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  • Valor Econômico
    14/01/2011

    Aéreas de médio porte já têm 16,7% do mercado
    Transporte cresce 23,4% em 2010, a mais alta taxa em cinco anos
    Alberto Komatsu

    O transporte aéreo de passageiros no país cresceu 23,4% diante de 2009. É o melhor desempenho desde 2005, quando o fluxo de passageiros em voos domésticos teve expansão de 25,8%. A maior parte desse resultado, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foi sustentada pelas empresas de médio porte.

    Enquanto a demanda conjunta da Azul, da Avianca, da Trip e da Webjet cresceu 70,7% em 2010 em relação a 2009, o avanço de TAM e Gol foi de 16,6%. O cálculo é do Valor Data. A diferença de crescimento dos dois grupos mexeu com as suas participações de mercado.

    TAM e Gol, juntas, respondiam por 87,1% dos voos nacionais em 2009. Essa participação, porém, recuou para 82,3% no ano passado, uma perda de 4,8 pontos percentuais. A fatia conjunta de Azul, Avianca, Trip e Webjet, em 2010, foi de 16,7%. Era de 12% no ano anterior, o que representa um ganho de 4,7 pontos.

     

    "A demanda doméstica acompanhou o PIB em 2010, cujo crescimento está estimado em 7,5%. Tradicionalmente, o setor aéreo crescia duas vezes o PIB e em 2010 cresceu três vezes", afirma Sampaio.

    A oferta de assentos nos aviões também teve forte ascensão no ano passado, de 17,9% na comparação com 2009, para sustentar a demanda. E quem contribuiu para o bom desempenho de 2010, além do crescimento econômico, foi a proliferação de um novo tipo de passageiro, diz Sampaio.

    "Muito desse crescimento veio da nova classe média. Você viaja hoje de avião e vê um perfil completamente diferente. Tem o passageiro de terno e gravata e o que usa regata", diz Sampaio.

    O fluxo de passageiros transportados para o exterior, pelas companhias aéreas brasileiras, acumulou crescimento de 20,3% no ano passado, em relação a 2009. A oferta de assentos nos aviões apresentou expansão de 9% na mesma comparação.

    Pouca coisa mudou na hegemonia de TAM e Gol no mercado internacional. Em 2009, as duas, juntas, representavam 99,9% dos voos ao exterior. Ano passado, a fatia conjunta recuou para 99,7%. A diferença em 2010 foi o crescimento de cada companhia.

    A expansão da Gol, que respondeu por 12,2% dos voos ao exterior, foi de 46,1%. A demanda da TAM, com 87,6% desse mercado, cresceu menos, ou 17,2%. A taxa de ocupação dos aviões foi bem superior no ano passado em comparação com 2009, ou 76,4% e 69,1% respectivamente.

    A demanda por voos domésticos, em dezembro, teve alta de 18,6%. Esse desempenho acompanha a desaceleração do setor verificada a partir de novembro e que deverá ditar o ritmo de 2011. Especialistas e executivos estimam que o fluxo de passageiros crescerá cerca de 15% este ano.

    "O próximo governo vai ter de dar uma freada na economia, porque a inflação já está muito alta", diz Sampaio. De acordo com o consultor, o crescimento mais agressivo virá das empresas de médio porte. Isso porque a Azul, lembra ele, vai trazer 12 aviões este ano. A Trip, por sua vez, planeja 10 aeronaves. TAM e Gol já divulgaram planos de frota mais "conservadores", termo usado por executivo de ambas. A primeira trará sete aviões e a segunda quatro.

     

     

    Valor Econômico
    14/01/2011

    Infraero quer começar obras em Cumbica em fevereiro
    Exército fará primeira etapa da terraplenagem
    André Borges

    O início das obras do terceiro terminal de passageiros do aeroporto de Cumbica, em São Paulo, projeto que foi constantemente adiado nos últimos anos, vai finalmente sair do papel. Em até duas semanas, garante a Infraero, será assinado um convênio com o Exército para começar as obras em Guarulhos.

    Nos próximos dias, a diretoria da estatal acerta com o Exército o valor do contrato, estimado em cerca de R$ 350 milhões. "Assinamos a ordem de serviço até o fim deste mês e nossa meta é que a primeira etapa das obras comece já em fevereiro", disse Jaime Parreira, diretor de engenharia e meio ambiente da Infraero, em entrevista ao Valor.

    A primeira etapa refere-se aos serviços de terraplenagem para a construção do terminal, obras que vão movimentar 3,7 milhões de metros cúbicos de terra, sendo 1,7 milhão na escavação para o pátio de aeronaves e terminal e mais 2 milhões para o aterro da área.

