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  • Valor Econômico
    20/10/2011

    TAM e Gol revisam crescimento para 2012

    A realidade da crise internacional e seus efeitos sobre a economia brasileira estão levando as principais empresas aéreas do mercado brasileiro a rever para baixo suas expectativas de crescimento do transporte de passageiros para o próximo ano. De acordo com os líderes das principais empresas ouvidos pelo Valor ontem durante a abertura do 39º Congresso Brasileiro de Agentes de Viagem (Abav), o aumento deverá ficar na faixa dos 10%, número que, se não é nada desprezível em uma conjuntura difícil, está muito aquém dos até 18% estimados para este ano e um terço menor do que os 15% anteriormente previstos para 2012.

    "O mercado doméstico tem crescido mais ou menos duas vezes e meia a três vezes o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Pensando em um crescimento (do PIB) de 3% a 3,5%, é razoável um crescimento em torno de 10% no próximo ano", diz o presidente da TAM, Líbano Barroso.

    Para este ano, Barroso mantém a previsão de aumento de 15% a 18% do total de passageiros transportados pelas empresas do país. "Vemos que o mercado doméstico continua forte, reflexo da nova classe média que está substituindo o ônibus pelo avião", acrescentou.

    Na área internacional, Líbano vê redução de ritmo basicamente no mercado europeu, tanto que a TAM está enxugando sua oferta de voos a partir do Rio para Frankfurt (Alemanha), Londres (Reino Unido) e para Paris (uma frequência semanal a menos).

    Ao mesmo tempo, a empresa anunciou recentemente uma segunda oferta diária de São Paulo para Orlando (Flórida). Mesmo ressaltando que o tráfego brasileiro segue crescendo para todos os destinos, Líbano vê uma retomada mais rápida da economia americana do que da europeia. Em agosto a TAM reviu seu plano de frota para 2012, definindo que fechará o ano com 159 aviões e não com 163 como previsto antes

    O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, também vê o mercado doméstico crescendo em 2012 o equivalente até três vezes o aumento do PIB. Para ele, o aumento de 18% estimado para este ano deverá ser um recorde "extraordinário", quebrando parâmetros históricos.

    Segundo Constantino, entre a década de 1970 e o começo de e década de 2000 o transporte aéreo de passageiros no Brasil crescia igual ou uma vez e meia o aumento do PIB. Depois, esse crescimento veio mantendo-se na casa de duas vezes e meia a três vezes o aumento do PIB, devendo este ano crescer mais do que quatro vezes a economia, considerando um PIB na faixa dos 4%.

    A Gol, de acordo com seu principal dirigente, não tem planos de ampliação da sua frota, exceto pelos 24 aviões da Webjet, empresa cujo controle acionário adquiriu em julho deste ano por R$ 311 milhões em operação ainda sujeita a ser aprovada pelo Conselho Econômico de Defesa Econômica (Cade).

    Um investimento forte que a empresa pretende fazer nos próximos anos é na busca das chamadas "receitas auxiliares" ao transporte de passageiros, como a "carga expressa" e as vendas a bordo, estas já presentes em 85 voos diários. Segundo Constantino, o objetivo é elevar a participação dessas receitas no faturamento total da Gol de atuais 9% a 11% para 15% nos próximos quatro anos.

    No início do mês, a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) fez um alerta para sinais de rápida desaceleração do transporte global de passageiros e de carga em agosto. Segundo a entidade, o fluxo de passageiros cresceu 4,5%, abaixo do ritmo de 5% do mês anterior.

    O transporte de cargas, por sua vez, mostrou recuo de 3,8% em agosto, diante da retração de 1,8% de julho. No mercado aéreo, é unânime a avaliação de que o envio aéreo de cargas reflete antes do que o transporte de passageiros sinais de desaceleração ou de aquecimento do setor.

    "O ritmo de crescimento nos mercados de passageiros tem mergulhado e o negócio de fretes está agora diminuindo a um ritmo mais rápido. Com a confiança dos empresários e dos consumidores continuando a cair globalmente, não há muito otimismo para condições melhores em breve", afirmou no início do mês o diretor-executivo da Iata, Tony Tyler, por meio de comunicado.

    Diante do cenário mundial de desaceleração do transporte de passageiros, a América Latina ainda mostra resultados superiores à média mundial, com alta de 6,8% na demanda em agosto.

     

     

    Valor Econômico
    20/10/2011

    Apesar da greve da Infraero, aeroportos funcionam normalmente
    Alberto Komatsu

    SÃO PAULO - Os principais aeroportos brasileiros operam com níveis considerados normais de atrasos e cancelamentos de voos, apesar da greve de funcionários da Infraero em três importantes terminais: Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos) e Brasília.

    De acordo com o portal da Infraero, da meia-noite às 9 horas, haviam 5,4% de voos domésticos atrasados no país, ou 39 de um total de 727 voos programados. No mesmo intervalo de tempo são 3,9% de voos cancelados, ou 28 frequências.

    Nos voos internacionais, a Infraero registra 6 voos com atraso superior a 30 minutos de um total de 50 voos programados entre a meia-noite e às 9 horas. No mesmo período são 3 voos cancelados, ou 6% do total. Os funcionários da Infraero de Cumbica, Viracopos e Brasília entraram hoje em greve por 48 horas para protestar contra a concessão desses três aeroportos para a iniciativa privada.

