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  • O Estado de São Paulo
    18/05/2011

    Nada indica falha humana no 447 até agora, diz França
    BEA desmente jornal 'Le Figaro', que diz que caixas-pretas não apontaram problema mecânico ou elétrico no avião da Air France
    Andrei Netto

    Nada permite concluir que o voo 447 (Rio-Paris) caiu em 31 de maio de 2009, com 228 pessoas a bordo, por falha humana. O recado, curto e enfático, foi dado ontem em Paris pelo Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA), que investiga as causas do acidente.

    A afirmação procurava desmentir informações do jornal francês Le Figaro, que na noite de anteontem publicou reportagem na qual indica que a escuta das caixas-pretas, realizada no fim de semana, inocentava a Airbus e lançava dúvidas sobre a conduta dos pilotos.

    Distribuído por agências de notícias, o texto teve grande repercussão na Europa e no Brasil. O presidente da Associação de Vítimas Brasileiras do Voo 447, Nelson Faria Marinho, por exemplo, classificou o episódio de "absurdo". "Sabemos que o piloto não é (responsável pela queda)", disse.

    À tarde, a porta-voz do escritório, Martine Del Bono, demonstrou irritação ao se referir às supostas revelações do jornal francês. "Estamos todos chocados no BEA. Não é algo sério." Segundo ela, o processo de extração dos dados das duas caixas-pretas do Airbus A330-200 só chegou ao fim às 21h de domingo, após três dias de trabalho.

    Dos dois gravadores, foram extraídos 1,3 mil parâmetros técnicos e duas horas de sons da cabine e de diálogos entre os pilotos da aeronave. "Temos milhares de dados para cruzar com outras informações que já apuramos. Isso não se faz em 24 horas. Talvez em um mês e meio eu consiga prever uma data para um relatório de etapa, parcial. Mas estamos só no início", garantiu ao Estado. "Estamos chocados, porque estamos no início do trabalho e não validamos nada."

    De acordo com Martine Del Bono, o conteúdo das caixas-pretas permitiu estabelecer eixos na investigação, com o objetivo de reconstituir a cadeia de eventos que levou à queda do aparelho. O que está claro desde já é que será possível descobrir as causas do acidente.

    A porta-voz confirmou que um engenheiro da Airbus acompanhou os trabalhos ao longo do fim de semana com o grupo de especialistas convidados pelo BEA - que inclui o coronel brasileiro Luís Lupoli, pesquisador do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) da Aeronáutica.

    Comunicado da Airbus. A reportagem do Figaro traz informações atribuídas a "fontes governamentais", que falam sob condição de anonimato. Segundo elas, as caixas-pretas indicariam que não haveria responsabilidade da Airbus na queda, descartando hipótese de falhas eletrônicas ou mecânicas no acidente.

    Até aqui, a hipótese mais aventada por experts independentes é que os sensores de velocidade, chamados sondas de pitot, tenham falhado em decorrência de congelamento, causando a pane dos instrumentos de navegação e induzindo os pilotos ao erro. Segundo o Figaro, entretanto, o que teria havido seria falha humana.

    O jornal também revelou o conteúdo de um Accident Information Telex (AIT), comunicado distribuído pela Airbus às companhias aéreas clientes, no qual se afirma: "Até esse momento das análises preliminares do FDR, a Airbus não tem nenhuma recomendação imediata a fazer a seus operadores".

    Consultado pelo Estado, o porta-voz da Airbus, Eduardo Galicia, confirmou a existência do AIT, mas disse que não faria comentários sobre a reportagem do Figaro. "As investigações do BEA estão em andamento e cabe a eles (investigadores franceses) se pronunciar sobre as investigações", argumentou.

    Ao lado da Air France, a Airbus responde a processo na Justiça da França por homicídio involuntário - não intencional -, em decorrência da queda do 447.

