 112 destinos atuais.

    A empresa tem pedidos para 250 aviões e prevê mais nove cidades neste ano.

    O jornalista GABRIEL BALDOCCHI viajou a convite da Qatar Airways e do Ritz-Carlton.

     

     

    Folha de São Paulo
    02/03/2012

    Infraero afirma que capitais vão precisar de novos aeroportos
    Demanda exigirá mais terminais em Salvador, Recife, Porto Alegre e Rio Branco, diz empresa
    DIMMI AMORA

    As cidades de Porto Alegre (RS) e Rio Branco (AC) terão nos próximos anos que receber novos aeroportos. A informação foi dada pelo presidente da Infraero, Gustavo do Vale, em audiência pública no Senado ontem.

    Para ele, Salvador (BA) e Recife (PE) também precisarão de novas unidades em dez anos e Confins (MG) e Curitiba (PR) necessitarão de duplicação das pistas.

    O motivo é igual para quase todos: o grande crescimento da demanda previsto para os próximos anos. O único da lista que tem problemas operacionais é o de Rio Branco.

    "A pista é um verdadeiro tobogã", afirmou o presidente da estatal, explicando que ela tem desníveis causados pelo terreno e que, provavelmente, não será possível fazer outra no mesmo lugar.

    Já em Porto Alegre, o problema são obstáculos para a ampliação da pista atual.

    Vale também disse que São Paulo vai precisar de um terceiro aeroporto, já que a expectativa é que, em 2030, a demanda supere em 30 milhões de passageiros a capacidade dos dois atuais, mesmo com as ampliações.

    Vale e o ministro da Secretaria da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, foram convocados pelo Senado para explicar as concessões dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF).

    O ministro apresentou dados mostrando que nos últimos dez anos houve crescimento médio de 12,5% ao ano no número de passageiros, que chegou a 180 milhões em 2011.

    Segundo ele, a previsão é que o número continue crescendo, já que a atual média de viagens por habitante ao ano, de 0,3, está bem abaixo da média nos países desenvolvidos, de 1,7.

    Para suportar o crescimento da demanda, Bittencourt afirmou que a Infraero vai continuar investindo em aeroportos, com recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão ao ano de impostos e receitas das novas concessões.

     

     

    Folha de São Paulo
    02/03/2012

    Passageiros afirmam ter ficado em voo parado por 7 h
    TAM nega e diz que eles ficaram em avião por 3 h

    Passageiros de um voo da TAM rumo a Londres disseram ter sido retidos por mais de sete horas dentro da aeronave no aeroporto de Guarulhos. A empresa nega; diz tê-los mantido no avião por três horas.

    O voo deveria ter saído às 22h20 de quarta, mas ficou no solo até as 6h37 de ontem.

    Segundo a TAM, um pássaro atingiu o avião no voo anterior, adiando o embarque para as 3h. Só aí os passageiros entraram no avião, afirma. Ao tentar decolar, um problema, não informado, exigiu nova manutenção, diz a TAM.

    Passageiros disseram à CBN que só às 5h um grupo pôde sair do avião. Segundo a TAM, desembarcar e embarcá-los de novo levaria muito tempo.

    Havia 238 pessoas no voo, que chegou a Londres às 17h30 (Brasília). A Anac notificou a TAM, que pode levar multa de até R$ 1,7 milhão.

     

     


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