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  • O Estado de São Paulo
    03/12/2011

    Distância entre aviões no céu do Brasil cai pela metade
    Medida usada desde outubro foi apresentada no pacote antiapagão aéreo; especialistas não veem problema

    Mais aviões estão no ar ao mesmo tempo no Brasil. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) informou ontem que a distância mínima entre aeronaves passou de 10 milhas náuticas para 5 (9.260 metros). A medida permite, por exemplo, que 80 aviões voem simultaneamente no espaço aéreo de São Paulo. Antes, a média era de 65.

    A nova distância foi apresentada ontem pelo Decea como parte de um pacote antiapagão aéreo do governo federal e será ampliada progressivamente até chegar ao novo limite estabelecido. Especialistas garantem que, além de necessária, a medida é segura e está prevista pelas normas da Associação Internacional da Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês). "Isso mostra que o Brasil entendeu a alta demanda por melhorias na aviação e está se aperfeiçoando nos procedimentos de tráfego aéreo", afirma o piloto e coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Estácio de Sá, Marcus Reis.

    O Decea diz que a redução foi possível por causa dos avanços na tecnologia de navegação aérea, que hoje trabalha com margem de erro bem menor do que há alguns anos. "Por enquanto, é uma medida necessária nas regiões de tráfego aéreo mais intenso, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Estados do Sul. Queremos dobrar a capacidade de controle de tráfego aéreo nesses locais até 2012", diz o tenente-brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor-geral do Decea.

    Ressalva. O perito Roberto Peterka, que atou na investigação do acidente da Gol em 2006, explica que é preciso levar em consideração o tamanho das duas aeronaves em sequência para garantir a segurança. "Um avião pequeno precisa estar mais distante de um Boeing 777, por exemplo, porque a chamada esteira de turbulência deixada pelo Boeing pode ser prejudicial à aeronave que vem em seguida", alerta. O Decea diz que já leva isso em consideração na operação normal do tráfego aéreo.

    O número de aviões simultaneamente no ar já havia sido ampliado em 2005. Naquele ano, a melhoria na qualidade dos instrumentos de localização aérea permitiram que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos reduzissem a distância vertical entre aeronaves de 2 mil pés para mil pés, otimizando o espaço aéreo. "Os equipamentos vêm melhorando muito, tanto nos aviões como em solo. É um ganho para a segurança de voo no Brasil", diz Roberto Peterka.

    Avanços. Para o engenheiro aeronáutico James Waterhouse, professor da USP São Carlos, a Aeronáutica precisa investir não só em equipamentos, mas também em controle de tráfego aéreo. "Desde o caos aéreo de 2007, eles vêm estudando uma maneira de ampliar a capacidade de gerenciamento de voos, mas sempre faltou recurso. Agora estão conseguindo fazer avanços."

    OUTRAS MEDIDAS

    - Voos internacionais
    A Infraero fez um acordo com a Polícia Federal nos aeroportos internacionais para aumentar em pelo menos 70% o efetivo no setor de imigração. Em Cumbica, exigiu o dobro de pessoal.

    - Menos filas
    Às empresas aéreas, exigiu mais gente no check-in e mais agilidade na entrega de bagagens. Também proibiu o overbooking.

    - Comida
    Contra preços exorbitantes das lanchonetes nos aeroportos, a Infraero vai instalar até dia 15 máquinas de salgadinho e refrigerante com preços acessíveis.

     

     

    Folha de São Paulo
    03/12/2011

    Prestes a ser inaugurada, obra em Cumbica desaba
    Ministro discursava em aeroporto quando estrutura de novo terminal foi ao chão - Área para embarque e desembarque tinha abertura prevista para o dia 20 deste mês; governo reavalia data
    VANESSA CORREA - DIMMI AMORA

    Enquanto o ministro-chefe da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, anunciava ontem no aeroporto de Cumbica um pacote de medidas para evitar o caos aéreo no fim do ano, parte das obras do novo terminal de passageiros do mesmo local foi ao chão. O acidente ocorreu por volta das 14h20. Dois funcionários que trabalhavam na obra sofreram ferimentos leves.

    Entre as medidas que Bittencourt anunciava estava a abertura do novo terminal em 20 de dezembro.

    Tanto a construtora Delta, responsável pela obra, quanto o governo afirmaram, após o desabamento, que não seria possível dizer se a data de inauguração está mantida.

    Dezenas de homens trabalhavam no local quando o acidente ocorreu -o ministro discursava numa área a 2 km do local do acidente.

    Um dos funcionários, que preferiu não se identificar, disse que as estruturas que caíram eram as dos antigos galpões de carga da Transbrasil e da Vasp, e não a parte que está sendo ampliada.

    "Nós já tínhamos percebido que a estrutura estava abrindo, entortando", disse.

    A conversão dos galpões da Transbrasil e da Vasp em terminal foi a forma achada pelo governo federal de ampliar a capacidade do maior aeroporto do país enquanto o terceiro terminal de passageiros não é construído.