     

     

    O Estado de São Paulo
    18/05/2011

    Proprietários da Airbus têm parte do controle do 'Figaro'
    Andrei Netto

    O acidente do 447 move interesses gigantes na Europa, além daquela que pode se tornar a maior indenização da história da aviação civil mundial. Na França, as relações de capital entre as empresas envolvidas são muito particulares. O jornal Le Figaro, por exemplo, é de propriedade da holding Socpresse, 100% detida pelo construtor aeronáutico Dassault. Do capital total da Dassault, 46,32% das ações pertencem ao grupo EADS. E a EADS é proprietária da Airbus.

    Frente às acusações que recaíram sobre os pilotos do Airbus, o Sindicato Nacional de Pilotos de Linha (SNPL), o maior da França e o maior entre os funcionários da Air France, reagiu com indignação, afirmando que nenhum elemento até aqui leva a crer que houve erro dos comandantes.

    "O SNPL se surpreende e lamenta que "informações" sejam divulgadas de forma precipitada horas após a primeira leitura dos gravadores. A única informação tangível é a que a Airbus não recomenda hoje nenhuma modificação de procedimento às companhias aéreas", pondera o sindicato. O SNPL lembra ainda que "alguns procedimentos já foram modificados pelo construtor após o acidente".

     

     

    O Estado de São Paulo
    18/05/2011

    Galpão vira terminal em Guarulhos
    Antigos galpões da Vasp e da Transbrasil passarão por obras em caráter emergencial e serão transformados em terminais de passageiros
    Marta Salomon

    Dois galpões usados como depósitos pela Infraero e pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Cumbica, serão transformados em terminais de passageiros, segundo estudo feito pela nova Secretaria de Aviação Civil, subordinada à Presidência da República. O projeto é concluir as obras, em caráter emergencial, até dezembro deste ano. Os galpões eram usados anteriormente pelas companhias Transbrasil e Vasp, que não existem mais.

    Não haverá licitação para a escolha das empresas responsáveis pela transformação dos galpões em terminais de embarque remoto, sem o uso de "fingers", corredores suspensos que levam os passageiros até a porta dos aviões.

    Por ser obra emergencial, passará por processo mais rápido de contratação. O orçamento do projeto deverá ser definido ainda nesta semana, segundo apurou o Estado.

    As obras em Guarulhos fazem parte de um pacote de medidas em estudo para contornar a saturação dos aeroportos brasileiros antes mesmo dos investimentos planejados para a Copa do Mundo - e que estão atrasados.

    No caso dos dois novos terminais no Aeroporto Internacional de Guarulhos, a decisão sairá antes mesmo do anúncio do modelo de concessão do terceiro terminal de passageiros.

    Sem modelo. Obra mais cara entre os investimentos programados para a Copa do Mundo, o terceiro terminal de Guarulhos tem custo estimado em mais de R$ 700 milhões e ainda não tem um modelo definido de concessão à iniciativa privada.

    O plano anunciado pelo governo é fazer as obras já programadas nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos ( em Campinas) e Brasília por meio de parcerias com a iniciativa privada.

    O modelo é definido por novos estudos em curso e contratados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

    É provável que os editais só sejam lançados depois do leilão do primeiro aeroporto a ser privatizado, o de São Gonçalo do Amarante, em Natal. O leilão está marcado para 19 de julho.

    Brasília. Além dos terminais de Guarulhos, há outra obra emergencial prevista no Aeroporto Internacional de Brasília, que consiste na construção de mais um módulo operacional provisório de embarque e desembarque de passageiros, semelhante ao que já existe. O aeroporto de Brasília também passará por reforma na atual área de embarque.

    As obras emergenciais serão acompanhadas de medidas de gestão nos aeroportos, de modo a melhorar a operação. Uma das medidas já anunciadas foi o funcionamento de salas para a integração dos serviços em torno de uma autoridade aeroportuária.

    Esse modelo começará a operar em fase de teste nos dois aeroportos que também receberão obras emergenciais, Guarulhos e Brasília.

     

     

    O Estado de São Paulo
    18/05/2011

    Infraero só deve abrir capital no fim do governo Dilma
    Marta Salomon

    A abertura do capital da Infraero, estatal que administra os aeroportos do país, deve ficar para o final do governo Dilma Rousseff, segundo estimativa mais otimista feita pelo governo um mês depois de criada a nova Secretaria de Aviação Civil, que vai coordenar a reforma no setor, além dos investimentos previstos para a Copa e as Olimpíadas.

