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  • Jornal do Comercio - Pernambuco
    08/08/2012

    Aposentados da Varig protestam no Aeroporto do Recife
    Ex-trabalahdores da companhia aérea reclamam que, apesar da determinação da Justiça Federal, a união ainda não pagou benefícios de previdência complementar que, há seis anos, vêm até 92% menores

    Ex-funcionários de uma das maiores empresas nacionais da história do Brasil, cerca de 10 mil aposentados da Varig amargam hoje uma rotina de desrespeito. Desde que a empresa quebrou, em 2006, passaram a receber valores até 92% menores de suas aposentadorias complementares, custeadas pelo Fundo de Previdência Aerus. A briga para receber o que lhes é de direito chegou à Justiça, onde saíram vitoriosos no dia 13 de julho: a União foi intimada a pagar os benefícios integrais. A data para o primeiro pagamento já passou (foi na última sexta-feira, dia 02), o governo federal não pagou e restou aos aposentados protestarem na última terça-feira, em cinco capitais brasileiras.

    Em Pernambuco, a mobilização ocorreu na área de desembarque do Aeroporto Internacional do Recife - foram registrados atos semelhantes também em Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro e São Paulo. Dezenas de aposentados e parentes de ex-funcionários já falecidos ou em condições graves de saúde empunharam faixas e bradaram “queremos nosso dinheiro”. No Estado, as estimativas do Sindicato dos Aeroviários de Pernambuco são de que 200 aposentados convivem com benefícios complementares que mais ofendem, que ajudam.

    O desgosto foi tão grande para Bianor Pessoa Júnior, que já ocupou a cadeira de subgerente nacional e internacional de voos, que seu coração não suportou. Infartou duas vezes. Deveria, além da aposentadoria paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), receber R$ 2.000 do Aerus, fundo para qual contribuiu por 32 anos e meio com até o equivalente a 20 salários mínimos em algumas épocas. Hoje, recebe mensalmente R$ 190. Sua saúde está de tal maneira debilitada que não pôde comparecer ao protesto ontem. Foi representado pelos três filhos e esposa.

    "Muitos tinha um padrão de vida alto, esperavam estar recebendo R$ 4 mil de previdência complementar e só têm R$ 300. Isso não banca os custos com remédios, por exemplo. São vários casos de pessoas que cometeram suicídio ou sequer conseguiram pagar gastos com internações, vindo a falecer por isso", desabafou o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Pernambuco, Luiz Pedro Lucena.

    Advogado do escritório Castagna Maia e representante do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Lauro Thaddeu Gomes explica que a 14ª Vara Federal de Brasília reconheceu que a União [/TEXTO]tinha culpa na quebradeira do Aerus, pois, através da antiga Secretaria de Previdência Complementar (SPC), hoje Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), deixou de fiscalizar a saúde do fundo. Assim, determinou que a União pagasse a folha de beneficiários do Aerus, com os valores corretos. A ação civil pública movida pela entidade, em 2004, estipulava como valor total de indenizações, R$ 4,5 bilhões.

     

     

    Folha de São Paulo
    08/08/2012

    Agentes da PF param e afetam a emissão de passaportes no país
    Categoria quer aumento salarial para R$ 13 mil; aeroportos e fronteira terão operação-padrão - Polícia Federal não comenta greve; mais de 300 mil servidores de vários setores estão parados em todo o país

    Agentes da Polícia Federal iniciaram ontem uma greve por tempo indeterminado no país. A paralisação afeta os serviços de emissão de passaportes, fiscalização de fronteiras e investigações. A direção da PF não quis comentar o movimento.

    Ao menos 300 mil servidores de oito ministérios e 30 órgãos estão em greve no país. Professores de universidades federais, por exemplo, estão parados há quase três meses.

    A greve da PF é encabeçada pela Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais).

    Segundo a entidade, que não representa delegados, só passaportes de urgência serão emitidos. Porém, não há uma definição sobre quais são os casos emergenciais.

    "Se alguém precisar viajar por causa de problema familiar ou se já comprou passagem, o passaporte será feito. Se houver algum gesto do governo, vamos suspender a greve e retomar a negociação", disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink.

    A Superintendência da PF em São Paulo disse que haverá pelo menos o "efetivo mínimo" trabalhando no setor de passaportes e que estão sendo remanejadas pessoas para atender o público. Só em junho, a PF em São Paulo emitiu 14.356 passaportes.

    INTERNET

    Quem já pagou as taxas e não for atendido terá de remarcar data para pegar o passaporte, o que pode ser feito pelo site da PF (www.dpf.gov.br). Os passaportes que já estão prontos serão entregues.

    A entidade afirma que cerca de 30% do efetivo -o mínimo legal- permanecerá trabalhando. Agentes, escrivães e papiloscopistas somam 9.000 pessoas. A Fenapef estima que 6.800 pararam. Esta é a terceira greve da categoria. As outras ocorreram em 1994 e 2004.

    Na sexta-feira, novas assembleias serão realizadas.

    A Fenapef diz que está sem aumento desde 2006 e que o salário inicial, de R$ 7.200, ficou defasado. A categoria quer aumento para R$ 13 mil em cinco anos, equiparando-se a auditores da Receita e agentes da Abin.

    Os policiais também dizem que falta efetivo para controlar fronteiras e aeroportos e pedem a substituição do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, por alguém que não seja da corporação.

    Ontem, também foi iniciada uma operação-padrão. Policiais farão checagens mais completas em bagagens e documentos. Em Guarulhos, a operação vai ocorrer amanhã.

    "Vamos fazer o serviço como deveria ser feito. Se você despachar em Brasília um produto ilícito, as chances de chegar ao destino são de 99%", disse Jones Leal, presidente do sindicato no DF.

    Em Estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Ceará, a emissão de passaportes foi reduzida quase a zero.

     

     


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