    O Exército fará apenas parte do serviço, segundo Parreira. Até meados de abril, a Infraero quer colocar na rua os editais para a contratação das empresas que concluirão a etapa de terraplenagem do terminal, licitações que serão divididas em outros dois lotes. O orçamento total estimado para essas obras é de aproximadamente R$ 800 milhões.

    Contratado o serviço de terraplenagem, a Infraero quer licitar até julho toda a parte de infraestrutura do terminal, que envolve desde construção civil até aquisição de equipamentos. As licitações serão divididas em mais sete lotes. A meta da Infraero é que, até novembro de 2013, o terminal 3 de Cumbica esteja operando com 45% de sua capacidade total, estrutura que, segundo a estatal, será suficiente para atender a demanda naquele ano.

    O fato de serem iniciadas as obras do terceiro terminal de Cumbica representa, por si só, um avanço. O projeto, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já tinha prazos fixados em 2008. À época, a meta do governo era entregar a estrutura neste ano.

    Para tentar resolver problemas atuais de limitação em sua infraestrutura, a Infraero está montando terminais provisórios em Cumbica. Serão erguidos três terminais no aeroporto internacional, com custo de R$ 58,4 milhões. Até março, será entregue o primeiro módulo, com capacidade para receber até 1 milhão de pessoas por ano. A conclusão do segundo terminal provisório, com capacidade para 3 milhões de passageiros por ano, é esperada para janeiro de 2012. Um terceiro módulo deve ser entregue em janeiro de 2013, com porte para receber 2,5 milhões de pessoas por ano.

    O início das obras do terceiro terminal de Cumbica, afirma Parreira, abre uma leva de licitações preparadas para serem feitas neste ano. "O ano passado foi um período intenso de conclusão de projetos básicos e executivos. Neste ano, vamos colocar uma leva de editais na rua", diz.

    O cronograma dessas obras, segundo Parreira, não depende das decisões do governo sobre o futuro da Infraero. Trata-se de um conjunto de obras que serão executadas, seja qual for a definição política sobre a criação de uma nova secretaria para a aviação civil, a concessão de aeroportos ou mesmo a abertura de capital da Infraero. Ao todo, está prevista a realização de licitação para 33 lotes de obras neste ano para tocar obras em 11 aeroportos do país.

    Os aeroportos do país registraram 160 milhões de embarques e desembarques no ano passado, segundo estimativas do setor. Em 2009, o volume foi de 128 milhões de passageiros. Só o aeroporto de Cumbica movimentou 24,3 milhões de passageiros até novembro do ano passado. O volume, que exclui o mês de dezembro, historicamente o de maior movimento, já foi maior que o total de 2009, quando 21,7 milhões de pessoas passaram pelo aeroporto.

     

     

    Valor Econômico
    14/01/2011

    Recuperação judicial

    A Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (Sata) obteve o sobrestamento de atos de alienação de bens em curso em varas trabalhistas de diversos locais do país e na Justiça Federal de São Paulo. A determinação é do ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

    A Sata está em recuperação judicial desde 2009. Seguindo diversos precedentes do STJ, o ministro Salomão concedeu a liminar para sobrestar as execuções até que a 2ª Seção do STJ julgue o conflito de competência que analisa a questão. O ministro também nomeou a 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, o juízo universal da recuperação judicial, para solucionar as medidas urgentes, em caráter provisório. A dúvida sobre a competência relativas às execuções judiciais foi levantada pela empresa. A legislação estabelece que no juízo da recuperação judicial devem ser realizados os atos de execução dos créditos individuais promovidos contra empresas falidas, ou em recuperação judicial, bem como os atos judiciais que envolvam o patrimônio da empresa. De acordo com o ministro Salomão, as decisões da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal poderão comprometer o processamento da recuperação judicial já deferido.

     

     

    O Globo
    14/01/2011

    Número de brasileiros que viajaram de avião cresceu 23,5% ano passado
    Flávia Barbosa

    O Brasil viveu uma verdadeira invasão dos aeroportos em 2010. De carona no aumento dos salários, na expansão da classe C e no acirramento da concorrência, o número de passageiros transportados pelas companhias aéreas nacionais aumentou 23,47% entre janeiro e dezembro, sobre o mesmo período de 2009. Foi o melhor desempenho em dez anos, três vezes superior ao ritmo de crescimento de 2008 — quando a atividade econômica foi igualmente acelerada.

