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  • G1 - O Globo
    15/02/2012

    Aérea suspende piloto que deixou aprendiz pousar avião com 200 a bordo
    Indiana Jet Airways suspendeu piloto e outro membro da tripulação por permitirem que um piloto em fase de treinamento pousasse avião em Mumbai
    BBC

    A empresa aérea indiana Jet Airways suspendeu piloto e outro membro da tripulação de um de seus vôos por permitirem que um piloto em fase de treinamento pousasse um avião em Mumbai com 200 pessoas a bordo. Os dois aparentemente permitiram que o aprendiz assumisse o posto de co-piloto e pousasse a aeronave, um Boeing 737. O incidente teria ocorrido há cerca de quatro meses atrás.

    A Jet Airways, uma das mais conhecidas e antigas companhias aéreas privadas indianas, afirmou que a suspensão foi definida de acordo com 'investigações apropriadas e um relatório confidencial'.

    Relatos dão conta de que o piloto foi suspenso por dois meses e meio na sequência do acidente, e voltou a voar depois da punição.

    Um porta-voz da companhia informou à agência Press Trust Of India que foram mantidas conversas com órgão regulador do setor de aviação indiano, DGCA, sobre o incidente.

    'Eles estão completamente satisfeitos com os passos tomados (pela companhia). Em linha com práticas internacionais da segurança, um sistema de relatórios voluntários e confidenciais é aplicável a todos os seus empregados da Jet Airways', afirmou o porta-voz.

    No mês passado, um tribunal de defesa do consumidor condenou a companhia a indenizar uma passageira depois que a tripulação de um vôo se negou a servir bebida alcoólica a ela, por se tratar de uma mulher.

     

     

    Folha de São Paulo
    15/02/2012

    Aeroportos: alegria precipitada
    O mercado considerou os lances muito altos; isso pode atrasar investimentos e, no limite, até causar a devolução da outorga, como ocorreu na Ayrton Senna
    Vinicius Carrasco e João Manoel Pinho de Mello

    O leilão de privatização dos aeroportos foi motivo de júbilo no governo, e a maioria dos analistas parece concordar com a alegria geral. Temos poucas dúvidas de que a gestão privada adicionará valor à administração dos aeroportos. No entanto, parece-nos precipitada a celebração baseada nos altos ágios com relação ao preço mínimo exigido pelo governo -de 159,75%, em Campinas, a 673,89%, em Brasília.

    É possível que os altos ágios, na verdade, impeçam que os investimentos em estrutura aeroportuária sejam feitos em tempo hábil para os megaeventos internacionais que nos esperam.

    Consideremos o preço da ação do grupo OHL, que concorria pelos aeroportos, no dia do leilão.

    Logo após a abertura do pregão (às 11h), há uma queda abrupta de quase R$ 64 para R$ 62,2 por ação. Nesse momento, o lance de R$ 12 bilhões dado pelo consórcio liderado pela OHL estava se saindo vencedor no leilão do aeroporto de Guarulhos.

    Isso muda após o anúncio do lance de R$ 16 bilhões da Invepar, consórcio que seria vencedor. As ações da OHL, então, tiveram forte alta.

    Às 12h30, logo após o encerramento do leilão, a preço da ação da OHL pula de R$ 63 para R$ 67, ficando neste patamar durante o resto do pregão. Ou seja: quando a empresa passou de vencedora para perdedora, as suas ações se valorizaram.

    Há 68.888.888 ações da OHL. Portanto, perder o leilão adicionou quase R$ 331 milhões de valor à empresa. Todas as empresas cotadas em Bolsa que perderam no leilão subiram mais que o mercado no dia 6 de fevereiro. Por outro lado, os papeis da Triunfo, que tem 45% do consórcio vencedor em Viracopos, caíram mais de 3%, representando uma perda de R$ 42 milhões -e o Ibovespa subiu nesse dia.

    No dia seguinte, quando a agência de risco Fitch colocou a dívida da Triunfo em observação negativa, houve uma queda adicional de incríveis 10% no valor da companhia. Maneira gloriosa de celebrar a vitória.

    Em teoria de leilões, essa perda é chamada de maldição do vencedor: ganhar é um sinal de que os outros avaliaram que o objeto vale pouco. Trata-se, portanto, de uma má notícia para a empresa.

    Afinal, as três maiores empreiteiras brasileiras participaram do leilão e deram lances bem abaixo dos vencedores. Deve haver alguma razão para isso. O veredito do mercado é que as empresas vencedoras perderam. Mas o governo ganhou? Não necessariamente.