    A estrutura amplia a capacidade de embarque dos atuais 20,5 milhões de passageiros para 26 milhões.

    Em julho, a presidente Dilma Rousseff ameaçou a Delta Construções de exclusão em contratos com o governo caso a obra não ficasse pronta até dezembro. "Se não concluir, vai se tornar inidônea", afirmou Dilma à época.

    A empreiteira foi a empresa que mais recebeu recursos do Orçamento da União nos últimos 3 anos -R$ 2,1 bilhões de 2009 a 2011- para a realização de obras diversas.

    A obra de Cumbica, em Guarulhos, foi contratada em caráter de emergência em julho, sem licitação formal.

    Para justificar essa contratação, o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, e o presidente da Infraero (estatal que administra os aeroportos), Gustavo do Vale, disseram que, sem a obra, haveria caos aéreo no fim do ano.

    O preço do terminal de 12,2 mil m² foi de R$ 86 milhões, no mínimo R$ 15 milhões acima do que custaria a obra sem o regime de emergência.

    Os ministros do Tribunal de Contas da União relevaram diversas irregularidades nessa obra. Não a paralisaram, afirmam, para evitar problemas no fim do ano.

     

     

    Folha de São Paulo
    03/12/2011

    Distância entre aviões será reduzida para ampliar voos
    Com medida, governo vai aumentar em 47% a capacidade do espaço aéreo - Intervalo entre aviões cairá de 18,5 km para 9,2 km; controladores de voo veem alteração com ressalvas

    O Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) vai aumentar em 47% a capacidade do espaço aéreo nos principais centros de controle do país neste fim de ano. Para isso, será reduzida a distância entre aviões na aterrissagem de 10 milhas náuticas (18,5 km) para 5 milhas (9,2 km) entre uma e outra.

    A medida faz parte de um pacote para este final de ano nos aeroportos do país, anunciado ontem pela Conaero (Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias).

    A Aeronáutica preconiza como distância segura entre aeronaves de 5,5 km a 11,1 km.

    Embora a prática seja comum nos Estados Unidos e na Europa, a redução do intervalo é vista com preocupação pela federação dos controladores de voos.

    "O governo investiu em equipamentos, mas é importante saber se há controladores capacitados para esse aumento", disse Moisés Almeida, presidente da entidade.

    EXPERIÊNCIA

    Segundo ele, a maioria dos controladores de hoje não tem mais de sete anos de experiência na função.

    "Houve uma evasão grande de controladores a partir de 2007 [ano seguinte ao acidente em que um avião da Gol caiu após se chocar no ar com um Legacy. No acidente morreram 154 pessoas]".

    O professor de engenharia aeronáutica da USP Jorge Medeiros diz que a medida é necessária para melhor aproveitamento dos aeroportos. "No passado, se chegava a 3 milhas (5,5 km) de distância. Eram até 60 movimentos (pousos e decolagens) por hora contra 33, hoje. É viável, desde que o controladores sejam treinados", disse.

    Em maio, a Folha revelou que, por iniciativa das empresas aéreas, um comitê da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) propôs aumentar os voos em quatro dos maiores aeroportos brasileiros, sem depender de melhoria de infraestrutura.

    Os alvos eram Cumbica (SP), Brasília, Confins (MG) e Viracopos (SP). Todos operam no limite da capacidade.

    A proposta inicial era reduzir a distância entre os aviões que aterrissam de cerca de 18,5 km para 10 km.

    Ontem, as principais companhias aéreas firmaram o compromisso de reduzir a espera no check-in e pelas bagagens, aumentando as equipes de atendimento em horários de pico.

    As empresas terão que evitar overbooking. Uma cartilha com orientações a passageiros será distribuída nos aeroportos do país.

     

     

    Folha de São Paulo
    03/12/2011

    American Airlines é acusada de morte por envenenamento

    Parentes de um passageiro da American Airlines processam a companhia aérea por servir comida envenenada que o matou e por não atendê-lo corretamente ao começar a passar mal. O processo, registrado no dia 23 de novembro, é dirigido contra a companhia aérea, que declarou concordata nesta semana, e contra a Sky Chefs, encarregada do menu servido nos aviões.

    Mãe e filha reivindicam mais de US$ 1 milhão. Elas relatam que Othon e a esposa embarcaram dia 18 de maio para escala em Nova York e tomar outro voo para Miami.

    "Durante o voo, a American Airlines serviu a Othon uma comida contendo frango" e, ao aterrissar em Nova York, Othon se sentiu mal.

    Os funcionários permitiram que ele embarcasse a Miami, "apesar de seu mal-estar palpável e óbvio".

    "Durante o voo doméstico, a dor e o mal-estar de Othon aumentaram, o homem sofreu náuseas e dificuldade para respirar e terminou sofrendo ataque cardíaco", continua o processo.

    O avião teve que fazer uma aterrissagem de emergência em um aeroporto da Virgínia perante a piora de Othon, que foi declarado morto ao chegar em terra.

     

     


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