     

     

    Estadão
    20/10/2011

    Movimento nos aeroportos de SP está tranquilo, diz Infraero
    Trabalhadores da Infraero nos aeroportos de Cumbica, Viracopos e de Brasília estão em greve de 48 horas, até a meia noite de sexta-feira, 21
    Solange Spigliatti

    SÃO PAULO - O movimento de passageiros nos aeroportos de São Paulo estava tranquilo na manhã desta quinta-feira, 20, nas primeiras horas de paralisação dos funcionários da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

    Os trabalhadores da Infraero nos aeroportos de Cumbica (Guarulhos), Viracopos (Campinas) e de Brasília estão em greve de 48 horas, até a meia noite de sexta-feira, 21.

    Segundo a Infraero, no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, entre os 50 voos previstos até as 8 horas, quatro registraram atrasos de mais de meia hora e três foram cancelados.

    Em Congonhas, na zona sul da capital paulista, entre os 32 voos programados, dois tiveram alterações de horários e nenhum voo foi cancelado. Os aeroportos operavam visualmente para pousos e decolagens. Em todo o país, 49 voos tiveram atrasos de mais de meia hora e 24 foram cancelados, entre os 576 previstos para o período.

    Por conta da paralisação de 48 horas, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) orientam aos passageiros que entrem em contato com sua empresa aérea para confirmar os horários de seus voos.

     

     

    Folha de São Paulo
    20/10/2011

    Passageiro deve checar voo antes de sair de casa

    Para quem vai viajar entre hoje e amanhã, as companhias aéreas recomendam checar a situação dos voos antes de sair de casa. As companhias também pedem aos passageiros que cheguem ao aeroporto com uma antecedência maior do que o mínimo exigido (uma hora para voos domésticos e duas para os internacionais).
    A SAC (Secretaria de Aviação Civil) e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) solicitaram às companhias planos de contingência para que estejam preparadas para eventuais ajustes na malha de voos, com mudanças de horários e itinerários. Foi pedido ainda às companhias que antecipassem trâmites burocráticos que dependem da Infraero, como retirar quantias maiores de selos e formulários.
    Robson Bertolossi, presidente da Jurcaib, associação das companhias estrangeiras, disse estar muito preocupado com a extensão da greve e teme que os manifestantes impeçam a chegada de passageiros ao aeroporto.
    A Infraero promete levar as chefias para a ponta da operação de modo a garantir que, ao menos em parte, esses serviços sejam realizados.
    No entanto, por ser uma atividade especializada, as chefias não conseguirão substituir controladores de voo nas torres de Guarulhos e Campinas, caso estes resolvam aderir à greve. A torre de Brasília não deve parar por ser comandada pela Aeronáutica. (MB)

     

     

    Folha de São Paulo
    20/10/2011

    Governo tenta limitar greve em aeroporto
    AGU pede à Justiça que ao menos 90% dos trabalhadores não parem durante manifestação prevista para hoje e amanhã - Sindicalistas dizem que vão parar Guarulhos, Viracopos e Brasília em protesto contra plano de privatização
    MARIANA BARBOSA

    O governo federal recorreu à Justiça para tentar limitar a greve nos aeroportos. A AGU (Advocacia-Geral da União) entrou no início da noite de ontem com uma ação civil pública na Justiça do Trabalho do Distrito Federal para assegurar o trabalho de pelo menos 90% dos aeroportuários.

    Os trabalhadores prometem paralisar os aeroportos de Campinas, Guarulhos e Brasília da 0h de hoje até a meia-noite de amanhã. A Infraero possui 2.781 funcionários nas três bases.
    Na petição, encaminhada à juíza Patrícia Birchal, da 11ª Vara do Trabalho, a AGU argumenta que a paralisação "representa um dano incomensurável à população, devendo haver atuação adequada visando evitar abusos".
    A AGU também pede que seja aplicada multa em caso de descumprimento. Até o fechamento desta edição, a ação não havia sido julgada. Antes da petição da AGU, a Infraero e o Sina (Sindicato Nacional dos Aeoroportuários) já haviam sido notificados pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo para que a greve fosse limitada a 30% do efetivo.

    APOIO
    Os sindicalistas contam com o apoio da CUT, da CNBB e de movimentos sociais (sem-terra, sem-teto e catadores de papel), que prometem ocupar o saguão dos três aeroportos.
    Ontem, em Brasília, lideranças do Sina se reuniram por mais de três horas na Secretaria-Geral da Presidência. Não houve acordo, e eles mantiveram a manifestação.
    A principal queda de braço é quanto à estabilidade no emprego após a concessão. O governo propõe 12 meses, mas os sindicalistas falam em cinco anos.
    Essa foi a quinta reunião de sindicalistas com o governo em dois meses. Desta vez, segundo a Folha apurou, os representantes sindicais nem quiseram discutir propostas. Endureceram o discurso, com críticas ao modelo de concessão. Após a reunião, a Infraero divulgou internamente um comunicado com a proposta oficial. Funcionários que não quiserem trabalhar sob a nova administração poderão permanecer na Infraero, em outras bases do país.

    TRANSIÇÃO
    A estabilidade de 12 meses proposta pelo governo começará a contar após uma transição que poderá durar de 6 a 12 meses. A concessionária é que vai definir quantos e quais funcionários manter.
    Os trabalhadores da Infraero não se enquadram na lei do funcionalismo, apesar de concursados. São contratados sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Mas têm vários benefícios, como plano de remuneração por tempo de serviço. Os que forem para a nova empresa serão demitidos sem justa causa, com direito a todos os benefícios.
    "No setor elétrico foram três anos [de estabilidade], não vamos admitir só um", disse o presidente do Sina, Francisco Lemos. O diretor de administração da Infraero, José Eirado, admite que a greve deve acarretar "algum tipo de transtorno". "A gente entende que a greve vai acontecer, mas estamos preparados com planos de contingência para atender a população."

     

     


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