    O balanço da demanda pelo transporte aéreo em 2010 foi divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nas linhas internacionais o tráfego cresceu 20.38%. Desde 2006, a conexão com o exterior só teve um desempenho percentualmente melhor em 2008. com alta de 25,7%— mas isso após uma queda de 5,1% no ano anterior.

    A Polícia Federal informou ontem que, em 2010. emitiu 1.587.662 passaportes — cerca de 440 mil, ou 38,8% a mais que em 2009. No Rio, a demanda foi tão grande que a estrutura não deu conta, e a PF passou a atender a partir das 4h no Galeão.

    A Anac apresenta apenas números absolutos de passageiros transportados por quilômetro voado. Pelos números de embarques e desembarques computados pela lnfraero, mais de 70 milhões de passageiros voaram em 2010 — foram 69,8 milhões de janeiro a novembro.

    — Tivemos em 2010 os melhores números domésticos em dez anos. Se pegarmos mês a mês e fizermos esta série histórica, todos os meses do ano passado tiveram registros melhores do que os dos mesmos meses entre 2005 e 2009 — disse Allemander Pereira, consultor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).

    Negociações salariais do setor avançam

    As companhias, segundo ele, identificam uma combinação favorável de fatores:

    —A economia cresceu muito, aumentou a renda média, colhemos o efeito da ascensão de 30 milhões de pessoas à classe C, com seus benefícios sobre o turismo e as viagens pessoais, e tivemos custo menor nos principais insumos, com câmbio na casa de RS1,70 e o petróleo com cotação inferior à de 2002.

    Outro fator de estímulo é a descentralização dos benefícios do crescimento e da mobilidade social. Segundo as empresas, houve aquecimento nas cidades médias, o que incentivou o tráfego entre as regiões e as capitais. Uma das evidências foi o crescimento de 103,53% no número de passageiros transportados pela Azul. A competidora mais nova do setor —ganhou os ares no fim de 2008 — alcançou fatia de 6,05% do mercado e se firmou como terceira empresa do país.

    O grupo TAM (que inclui Pantanal) continuou líder de mercado, com 42,81% de participação, seguido pela GolVarig, com 39,51%.A Webjet. com 5.87%, ficou em quarto no ranking.

    O rápido crescimento, porém, torna visíveis os gargalos do setor, que padece com mão de obra insuficiente, aeroportos velhos e defasados e parcos investimentos. geridos por uma lnfraero cheia de problemas de gestão.

    —A estrutura dos aeroportos é um grande limitador — disse AlIemander.

    As empresas aéreas e os sindicatos de aeronautas e aeroviários esperam chegar a um acordo nas negociações salariais na próxima reunião marcada para segunda-feira. Na reunião realizada ontem, o Snea ofereceu 8,2% de reajuste para todas as categorias e 8,5% de aumento do piso.

    —Acredito que estamos perto de um acordo —disse o diretor do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Francisco de Assis.

    COLABORARAM Jailton de Carvalho e Ramona Ordoñez

     

     

    Folha de São Paulo
    14/01/2011

    Demanda por voos cresce, mas tende a se desacelerar, diz Anac

    DE SÃO PAULO - A demanda por transporte aéreo cresceu 18,62% no mercado doméstico e 17,66% no internacional em dezembro de 2010 ante o mesmo mês de 2009.
    Os dados consideram somente as rotas operadas por companhias brasileiras e foram divulgados ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
    De acordo com a agência, os dados, embora positivos, confirmam a tendência de desaceleração no ritmo de crescimento do setor, que havia crescido quase 43% no segmento doméstico em fevereiro do ano passado.
    No acumulado de janeiro a dezembro de 2010, a demanda por transporte aéreo no Brasil avançou 23,47% no segmento doméstico e 20,38% nas rotas internacionais operadas pelas empresas brasileiras.
    A TAM (que inclui Pantanal) manteve a liderança nos voos domésticos, com 42,81% de participação. Em seguida ficou a Gol/Varig, com 39,51%, e em terceiro ficou a Azul, com 6,1%. A Webjet encerrou 2010 com uma fatia de 5,87% do segmento doméstico, e a Avianca, com 2,59%.
    A ocupação do setor nos voos domésticos foi de 68,81% em 2010, ante 65,76% do ano anterior.
    Entre as seis maiores empresas aéreas nacionais, a que obteve maior ocupação no ano foi a Azul, com 79,6%.
    No segmento internacional, as empresas brasileiras passaram de uma ocupação de 69,16% em 2009 para 76,38% no ano passado.

     

     


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