    O prazo coincide com o previsto recentemente pelo presidente da Infraero, Gustavo do Vale. A ideia é atrair acionistas privados e fortalecer a estatal como grande operadora da infraestrutura aeroportuária. Embora seja uma medida em estudo desde o governo Lula e apesar de o tema ter sido objeto de comentários de Dilma durante a campanha e o BNDES já ter estudos sobre o tema, a abertura de capital é tratada no conjunto ações de médio e longo prazo do setor.

     

     

    Zero Hora
    18/05/2011

    Em nota, sindicato dos pilotos franceses condena matéria do jornal Le Figaro sobre voo 447
    Comunicado diz que informações publicadas são um "atalho jornalístico"

    O Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha francês (SNPL) rebateu as informações publicadas pelo jornal Le Figaro na terça-feira. A publicação apontou erro dos pilotos como causa do acidente do voo 447 da Air France que caiu no mar em 2009. O sindicato considerou a medida um "atalho jornalístico" e condenou a "precipitação algumas horas após a primeira leitura dos registros".

    Confira a íntegra da nota:

    "Hoje, o SNPL tomou conhecimento de duas reportagens publicadas na noite de segunda-feira e na manhã de terça-feira pelo site lefigaro.fr sobre o acidente do voo Air France 447. O Sindicato se choca e lamenta que as supostas informações sejam colocadas em um espaço público de maneira tão precipitada algumas horas após a primeira leitura dos registros.

    A única informção concreta fornecida por tais reportagens é que a Airbus não recomenda a modificação de procedimentos às companhias aéreas. O SNPL precisa que os procedimentos já foram modificados pelo fabricante.

    Em nenhum caso a publicação dessa nota permite a conclusão de que o acidente teria sido devido a um erro da tripulação.

    O SNPL denuncia veementemente esse "atalho" jornalístico.

    O SNPL não aceita que os pilotos mortos nesta catástrofe sejam jogados à opinião pública antes de uma análise exaustiva de todas as causas do acidente".


    Entenda como funciona a caixa-preta de uma avião:

    Todo avião tem, na verdade, duas caixas-pretas com funções distintas: uma que registra os dados do voo e outra que registra as conversas e sons da cabine.

    Flight Data Recorder (FDR): registra dados técnicos do voo. Tem capacidade para guardar de 800 a 1200 parâmetros como: velocidade, altitude, velocidade do ar, altitude de pressão, velocidade com relação ao som, posição do avião, situação dos motores, portas e temperatura.

    Voice Recorder: Contém os registros das conversas dos pilotos, das comunicações feitas por rádio e dos ruídos no interior da cabine. Tem capacidade para armazenar em até quatro canais distintos: do comandante, do 1º oficial ou co-piloto, do 3º eventual ocupante da cabine – que pode estar fazendo observações – e de todos os sons emitidos na cabine, como, por exemplo, uma explosão. Pode armazenar até 120 minutos. Desta forma, em um voo de 8h, por exemplo, só serão guardadas as duas últimas horas de conversas, o que aconteceu anteriormente é automaticamente descartado.

    As caixas-pretas, que na verdade são laranjas, são do tamanho de uma CPU de computador com a metade da altura. Apenas um terço dela é destinado a armazenar a memória. O cartão de memória é protegido por duas metades externas, feitas de fibra e duas películas de tungstênio, e resiste a fortes impactos, altas temperaturas e profundidade. Este invólucro garante que toda a memória será salva.

    Profundidade: pode ser submersa a até 14 mil pés (cerca de cinco mil metros)

    Temperatura: suporta até 1100ºC por até 30 minutos

    Esforço Mecânico: 3400g por 6,5 milisegundos. Seria como se a memória fosse atingida por marretadas.

    Geralmente as caixas-pretas estão localizadas na parte traseira do avião e nem sempre estão juntas. Contam ainda com uma bateria, que possibilita que sinais vibratórios de 37,5KHz, captados por satélites, possam ser emitidos por 30 dias.

    Informações: professor Hildebrando Hoffmann, vice-coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da PUCRS .