    Essas empresas serão responsáveis por investimentos significativos na melhoria dos aeroportos. Se elas não conseguirem rentabilizar as suas operações, os investimentos sofrerão e a operação dos aeroportos ficará comprometida.

    O passo seguinte é a tentativa de renegociação -ou, na linguagem um tanto eufemística da indústria, "administração de contratos".

    Nesse caso, o governo, além de não obter os investimentos, pode perder a receita da outorga. Afinal, o pagamento será feito em parcelas, durante os 20 anos de concessão.

    No limite, é melhor para a concessionária devolver a outorga do que continuar jogando dinheiro fora. É preciso lembrar que um dos vencedores recentemente devolveu a outorga da rodovia Ayrton Senna.

    Talvez seja fácil entender alguns lances vencedores, como o de Guarulhos. Sendo concessionária, a empresa não está sob jurisdição do Tribunal de Contas da União que, corretamente, exige a transparência necessária em investimentos públicos.

    Além disso, boa parte dos recursos do consórcio vencedor vêm de entidades fortemente ligadas ao governo federal (os fundos de pensão Previ, Petrus e Funcef). Ou seja, seria uma privatização branda. Mas o dinheiro do cotista é privado.

    A esta altura, não é claro se os passageiros têm muitos motivos para celebração. Mas está claro que, se fôssemos cotistas da Previ, o dia 6 de fevereiro não seria uma razão para comemoração.

    VINICIUS CARRASCO, 35, e JOÃO MANOEL PINHO DE MELLO, 38, são doutores em economia pela Universidade Stanford e professores da PUC-Rio

    Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

     

     

    Folha de São Paulo
    15/02/2012

    Aeroporto em Guarujá pode sair neste ano
    Governo incentiva operação, que começaria com terminal para 500 mil passageiros/ano, podendo chegar a 1 mi - Aeroporto absorveria a crescente demanda da região, especialmente da Petrobras devido ao pré-sal em Santos
    DIMMI AMORA

    O governo está incentivando o início de operação, ainda para este ano, de um novo aeroporto de passageiros em Guarujá (SP). O projeto começaria com um terminal para 500 mil passageiros ao ano e poderia chegar à capacidade de 1 milhão, absorvendo a demanda da região, que hoje usa os aeroportos da capital, e também da Petrobras. A estatal será parceira na utilização da unidade, aproveitando-a para a operação do pré-sal na bacia de Santos.

    A prefeita de Guarujá, Maria Antonietta de Britto, reuniu-se no início deste mês em Brasília com o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, e representantes da Aeronáutica e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para apresentar o projeto da nova unidade, que seria feita na base aérea da cidade que hoje é subutilizada.

    "A intenção é ainda neste ano começar com uma pequena operação para receber voos fretados com passageiros de transatlânticos", disse a prefeita após o encontro.

    Na reunião, o ministro disse que pretende usar a experiência de Guarujá para incentivar outras parcerias entre Estados, municípios e iniciativa privada para cumprir seu projeto de desenvolver a aviação regional.

    Após o leilão dos aeroportos federais, Bittencourt afirmou que a prioridade para o uso dos R$ 24,5 bilhões que serão obtidos com as concessões ao longo de 30 anos será investir no aumento da qualidade e da capacidade desse tipo de terminal.

    Segundo Bittencourt, o país tem hoje 720 aeroportos, mas apenas 130 têm voos regulares de empresas aéreas.

    O projeto de Guarujá é desenvolvido numa parceria da prefeitura com o Sindicato Nacional das Empresas de Administração Aeroportuária. O projeto prevê receber 17 voos regionais por dia de aeronaves de, em média, cem passageiros. O investimento previsto na adaptação da base aérea é de R$ 64 milhões.

    PISTA

    A pista tem 1.320 metros e já está com projeto pronto e com recursos para aumentá-la para 1.600 metros. Ela continuará sendo usada pela Aeronáutica, que manterá lá a Base Aérea de Santos.

    Segundo o presidente do sindicato, Pedro Azambuja, a ideia é conceder a unidade para a iniciativa privada operar, desenvolvendo o aeroporto por terminais modulares de longa durabilidade para que ele possa crescer conforme a demanda de passageiros.

    Os dois grandes aeroportos de São Paulo (Cumbica e Congonhas) receberam, respectivamente, 30 milhões e 7,5 milhões de passageiros em 2011.

    O funcionamento do aeroporto de Guarujá como de passageiros depende de algumas autorizações, entre elas a da Aeronáutica, que informou na reunião que a expectativa é que até abril ela esteja pronta.

     

     


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