     

     

    Revista Fator
    18/05/2011

    Museu TAM resgata aeronave da VASP
    Boeing 737 da extinta companhia aérea, o primeiro desse modelo a voar no Brasil, terá sua história preservada no interior de São Paulo.

    São Paulo – O Museu TAM (www.museutam.com.br), em breve, terá o Boeing 737 (PP-SMA) da extinta companhia aérea VASP em seu acervo. “Há muito tempo somos cobrados para salvar as aeronaves que se deterioram lentamente em alguma praça ou aeroporto. O maior apelo sempre foi para o Boeing 737 da VASP, que foi o primeiro desse modelo a voar no País. Estamos orgulhosos por poder restaurar e preservar essa peça tão valiosa para a aviação comercial brasileira”, comemora João Francisco Amaro, presidente do Museu TAM.

    A aeronave deve ser removida do aeroporto de Belo Horizonte/Confins ainda neste ano e transportada até o Museu por via rodoviária. “Ainda não sabemos como a restauração será feita nem quanto tempo vai durar, mas já podemos convocar como voluntários os antigos mecânicos da VASP para nos ajudar nesta gigantesca tarefa”, declara João Amaro.

    O Museu TAM-Localizado em São Carlos, no interior paulista, o museu é a realização do sonho dos irmãos Rolim e João Amaro de preservar a história da aviação.

    A coleção do Museu TAM, que reúne o maior acervo de aviação do mundo mantido por uma companhia aérea, começou com duas aeronaves: um Cessna 140 e um Cessna 195. Hoje, já são mais de 70 aviões em exposição, sendo que dois chegaram há pouco tempo. É o caso do Hawker Siddeley HS-125 (bimotor a jato doado pela FAB – Força Aérea Brasileira) e do Roloff-Unger RLU-1 Breezy Pusher (réplica do famoso ultraleve norte-americano montado nas oficinas do Museu TAM).

    Além das aeronaves, são atrações o espaço TAM Kids, o simulador de voo, a área que explica o funcionamento dos equipamentos que impulsionam os grandes jatos, os 60 uniformes antigos da aviação, e o espaço Rolim, que conta a história e a trajetória da TAM e de seu fundador. O museu (Rodovia SP 318, km 249) tem ainda um auditório utilizado para palestras, conferências e eventos culturais.

    Funcionamento: quarta-feira a domingo, das 10h às 16h (entrada autorizada até as 15h).Coordenadas para quem quiser ir de avião: Latitude 21º 52´ 35´ ´ S e Longitude 047º 54´ 12´ ´ W. Ingressos: R$ 25, com meia entrada de R$ 12,50 para estudantes e idosos de 60 a 65 anos. Idosos a partir de 65 anos e crianças até 6 anos não pagam. Aceitam-se cartões de crédito (American Express, Diners, Mastercard e Visa) e cartões de débito. Contato: (16) 3306-2020. Estacionamento e wi-fi gratuitos.

    A TAM (www.tam.com.br), incluindo a Pantanal, opera voos diretos para 49 destinos no Brasil e 19 na América do Sul, nos Estados Unidos e na Europa. Por meio de acordos com empresas nacionais e estrangeiras, chega a 92 aeroportos brasileiros e a outros 92 destinos internacionais, incluindo a Ásia. É líder no setor de aviação no país, com market share de 41,8% no último mês de março. Também detém a liderança entre as companhias brasileiras que operam rotas para o exterior, com 86,1% do mercado em março. Com a maior frota de aviões de passageiros do país (153 aeronaves), a TAM atende seus clientes com Espírito de Servir e busca tornar as viagens de avião cada vez mais acessíveis ao conjunto da população. É pioneira, entre as companhias aéreas brasileiras, no lançamento de um programa de fidelização; o TAM Fidelidade já distribuiu 14 milhões de bilhetes por meio de resgate de pontos e faz parte da rede Multiplus, que possui hoje 8,3 milhões de associados. Membro da Star Alliance – a maior aliança de companhias aéreas do mundo – desde maio de 2010, a empresa integra uma rede que abrange 1.160 destinos em 181 países.

     

     


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